Início de atividades: 2010
Discos lançados: “Involution”
Formação atual: Rodrigo Sinopoli (vocal), Márcio Dassie
(guitarra), André Anjos (baixo) e Lucas Assunção (bateria)
Cidade/Estado: São Paulo/SP
BD: Como a banda começou? O
que os incentivou a formarem uma banda?
André Anjos: A banda nasceu entre amigos e a motivação foi
a paixão comum de todos pelo gênero: heavy metal. Todos já tinham tido alguma
experiência musical anterior em bandas cover e desta vez, desde o início, nosso
desejo foi em ser uma banda autoral, que produzisse conteúdo e participasse ativamente
da cena.
BD: Quais as maiores
dificuldades que estão enfrentando no cenário?
André: A maior
dificuldade tem sido a falta de espaço em casas de shows e a ausência de
eventos que promovam a divulgação de novas bandas. Atualmente tem sido bem
difícil encontrar oportunidades destas bandas mostrarem seus trabalhos. Mas
acreditamos que isso se dá pela baixa procura do público também.
Com relação a isso, vemos o cenário bem
“morno”. Parece que há um certo saudosismo no público que consome este gênero
que cria uma barreira que impede o fomento do cenário e a viabilização de novos
trabalhos, mantendo o público como consumidor apenas das grandes bandas, de
trabalhos de décadas atrás, ou ainda de bandas covers.
BD: Como estão as condições
em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A
estrutura é boa?
André : Aqui em São Paulo o cenário não é diferente.
Existem muitas casas destinadas ao público rock e com excelente estrutura para
apresentações, mas a maioria, para não dizer a totalidade, destina seu espaço à
grandes bandas, que trazem grandes públicos, ou a bandas que fazem covers de
bandas famosas. Este cenário desfavorece a cena autoral e principalmente as
bandas com trabalhos recentes.
O gênero por aqui tem se mantido pela força das
bandas mesmo, que hoje produzem suas músicas e discos de maneira totalmente
independente e com recursos próprios. O mesmo vemos acontecer com shows, onde
as bandas participam ativamente da produção dos eventos, divulgação,
estruturação e execução.
BD: Hoje em dia, muitos
gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e
outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de
comentário?
André: É um comentário bem estranho (rs). Sei lá,
dizer que está morrendo um gênero que já tem umas cinco décadas de existência,
gerou e ainda gera tanta influência não só na música, mas também na cultura,
estilo de vida... Não creio que o Metal esteja morrendo ou que um dia morrerá.
Quem participa do meio e acompanha o que acontece sabe que boas bandas, nas
mais diferentes vertentes do Metal, estão surgindo e renovando o gênero. Tem
sido assim no Brasil e no mundo.
Acho que esse comentário é fruto desse
saudosismo de parte do público, que ainda está agarrado aos grandes nomes do
metal que estão a se aposentar com o passar do tempo, naturalmente. Também, cabe
as novas bandas se posicionarem dentro deste cenário e assim encontrar um
caminho de comunicação com esse público “órfão”, que após o luto da perda há de
abrir os olhos para novas paixões (rs).
Essa é a dualidade que vivemos hoje, natural de
um processo de renovação.
BD: Em termos de Brasil, o
que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?
André: Pergunta difícil! Mas acho que falta os atores
da cena (público, bandas, produtores) entenderem que é responsabilidade
compartilhada destas figuras fazer a cena acontecer. É frequente a reclamação
de que a grande mídia não abre espaço para o gênero, que não há incentivos e
assim por diante. E não que não seja verdade, mas o que cada um de nós faz de
efetivo para mudar isso? Acredito que o caminho seja por aí, uma mudança de
mentalidade e atitude nossa, que gere barulho e faça o Metal chamar atenção de
cada vez mais gente.
BD: Deixem sua mensagem final
para os leitores.
André: Antes agradecemos a oportunidade dada pelos
amigos da Metal Samsara em divulgar nosso trabalho e o que pensamos. Muito
bacana essa reflexão sobre a cena! Aos leitores que estão nos conhecendo,
convidamos a ver nossos conteúdos nas redes sociais. E a todos, espero nos
encontrarmos nos próximos shows da Primator!
Mais Informações:
Ouça “To Mars”, do CD “Involution”: