terça-feira, 7 de novembro de 2017

MIASTHENIA - Antípodas (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 10,0/10,0


Tracklist:

1. Ymaguare
2. Novus Orbis Profanum
3. Conjupuyaras
4. Antípodas
5. Ossário
6. 1542
7. Araka’e
8. Bestiários Humanos


Banda:


Hécate - Vocais, teclados
Thormianak - Guitarras, baixo
Nygrom - Bateria


Contatos:

Site Oficial: http://miasthenia.com/
Twitter:
Instagram:
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/miasthenia/ (Metal Media)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


De alguns anos para cá, temos o surgimento de um movimento interessante no Brasil: o Levante do Metal Nativo, ou seja, as bandas que são conscientes das lendas mitológicas e cultura Pré-Colombiana. E elas têm a necessidade de levar adiante esse legado cultural da Alma Mater brasileira, tão judiada e esquecida por intelectuais e mesmo pelo público brasileiro de Metal.

E um dos nomes pioneiros nessa revolta é o do trio de Brasília MIASTHENIA, que há 23 anos luta no underground, sempre fazendo trabalhos relevantes e de bom gosto, e que chega com seu quinto álbum, “Antípodas”, que aqui é resenhado.

Fugindo da “capetologia” barata e manjada, o trio mergulha fundo nas lendas e mitos da América Pré-Colombiana, sempre embalados em um Pagan/Black Metal intenso e soturno, bem trabalhado e com excelentes melodias. A grande diferença é que em “Antípodas”, o grupo está explorando ainda mais seu lado melodioso, e mesmo duetos entre vozes masculinas e femininas podem ser notados. Se o simplismo nunca foi a tônica do trabalho musical do MIASTHENIA, mesmo com canções um pouco mais curtas, ele não se faz presente. E a energia crua e indomável do grupo se encontra em cada um dos detalhes do disco.

Em resumo: “Antípodas” é um disco maravilhoso, criativo e de altíssimo nível!

A produção é do veterano Caio “Dynahead” Cortonesi, que também fez a mixagem e masterização, tudo no BroadBand Studio, em Brasília. E mais uma vez, a qualidade sonora é muito boa, seca e bruta, mas sempre com aquela crueza essencial para o trabalho do grupo. Mas nem por isso é difícil de compreender os arranjos e melodias das canções, as linhas melódicas são bem definidas e os timbres instrumentais foram escolhidos com sabedoria.

A arte visual é assinada Márcio Menezes (da Blasphemator Art), com layout e encartes de Slanderer Crowley. Tudo transpira aquela aura de resistência nativa, da cultura perdida que clama por revide. E como ficou bonita nesses tons de verde. E se repararem direito, o Digipack possui contrastes em alto relevo na capa.

Hécate nas gravações do vídeo de “Conjupuyaras”
Musicalmente, “Antípodas” é o trabalho mais maduro do MIASTHENIA. Os arranjos e linhas melódicas sombrias se tornaram mais envolventes, ao mesmo tempo em que a essência da banda que conhecemos desde “XVI” se encontra intocada. Mas mesmo assim, percebe-se que o grupo está musicalmente mais maduro. Além do mais, mesmo que não seja a intenção, temos nas mãos um disco conceitual, narrando a empreitada do conquistador Francisco de Orellana (que ajudou Francisco Pizarro na conquista do Peru) que desceu o Rio Amazonas de sua origem nos Andes até o Oceano Atlântico, mas sob a perspectiva Pagã dos indígenas. Além disso, percebe-se a valorização do feminino no disco, a força da mulher emancipada e forte na figura das Amazonas (ou Coniupuyaras, como são chamadas no disco). Musicalmente, mais maduros, a banda está usando mais solos de guitarras que antes, duetos de vocais limpos com rasgados, ótima técnica instrumental, e justamente estes elementos dão mais vida à sua música de primeira que eles estão fazendo.

“Ymaguare” é uma introdução grandiosa e cheia de corais indígenas, mostrando a necessidade de se opor para se manter íntegro, que é seguida por “Novus Orbis Profanum” (ou “Novo Mundo Profano”), uma música cheia de linhas melódicas bem feitas, rica em grandes momentos de teclados e belas melodias das guitarras, tudo para mostrar a vinda dos colonizadores que vieram em busca de riquezas. Em “Conjupuyaras”, a brutalidade tétrica do grupo se alia a uma pegada mais dinâmica e alguns momentos ainda mais agressivos, mas reparem como os vocais estão de primeira (assim como baixo e bateria), tudo para contar a luta de Orellana contra a resistência por parte das Icamiabas (tribo guerreira formada exclusivamente de mulheres, conforme narrado por Frei Gaspar de Carvajal, um religioso que acompanhava Orellana). Em “Antípodas”, a banda mostra uma canção com uma forte ambientação sinistra, algo na sua pegada mais antiga, cheia de belos riffs de guitarra, tudo para que se compreenda que os colonizadores não conseguiam compreender a cultura dos povos da América, apenas sendo atormentado por pesadelos terríveis à luz da fé cristã, onde eram atormentados.  A saga do conquistador continua em “Ossário”, cheia de uma energia crua envolvente, onde mais uma vez as guitarras e teclados se mesclam em arranjos lúgubres, evocando os locais sagrados dos sacrifícios humanos das Amazonas, cheios de ossos. “1542” é o ano em que a jornada de Orellana se encerra na foz do Rio Amazonas, na Ilha de Marajó, onde ainda se encontra em fuga das Icamiabas, buscando retornar ao Velho Mundo, mas sob as maldições e pragas de suas perseguidoras que os acompanharão pelo resto da vida, e segue-se uma canção soturna e opressiva, onde os teclados e vocais ganham uma dimensão de maior destaque. Mais tradicionais no estilo da banda são “Araka’e” (arrasadora e rápida, com um trabalho excelente de baixo e bateria) e “Bestiários Humanos” (mais lenta, densa e introspectiva em seu início, mas logo ganha mais agressividade e energia, com guitarras ótimas e vocais rasgados incríveis), que apesar de aparentemente não estarem ligadas ao tronco principal das letras do disco, mostram a resistência dos povos pagãos da América do Sul aos ritos e costumes dos conquistadores. 

