2017
Selo: Hellion Records Brasil
Nacional
Nota: 9,7/10,0
Tracklist:
Disco 1:
1. The Day That the World Breaks Down
2. Sea of Machines
3. Everybody Dies
4. Star of Sirrah
5. All That Was
6. Run! Apocalypse! Run!
7. Condemned to Live
Disco 2:
1. Aquatic Race
2. The Dream Dissolves
3. Deathcry of a Race
4. Into the Ocean
5. Bay of Dreams
6. Planet Y is Alive!
7. The Source Will Flow
8. Journey to Forever
9. The Human Compulsion
10. March of the Machines
Banda:
Arjen Lucassen - Guitarras, baixo, bandolim, sintetizadores,
Hammond, solina strings
Ed Warby - Bateria
Convidados:
James LaBrie - Vocais (como o Historiador)
Tommy Karevik - Vocais (como o Líder da Oposição)
Tommy Rogers - Vocais (como Químico)
Simone Simons - Vocais (como a Conselheira)
Nils K. Rue - Vocais (como o Profeta)
Tobias Sammet - Vocais (como o Capitão)
Hansi Kürsch - Vocais (como o Astrônomo)
Michael Mills - Vocais (como TH-1)
Russell Allen - Vocais (como o Presidente)
Michael Eriksen - Vocais (como o Diplomata)
Floor Jansen - Vocais (como a Bióloga)
Zaher Zorgati - Vocais (como o Pregador)
Will Shaw - Backing vocals
Wilmer Waarbroek - Backing vocals
Lisette van den Berg - Backing vocals
Jan Willem Ketelaars - Backing vocals
Joost van den Broek - Piano
Ben Mathot - Violino
Maaike Peterse - Violoncelo
Jeroen Goossens - Instrumentos de sopro
Paul Gilbert - Guitarra solo
Guthrie Govan - Guitarra solo
Marcel Coenen - Guitarra solo
Mark Kelly - Sintetizadores
Contatos:
Site Oficial: http://www.arjenlucassen.com
Twitter:
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria:
E-mail: arjen@arjenlucassen.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Álbuns de Rock Progressivo ou de Prog Metal nunca são muito
simples de serem abordados. Digo isso devido à forte carga técnica e às muitas
variações instrumentais que existem em trabalhos do gênero. Muitos possuem a
mais errada das idéias: que discos do gênero são cansativos, enfadonhos e
entediantes.
Este autor costuma dizer que sempre surge um disco que
quebra qualquer tipo de concepção errada, que coloca regras e dogmas no chão. E
verdade seja dita: o multi-instrumentista e compositor holandês Arjen Lucassen é capaz de fazer
qualquer um rever suas idéias, especialmente quando falamos do projeto dele, o AYREON. E o décimo disco de estúdio
deste, chamado “The Source”,
realmente é destruidor de concepções errôneas.
Musicalmente falando, temos uma mistura de Metal Sinfônico
com elementos de Prog Metal e mesmo muita “vibe” de Rock Progressivo fluindo
desse disco. Óbvio que esse tipo de mistura não é lá tão novo assim, mesmo
porque o projeto já faz isso há quase 25 anos, mas a abordagem de Lucassen foge do trivial, pois mesmo os
momentos mis complexos de “The Source”
não quebram sua acessibilidade. Sim, é bem trabalhado, cheio de partes
Progressivas e sinfônicas, mas mantendo um enfoque melódico (proposital ou não)
de que o produto final possa ser assimilado por um público cada vez mais amplo.
E isso com uma gama de vocalistas e músicos convidados que faz o conceito de
Ópera Rock chegar bem perto de seu sentido mais interior: uma orquestra Heavy
Metal, onde somente Lucassen e Ed Warby (baterista do GOREFEST nos anos 90) sejam os músicos
que participam de todas as canções. E imaginem isso em um disco duplo de
estúdio!
E como já é de praxe, montar uma sonoridade consensual e
sólida com tanta gente assim é um verdadeiro parto sem anestesia. Só mesmo a
batuta do maestro Arjen Lucassen na
produção, mixagem e gravação para garantir isso, sendo que as vozes de James LaBrie, Hansi Kürsch, Tobias Sammet, Russell
Allen e Tommy Rogers foram
captadas por outros técnicos. E na masterização, Brett Caldas-Lima e Pieter
Kop fizeram um ótimo trabalho, garantindo que “The Source” soe pesado, claro e coeso, como se todos estivessem
trabalhando ao mesmo tempo e no mesmo estúdio (só o timbre da caixa que poderia
ser um pouco mais bem acabado).
A arte, por sua vez, é um trabalho primoroso de Yann Souetre, que buscou retratar todo
conceito da obra em sua arte, que ficou excelente, ancorando visualmente a
música dos dois discos.
Como já é de praxe em termos de discos do AYREON, “The Source” é um disco conceitual, e apresenta a volta do grupo ao
tema de ficção científica, em quatro diferentes partes (“The Frame”, “The Align of the Ten”, “The Transmigration” e “The Rebirth”). Mas óbvio que isso
acaba forçando a banda a se superar musicalmente, a ir adiante e criar algo diferenciado.
E conseguem, pois o disco é absurdamente ótimo.
É difícil achar uma música que se destaque, mas indicamos as
seguintes:
No disco 1, indicamos a longa e variada “The Day That the World Breaks Down”, com suas melodias grandiosas
e orquestrações singulares (fora belas guitarras), o belíssimo trabalho dos violinos
em “Sea of Machines” e seus belos
duetos e teclados, a graça sutil e Folk que surge espontaneamente em “All That Was” (que belíssimos vocais
femininos!), o sabor mais agridoce de “Run!
Apocalypse! Run!” e suas partes “heavyssívas” com ótimos teclados e bom
trabalho de baixo e bateria, e a bem trabalhada e cheia de arranjos melodiosos “Condemned to Live”.
No disco 2, temos uma pedrada bem pesada logo de cara que se
destaca, que é “Aquatic Race” e seus
riffs mais densos (embora existam partes melodiosas bem envolventes), a mezzo lenta e mezzo pesada “The Dream
Dissolves” (nas partes mais introspectivas, os teclados mostram arranjos
belíssimos), a belíssimas partes vocais em “Into
the Ocean” e seu jeitão Progressivo anos 70, a grandiosa e mais rápida “Planet Y is Alive!” (com muitas
guitarras ótimas e uma base rítmica excelente), a cálida e intimista “The Source Will Flow”, a ganchuda e
envolvente “Journey to Forever” com
seu refrão excelente e seus arranjos Progressivos/Folk que remetem bastante ao
Progressivo de nomes como YES e JETHRO TULL em certos momentos, mesmos
elementos presentes em “The Human
Compulsion”. E o encerramento quase agonizante e mecânico de “March of the Machines” nos chama à
reflexão dos perigos de usar demais a tecnologia.
Grandioso e complexo, mas acessível e envolvente, “The
Source” irá conquistar ainda mais fãs para o AYREON, sem dúvidas. E aproveitem a versão nacional, que a Hellion
Records colocou nas lojas!