Ano: 2018
Tipo: Extended Play (EP)
Selo: Independente
Nacional
Tracklist:
1. Sacrifice of the Wicked
2. Rise of a Despot
3. Devils
Banda:
Germano Monteiro - Vocais
Amaudson Ximenes - Guitarra
Daniel Boyadjian - Guitarra solo
Fábio Barros - Teclados
Jolson Ximenes - Baixo
Mardonio Malheiros - Bateria
Ficha Técnica:
Sem informação
Contatos:
Site Oficial: http://obskure.zip.net/
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Instagram:
Bandcamp:
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Muitas vezes, quando penso em meu passado como um Metalhead,
tenho a certeza absoluta que nunca teria a mínima idéia de como o Metal iria se
tornar um gênero tão amplo musicalmente e abrangente em termos territoriais no
Brasil. Hoje, o nosso país tem bandas de alto gabarito por todos os seus
estados, de Norte a Sul, de Leste a Oeste. E também seria difícil de prever a
longevidade de alguns veteranos. E um desses veteranos é o OBSKURE, um sexteto de Death Metal vindo de Fortaleza (Ceará) que
detona ouvidos desde 1989. E é prazeroso saber que a banda está firme e forte,
como seu recém-lançado EP, “Sacrifice of
the Wicked”, está aqui para mostrar.
Firmes e fortes, o grupo não abre mão de sua música, de seu
Death Metal Old School técnico e agressivo, mas cheio de passagens atmosféricas
criadas pelos teclados. Óbvio que o tempo fez sua parte e foi tornando o
trabalho musical deles cada vez mais conciso e lapidado, mostrando como sua
música poderia render mais e mais. Logo, se percebe que no EP, a identidade
musical do grupo está intocada, mas que eles voltaram tão brutais e técnicos
como sempre. Óbvio que a cada lançamento eles vão evoluindo, mas nunca abrem
mão daquilo que são ou de seu discurso azedo. É um tiro nos tímpanos dos mais
chatos e conservadores, mas um deleite para os fãs.
Pode-se dizer que a produção de “Sacrifice of the Wicked” é a melhor que tiveram até os dias de
hoje, pois é a que consegue aliar a crueza dura da musicalidade da banda com
uma qualidade de audição ótima. A percepção é que os timbres continuam crus
como sempre, dando agressividade extra às músicas, mas em termos de mixagem e
masterização, a música soa clara, compacta e com muito peso. Na arte, tem-se o
teor azedo das críticas da banda ao momento político e econômico do Brasil.
O amadurecimento da banda é evidente no EP. Em termos de
composição, o OBSKURE está cada vez
mais exigente, sem perder sua espontaneidade. Percebe-se que os arranjos
criados para cada canção se encaixam perfeitamente, sem deixar espaços vazios.
Tudo funciona em harmonia, para que a banda soa cada vez mais compactada e
sólida para os ouvintes.
Belos arranjos sinistros de teclados adornam a brutalidade
de “Sacrifice of the Wicked”, cheia
de mudanças de ritmo que mostram o quanto baixo e bateria estão bem nesse EP.
Pianos sinistros dão o início ao massacre abusivamente bruto de “Rise of a Despot”, onde os riffs das
guitarras criam uma muralha compacta e sinuosa, fora os vocais variando bem os
timbres guturais (que contrastam com alguns urros guturais), e na letra se percebe
a dureza contra todos os políticos corruptos e ditadores. E fechando, temos “Devils”, versão do velho clássico do MOTORHEAD que está presente no CD “Going to Brazil … The Brazilian Tribute to
MOTORHEAD”, lançado ano passado pela Secret Service Records, e que mostra
que a banda sabe colocar sua personalidade em uma canção que não é de seu
estilo (a resenha do tributo pode ser lida aqui: https://metalsamsara.blogspot.com/2017/06/going-to-brazil-brazilian-tribute-to_30.html).
Esperemos que “Sacrifice
of the Wicked” seja o prenúncio de um novo álbum vindo por aí, pois já faz
cinco anos desde o lançamento de “Dense
Shades of Mankind”. No mais, divirtam-se, pois este EP é uma cacetada nos
tímpanos!
Nota: 90%