Início
de atividades: Fev/2013
Discos
lançados: “A Glimpse Of Iluminnation”
(2016)
Formação
atual: Marcos Machado (guitarras),
Magoo Wise (baixo), Márcio Machado (voz, teclados), Cristiano Hulk (bateria)
Cidade/Estado: Porto
Alegre/RS
BD:
Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?
Marcos Machado: Após a minha saída da DISTRAUGHT em dez/2012 conversei com
meu falecido irmão Vitor já no hospital e imediatamente após eu ter relatado
minha saída ele sem pensar me convidou a remontar nosso projeto novamente.
Concordei com ele mas um pouco incrédulo pela situação da doença dele que tinha
se agravado. Na verdade ele sempre acreditou muito em nossas músicas, talvez
até mais que eu. Nossas músicas eram todas instrumentais sem uma letra definida
além de carecer de arranjos, solos e tudo mais, mas pro Vitor eram perfeitas.
Com o falecimento dele um mês depois de nossa conversa sobre a volta do projeto
entendi que aquela conversa era uma obrigação minha para que eu não me
aposentasse, que não desistisse de tudo, apesar de ter saído após 15 anos de DISTRAUGHT. Ele provavelmente entendeu que quando eu saí da DISTRAUGHT estava
sem rumo (e estava mesmo) e sugeriu o retorno de nossa banda. Então após poucas
semanas da morte dele a ideia não era formar uma banda inicialmente, mas
rearranjar todas as músicas e convidar alguém para colocar a voz. Simples
assim. Fiz as primeiras gravações de guitarra e as primeiras baterias
sampleadas com ajuda de um programa. Só depois disso que mencionei o projeto
pro meu outro irmão, Márcio Machado, mas realmente sem intenção de convidá-lo.
Ele ao escutar minha história se auto convidou, o que foi uma excelente
surpresa. Após um tempo fomos ao Estúdio Felipe Live e começamos a mexer em
algumas músicas e postamos uma foto e mencionamos o projeto. Então o Magoo Wise
da mesma forma sem conhecer nenhuma música se auto convidou para entrar também.
Claro que o Magoo já nos conhecia de longa data, mas foi legal saber que uma
pessoa confia em ti sem nem conhecer o conteúdo do projeto musical. Eu demorei
pra aceitar que alguém poderia fazer uma performance ao nível do que o Vitor
executava na bateria, pois queria que a música soasse como se ele mesmo tivesse
gravado a bateria. Pois através do Magoo essa pessoa apareceu depois e se chama
Lourenço Gil. Teve muita sensibilidade e respeitou muito o que criei e foi além
disso pois melhorou ainda mais a bateria. Então o que nos motivou a formar a
banda foi primeiramente a vontade de viver de meu falecido irmão e como ele
acreditava em nossa música. Eu não poderia recusar isso depois de entender que
ele queria muito estar nesse projeto e gostaria que ele estivesse ativo como
está agora.
BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?
Marcos: O cenário está bem difícil.
Tanto para nós que estamos retomando tudo do zero como para quem já está há
mais tempo e estruturado. Hoje há menos lugares pra tocar. Queremos marcar
shows mas está bem complicado, mas sei que vamos conseguir.
BD: Como
estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com
regularidade? A estrutura é boa?
Marcos: Como mencionei na pergunta
anterior, não está nada fácil não. Reduziram-se as opções para tocar em Porto
Alegre e isso atrapalha um pouco. Mas eu diria que tudo são fases. Existem
altos e baixos como em tudo. O importante é não desistir.
BD:
Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes
estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram
esse tipo de comentário?
Marcos: Eu diria que tudo tem um
começo e um fim. Bandas começam e bandas acabam, porém sempre as pessoas
esquecem que sempre vai haver outras bandas que vão crescer a tomar o lugar que
ficou vazio de outras bandas que se foram. Por isso não acredito em fim do Metal
mas em uma transformação e renovação do cenário, o que é normal e natural.
Temos que conviver com os alarmistas. Tem gente que diz há muito tempo que o
mundo até vai acabar. Talvez até vá, mas nem por isso as pessoas deixam de
seguir suas vidas. Quantas vezes disseram que o Rock acabou? Até perdemos a
conta. O Rock e o Heavy Metal estão dentro de mim e só vão morrer para mim
quando eu morrer. E deve ser assim para muitos que pensam como eu. É um estilo,
um meio de vida e minha religião.
BD: Em
termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?
Marcos: Temos um problema de ética
muito sério em nossas raízes, corrupção e o escambau, mas ao mesmo tempo temos
tanta gente apaixonada trabalhando com seriedade no meio que ainda acredito que
as coisas podem melhorar. É meio que nadar contra a corrente, mas somente nós
podemos fazer isso. Não podemos perder a esperança de que nosso cenário vá
melhorar. Precisamos de mais profissionalismo e seriedade mas também precisamos
acreditar mais e depois disso continuar acreditando. Somente na persistência
que conseguiremos.
BD:
Deixem sua mensagem final para os leitores.
Marcos: Agradeço demais a essa
oportunidade de estar dividindo com vocês um pouco de nossa história. Sabemos
da importância fundamental de meios de comunicação como o do Metal Samsara que
ajudam a manter vivo o cenário nacional. Aos fãs de Metal convido humildemente
para que entrem em nosso Facebook e conheçam um pouco de nossa música. Um forte
abraço a todos.
Mais
Informações:
Nenhum comentário:
Postar um comentário