domingo, 27 de agosto de 2017

HELLION COLLECTION V (Coletânea)


2017
Nacional

Nota: 8,8/10,0

Tracklist:

1. ATTICK DEMONS - Circle of Light
2. SOULSPELL - The Second Big Bang
3. MONSTER TRUCK - Don’t Tell Me How to Live
4. FUZZ EVIL - Killing the Sun
5. RIVAL SONS - Thundering Voices
6. CRACK JAW - Danger
7. RIFF RAFF - Give the Dead Man Some Water
8. LUCIFER’S FRIEND - Demolition Man
9. BODY COUNT - Walk With Me
10. PAIN OF SALVATION - Meaningless
11. GIRAFFE TONGUE ORCHESTRA - Adapt or Die
12. RIVAL BONES - You Know Who You Are
13. ROCK GODDESS - It’s More than Rock and Roll
14. SEVEN SPIRES - The Cabaret of Dreams
15. MARIUS DANIELSEN - Chamber of Wisdom
16. IRON FIRE - Iron Eagle
17. AYREON - Star of Sirrah
18. BEYOND THE BLACK - Dies Irae


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Quando vemos coletâneas, sempre fica a idéia que um selo/banda está caçando níqueis. Mas algumas fogem dessa regra, pois realmente buscam apresentar todo o “cast” de um selo aos fãs de uma forma mais simples e barata para todos. E a “Hellion Collection V”, mais um volume da coleção lançada pela gravadora Hellion Records, nos brinda com bandas lançadas pelo selo, e algumas surpresas contidas nela são sublimes.

Um dos diferenciais é a mistura entre nomes fortes e outros que estão começando, entre bandas do Brasil e outras do exterior, sem contar que o radicalismo passa longe do disco. Sim, você terá um autêntico “tem pra todo mundo” em mãos, mas que é fascinante trazendo músicas selecionadas a dedo, e que são todas ótimas.

Em termos de qualidade sonora, todas as faixas estão com uma gravação de primeira, só se diferenciando umas das outras pela abordagem estilística de cada banda, já que alguns necessitam de um som mais limpo (como o SOULSPELL), outros de algo mais orgânico (como o RIVAL SONS), e outros com uma qualidade estilo “pé na porta, bicuda de coturno nos dentes” (como o BODY COUNT). Mas cada uma tem sua beleza própria.

Todas as bandas estão ótimas, com canções escolhidas com muito cuidado. Mas em meio a 18 canções, algumas realmente de destacam, como a força tradicional do ATTICK DEMONS em “Circle of Light” (e seu ótimo trabalho nas guitarras), a sinfonia Metal do SOULSPELL em “The Second Big Bang”, a sujeira Stoner Rock grooveada do MONSTER TRUCK em “Don’t Tell Me How to Live” (reparem no vocal com um jeitão Bluesy essencial), as melodias envolventes do CRACK JAW na ótima “Danger”, o veterano Rocker LUCIFER’S FRIEND com as lindas melodias envolventes de “Demolition Man” (e o ótimo trabalho de John Lawton nos vocais é sempre fabuloso), o demolidor de queixos e preconceitos chamado BODY COUNT e sua pegada Hardcore/Thrash Metal com vocais de Rap em “Walk With Me” (uma surra de riffs, pegada pesada na base rítmica e muitos vocais insanos), o trabalho eclético e intenso do supergrupo GIRAFFE TONGUE ORCHESTRA em “Adapt or Die”, a crueza das Primeiras Damas do Hard’n’Roll ROCK GODDESS no hino “It’s More than Rock and Roll” (cru, direto e simples, mas sempre de alto nível), a pancada sinfônica agressiva do SEVEN SPIRES na grudenta “The Cabaret of Dreams” (que vocais de primeira!), a belíssima e envolvente “Chamber of Dreams” de MARIUS DANIELSEN (um Power Metal épico e melodioso com belas linhas vocais e riffs perfeitos), e o bom gosto sinfônico e criativo do BEYOND THE BLACK na excelente “Dies Irae”.

Uma ótima coletânea, daquelas que se coloca para tocar em repetição infinita.

