2017
Selo: Sangue Frio Records
Nacional
Nota: 8,5/10,0
Tracklist:
1. Intro
2.
Immortals
3. From
Life To Death
4. Mortal
Desire
5. Warlock
of the Underworld
6.
Demonized
7.
Extremely Against the World
8. Living
Blasphemia
9. Alien Tomb
Banda:
Jeferson Casagrande - Guitarras, vocais
Marco Antonio Zanco - Baixo
André Cândido - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://morthur.com/
Facebook: https://www.facebook.com/morthurband
Twitter:
Youtube:
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria: http://sanguefrioproducoes.com/artistas/MORTHUR/1
(Sangue Frio Produções)
E-mail: contato@phobosdarkart.com
Por Marcos “Big Daddy” Garcia
Em termos de Death Metal, já não é mais segredo que o Brasil
é um autêntico criadouro do gênero. Mas poucos parecem perceber que o útero
chamado cenário brasileiro é capaz de gerar bandas de Death Metal que não se
encaixam muito em certos padrões. Ouvidos mais treinados percebem que algumas
bandas parecem se negar a serem rotuladas, como é o caso do trio MORTHUR, de Erechim (RS), que chega
detonando os ouvidos alheios com “Between
the Existence and The End”, seu primeiro disco.
Em alguns pontos, podemos afirmar que o trio tem um enfoque
mais cru e agressivo, como as bandas do início dos anos 90 (especialmente a
escola inglesa, onde BENEDICTION e BOLT THROWER reinavam supremos) por
sua musicalidade, mas em outros momentos, eles se aproximam bastante do jeito
mais bruto e explosivo de se tocar o estilo, remetendo à escola americana
(alguns toques de DEICIDE e MORBID ANGEL são sensíveis aqui e ali).
Além disso, o “approach” usado pelo grupo de sua música não é ortodoxo ou
tradicionalista, e isso agrega muito valor. Ou seja, o MORTHUR une o velho ao novo sem pudores, e se sai muito bem nisso.
Aliás, bem até demais!
A produção de “Between
the Existence and The End” é do próprio trio em parceira com a Phobos Dark Arts, tendo a mixagem e
masterização feitas pelas mãos de Jeferson
Casagrande (guitarrista/vocalista do trio), e a sonoridade é clara e bem
pesada, mas com um impacto muito intenso. E é justamente essa sonoridade limpa
que os diferencia ainda mais do que já existe.
Em termos de capa, o grupo preferiu algo mais simples e
direto, um projeto gráfico todo baseado em tons de preto, branco e cinza. Mas
ele encaixa no contexto musical do grupo, e nos permite manter a atenção apenas
na música, que é o mais importante.
Energia fluindo dos falantes de uma forma espontânea,
agressividade com um alinhavo de qualidade, podemos aferir que o MORTHUR é uma banda inteligente. Como
dito, eles usam um “insight” longe de ser puritano, e percebe-se uma
preocupação estética enorme com os arranjos. Mas não se preocupem, pois os
vocais urrados em timbres guturais diferentes, os riffs raivosos e solos bem
pensados, e a coesão e peso de baixo e bateria criam um trabalho musical de
primeira.
Em oito pancadas diretas no fígado, o grupo se mostra muito
bem. Mas destacam-se a força de baixo e bateria nas mudanças de ritmo de “Immortals” e seu jeito Old School com
seus bumbos duplos velozes; a velocidade extrema e rispidez de “From Life to Death” adornadas com riffs
raivosos, aquela levada mais cadenciada e azeda que nos agarra pelos ouvidos e
transpira em algumas partes de “Mortal
Desire” (onde existem partes bem rápidas e violentas também), e esses elementos
são ouvidos mais uma vez na bordoada nos dentes chamada “Warlock of the Underworld” (nesta aqui, os vocais estão ótimos), o
abuso de velocidade em algumas partes e brutalidade cadenciada em outras nos
arranjos extremos de “Extremely Against
the World”, e o peso azedo e introspectivo de “Alien Tomb” e suas passagens mais sombrias.
Ou seja, o MORTHUR lutou por anos no underground por sua
chance, ela chegou, e eles desceram o malho em “Between the Existence and The End”. Ouçam sem restrições, mas
preparem os ouvidos e pescoços!