Início de atividades: 2012
Discos lançados: “Higher” (2014)
Formação atual: Cezar Girardi (vocal), Gustavo Scaranelo (guitarra), Rodrigo Ribeiro
(guitarra), Will Costa (baixo) e Pedro Rezende (bateria).
Cidade/Estado: Campinas/SP
BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?
Gustavo Scaranelo: A banda começou com
um projeto que ocorreu há 20 anos atrás, chamado SECOND HEAVEN. Esse projeto não deixou registros, então nos
reencontramos quase 20 anos depois para gravar o material produzido naquela
época. Quando ouvimos o resultado percebemos que havia um novo projeto
nascendo, o HIGHER. Então
redirecionamos o trabalho para esse novo projeto. Novas composições surgiram,
assim como um tema central que está associada ao nome da banda, e então novas
letras e arranjos para as composições mais antigas. Quando nos demos conta,
havia um disco pronto.
BD: Quais as maiores dificuldades que estão
enfrentando no cenário?
Gustavo: Apesar de existirem
dificuldades referentes a esse mercado, sobretudo a preferência do público e de
algumas casas por bandas cover, estamos mais conectados com a parte positiva
disso tudo. O disco tem recebido ótimas críticas, inclusive da imprensa estrangeira.
Tem sido comum ler que nosso trabalho tem uma sonoridade original, e esse a é a
melhor resposta que poderíamos esperar para esse disco.
BD: Como estão as condições em sua cidade
em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?
Gustavo: Existem algumas casas voltadas
para o gênero. Recentemente tocamos em uma casa chamada Sebastian Bar, junto
com outras duas bandas de Metal autoral, e foi um evento muito legal. O público
apareceu e acredito que foi uma noite especial para todos. Mas não temos tocado
com muita regularidade, sobretudo porque estamos trabalhando nas composições do
novo disco, e esse é o foco no momento.
BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar
o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e
vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?
Gustavo: O Metal é um gênero musical e
não uma instituição criada por algumas bandas. Com o fim de qualquer banda o Metal
continuará existindo desde que o gênero seja praticado de alguma forma.
Acredito que há uma grande confusão com relação a isso. O material deixado por
essas bandas é muito maior que elas próprias, por si só. Mas as pessoas acabam
se apegando aos nomes, aos personagens, e a música às vezes é esquecida. Essa
jamais deixará de existir, e isso é o Metal, uma forma de fazer música.
BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta
para o cenário dar certo? Qual sua opinião?
Gustavo: Honestamente, não sei que
significaria o cenário “dar certo”. Existe, de fato, um cenário no Brasil e
isso significa que já “deu certo”, de alguma forma. Agora, é claro que isso
poderia melhorar, mas novamente me pergunto o que seria “melhorar”. Falo isso
porque os gêneros “underground” muitas vezes sofrem transformações quando saem
da condição “underground” e emergem para uma área de maior visibilidade, e é
claro que isso seria ótimo para o gênero, mas não sem um custo, ou sem
consequências. Noto que quanto maior visibilidade e aceitação um gênero tem por
parte do grande público, menos liberdade ele tem, mais parecido ele soa com
tudo, fica mais submetido ao mercado e menos à expressão artística do grupo em
questão. Mas acredito que se algo poderia trazer benefícios imensos à cena
nacional seria ter o público mais interessado no Metal nacional e, claro, um
maior número de bandas trabalhando com maior seriedade, investindo mais e se
dedicando aos projetos com disciplina e foco. Seria uma melhora das duas partes,
acho que isso já resultaria nas demais transformações: shows com melhor
remuneração (ou com alguma), com melhor estrutura e maior frequência. Se existe
uma demanda, os empresários (mesmo os pequenos) reagem a ela. As bandas muitas
vezes esperam por isso antes de se debruçarem de fato sobre o trabalho, mas
acredito no contrário, deve-se agir primeiro como um projeto ou banda grande,
depois você será reconhecido e tratado como tal.
BD: Deixem sua mensagem final para os
leitores.
Gustavo: Existem grandes trabalhos de Metal
sendo feitos no Brasil e no mundo hoje. Dêem uma chance às bandas que estão
surgindo, isso não significa que você deva ouvir sempre ou ir a shows de bandas
das quais vocês não gostam. Mas sim aceitar o convite para uma primeira audição,
não se pode dizer muito sobre o trabalho de alguém sem ouvir ao menos um disco
desse grupo. A partir disso, gostem ou não, cada um irá reagir de acordo.
Aproveito para agradecer todos os fãs do HIGHER e todos aqueles que tiveram ao
menos alguns minutos para o nosso trabalho. Espero encontrá-los em breve num
show! Obrigado ao Metal Samsara pela oportunidade de falar sobre o HIGHER!
Mais Informações:
www.youtube.com/higherMetalband
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