MARILLION - Marbles in the Park (DVD)


2017
Nacional

Nota: 10,0/10,0

Tracklist:

1. The Invisible Man
2. Marbles I
3. Genie
4. Fantastic Place
5. The Only Unforgivable Thing
6. Marbles II
7. Ocean Cloud
8. Marbles III
9. The Damage
10. Don’t Hurt Yourself
11. You’re Gone
12. Angelina
13. Drilling Holes
14. Marbles IV
15. Neverland
16. Out of This World
17. King
18. Sound That Can’t Be Made
19. Trailer do documentário “Unconventional”


Banda:


Steve Hogarth - Vocais, teclados, guitarras, percussões
Steve Rothery - Guitarras, violões
Mark Kelly - Teclados, samples e efeitos, backing vocals, programação
Pete Trewavas - Baixo, backing vocals, guitarras adicionais, samples e efeitos
Ian Mosley - Bateria, percussão


Contatos:

Bandcamp:
Assessoria:

E-mail: band@marillion.com

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Quando uma banda lança um DVD ao vivo, muito se espera dele. Ainda mais se tratamos de um grupo influente e reconhecido. E ainda mais quando o nome é de uma banda do calibre do MARILLION. E graças aos esforços da Shinigami Records, os fãs brasileiros terão acesso mais barato ao DVD “Marbles in the Park”. E que show, pois se no CD duplo já era ótimo, no DVD é uma obra fantástica.

O DVD é uma gravação do evento “Marillion Weekend”, uma tradição do quinteto de tocarem um disco deles na íntegra a cada dois anos. Este é a edição de 2015, gravado em 21 de Março no Center Parcs, Port Zelande, na Holanda, e o disco contemplado é “Marbles”, de 2004. E como este autor afirmou na resenha do CD duplo, “Marbles” não é o disco mais clássico do grupo, mas ainda assim é uma obra de primeira, tanto que é seu maior sucesso comercial, e sua música  fala alto à mente e ao coração de qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade musical. Embora o som do grupo seja considerado “papo-cabeça”, é algo maravilhoso de se ver e ouvir.


A gravação e mixagem da parte sonora foram feitas por Michael Hunter, assim como é no CD. E ele deixou tudo limpo, com uma captação perfeita do que o grupo fez na apresentação, inclusive a participação do público. Já a parte visual é um trabalho de Tim Sidwell (que produziu, dirigiu e editou o trabalho) e de Jeremy Mason (co-produziu e é o diretor de fotografia), e souberam escolher muito bem as cenas. Todos os takes, closes e panorâmicas são ótimos, com as imagens se alternando sem ter um ritmo muito rápido. O resultado do trabalho deles é soberbo.

A apresentação gráfica do DVD é ótima. A arte gráfica e design de Simon Ward e as fotos de Alison Toon são perfeitas, dando todo o feeling ao vivo que o MARILLION precisa para o DVD. Mais fotos seriam bem vindas, mas já está excelente como está.

Novamente referenciando o review feito para o CD duplo, o MARILLION nunca foi unanimidade, já que os fãs mais fundamentalistas do Rock Progressivo (sim, existem bobões em todos os estilos) acham a banda comercial demais, enquanto o pessoal que gosta de Pop acha o som intimista e viajandão demais. A crítica os escrachava nos anos 80, mas o tempo, senhor de toda a sabedoria, mostrou que eles haviam vindo para ficar e conquistar. E aqui estão eles, promovendo uma sonoridade intimista, cabeça e introspectiva, cheia de influências de música Folk e Clássica, e sempre de bom gosto e que nos embala gentilmente. E não é à toa que são um sucesso nos dias de hoje, pois suaram a camisa e aguentaram muita porrada, coisa que desanimaria muitos.

Por serem um dos representantes mais conhecidos do que chamamos de Neo Progressive Rock, o aparato de palco é fantástico, com um jogo de luzes sensacional, um telão ao fundo exibindo closes da banda e imagens aleatórias que têm (ou não) muito a dizer sobre as canções em si. E, além disso, o quinteto é bem solto no palco, além de usarem apenas os aparatos tradicionais (guitarra, baixo, bateria, teclados e vocais) durante a apresentação, com alguns samples de narrativas e sons ambientais. É inebriante.

O repertório é quase todo de “Marbles”, trazendo as ótimas “The Invisible Man”, “Genie”, “Fantastic Place”, “The Only Unforgivable Thing”, “Ocean Cloud”, “The Damage”, “Don’t Hurt Yourself”, “You’re Gone”, “Angelina”, “Drilling Holes”, “Neverland”, que são entremeadas pelas quatro instrumentais climáticas “Marbles I”, “Marbles II”, “Marbles III” e “Marbles IV”. Todas são maravilhosas, e com a banda soando tão coesa, que não cabe exaltar uma ou outra e suas qualidades, pois o nível de composição e de arranjos do grupo é fantástico. E ainda temos “Out of This World” e “King”, de “Afraid of the Sunlight”, e “Sound That Can’t Be Made”, do disco de mesmo título, já que o tempo total do show de 132 minutos, ou seja, são duas horas e 12 minutos de uma viagem maravilhosa para todos os sentidos.

E para fechar, ainda temos o trailer do documentário “Unconventional”.

Mais uma vez: o DVD tem versão nacional, logo, corra até as lojas e adquira o seu antes que esgote!