O MIASTHENIA é sempre excelente, um dos grandes nomes do Metal do Brasil. No fundo, “Antípodas” não só coroa um momento de pura criatividade da banda, mas mostra que o trabalho do grupo é grande demais para o Brasil.

E segue a resistência do Metal Nativo!



DR. GORI (03/11/2017 – Magé Tênis Clube – Magé/RJ)


Texto/Fotos: Marcos “Big Daddy” Garcia


Feriadões são complicados para o cenário musical, já que no RJ, é comum que grandes parcelas da população se desloquem para a Região dos Lagos do estado. Mas mesmo assim, o quarteto mageense DR. GORI fez sua parte e levou um bom público para as dependências do Magé Tênis Clube na quente sexta-feira, dia 03/11. O quarteto ainda aproveitou para fazer o lançamento oficial de seu DVD.

O público foi de pessoas que conheceram o trabalho de bandas locais como CENTRAL DO BRASIL, COMUM ACORDO, GOOX, ESTADO CRÍTICO e outros da segunda metade dos anos 80. Ou seja, pessoas que gostam do Rock Pop Brasil oitentista, e de bandas internacionais da época.


A noite estava agradável, o clima era quente (mas não sufocante), até que após as 23h00min, Jovani (vocais), Fábio (guitarras), Nideílson (baixo) e Marcelo “Uruba” (bateria) subiram ao palco e começaram sua apresentação.

O repertório do quarteto é composto de covers dos anos 80. Óbvio que o grupo possui canções próprias, mas deu ênfase a versões de bandas como ULTRAJE A RIGOR, LEGIÃO URBANA, BARÃO VERMELHO e outros. Acredito que, por ser um show comemorativo (lembrando: a banda estava lançando seu DVD), ou seja, uma festa onde se dispuseram a divertir o público e se divertirem, eles fizeram esta opção.

Ao vivo, a banda toda é muito coesa e se sai bem. Jovani canta bem, tem boa postura ao vivo e sabe se comunicar com o público, mesmo ponto forte do guitarrista Fábio (bom no que faz, se saindo bem mesmo nos momentos de improvisos). Nideílson é um ótimo baixista, toca bem, mas precisa urgentemente sair do fundo do palco, ser mais visto pelo público (timidez não faz parte do jogo, meu caro). Já Marcelo na bateria se sai muito bem, com boa técnica e segurando firme o ritmo.


O som estava bom, mas como o Magé Tênis Clube não possui a melhor acústica do mundo, o som da guitarra acabou ficando muito baixo. Sim, o som da banda estava claro, você conseguia ouvir os instrumentos, mas a guitarra estava baixa demais.

O show em si foi bem divertido e com uma boa dose de energia, com o público dançando ao som de músicas como “Por Que Que a Gente é Assim?”, “Nós Vamos Invadir Sua Praia”, além de momentos de participação de metais em alguns covers de LULU SANTOS e PARALAMAS DO SUCESSO. Mas os melhores momentos foram quando tocaram “Último Romântico” e “Lanterna dos Afogados”.


Uma crítica bem pessoal: um setlist mais curto seria bem vindo, além de uma fórmula de 50% do repertório ser de musicais autorais do grupo, e 50% dele de covers. Eu sei que se não houver covers não dá público, pois conheço o público da cidade. Mas teríamos como fazer uma análise um pouco mais profunda.


No mais, uma boa noite, diversão garantida para quem lá esteve no show, dor de cotovelo para quem não foi, e uma alternativa de diversão para quem não quis ficar se espremendo em casas de praia ou hospedarias lotadas em busca de água salgada.


SAMADHISITARAM: release vídeo for "SHANGRI LA"


Russian deathcore band SAMADHISITARAM launched new videoclip, entitled "SHANGRI LA", 8th track taken from the album - "KaliYuga Babalon", released on July 14 via Sliptrick records.



Band comments:
We always wanted to make a simple black and white video. These colors are classics forever, and it's magnetic! They reminds about Charlie Chaplin and Ingmar Bergman movies esthetics.

Black/Death Metal Crew VALDUR Release Official Video for "Divine Cessation"


Eastern Sierra Black/Death Metal crew VALDUR have released the official video for "Divine Cessation," the title track from the forthcoming album. Blacken the sky at:



VALDUR will release "Divine Cessation" December 1 on Bloody Mountain Records. The seven bloodied, snarling tracks therein stand upon a foundation built upon two decades' worth of filth, sweat, and metal. Frighteningly fierce and eschewing trend-chasing nonsense, "Divine Cessation" is proudly devoid of triggers, click tracks, and Pro-Tools! The album's title track can also be streamed at the following locations:



"Divine Cessation" was recorded at the Bloody Mountain Bunker by VALDUR, mixed by Matthew (Sxuperion), and mastered by Dan at Morbid Mastering. Album cover art comes courtesy of Farron Loathing.


Track List:

1. Breath of the Beast
2. Divine Cessation
3. The Tail
4. Seething Disgust
5. Doomed
6. Plague Born of a Dying Star*
7. Potent Black Orb

*Lead vocals by Sean Psykho Combat





Live photos by LoneWolf Productions

Line-up:

JF - vocals
Vuke - guitars
William - bass
Matthew - drums


Source: ClawHammer PR