terça-feira, 9 de janeiro de 2018

PESTILENCE - Hadeon


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Unholy Transcript
2. Non Physical Existent
3. Multi Dimensional
4. Oversoul
5. Materialization
6. Astral Projection
7. Discarnate Entity
8. Subvisions
9. Manifestations
10. Timeless
11. Ultra Demons
12. Layers of Reality
13. Electro Magnetic


Banda:


Patrick Mameli - Vocais, guitarras, baixo
Santiago Dobles - Guitarra solo
Tilen Hudrap - Baixo
Septimiu Hărşan - Bateria


Ficha Técnica:

Christian “Moschus” Moos - Mixagem
Dan Swanö - Masterização
Michał “Xaay” Loranc - Capa


Contatos:

Twitter:
Youtube:
Instagram:
Assessoria:

E-mail:

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Há estilos do Metal que ficam em evidência em certos momentos, e por isso, acabam marcando a vida de quem passou por eles. Só quem viveu a abrangência da NWOBHM, do US Metal e do Metal germânico na primeira metade dos anos 80, o Thrash Metal na segunda, a invasão do Death Metal nos anos 90, a chegada da SWOBM a partir de 1994 e outros pode explicar o sentimento de cada um desses movimentos. E como em cada movimento musical, existem aquelas bandas que sempre acabam ficando em nossa memória, mesmo que sejam as de status “cult”, ou seja, as que são importantes, mas que nunca se tornaram gigantes. E quando se fala em Death Metal holandês, dificilmente o nome do pioneiro PESTILENCE é deixado de lado. E após um segundo hiato, eles retomam a carga e lançam mais um míssil destruidor de ouvidos, chamado “Hadeon”.

Quem conhece o quarteto, sabe bem do que eles são capazes: Death Metal puro sangue, brutal e opressivo, e são capazes de deixar qualquer fã do estilo arrepiado. Mas mesmo usando da brutalidade tradicional, o “approach” usado em “Hadeon” é pode ser descrito da seguinte forma: o grupo continua com sua identidade Death Metal, mas com uma estética técnica muito bem feita e interessante. Basicamente, podemos dizer que “Hadeon” seria uma sequência natural de “Testimony of the Ancients”, de 1991, com aquela preocupação em ser diferente do que os outros faziam na época, impondo um pouco mais de técnica ao som agressivo costumeiro.

Ou seja, “Hadeon” veio para quebrar ossos!

A sonoridade do disco é altamente explosiva e impactante, como um álbum de Death Metal precisa ser. Obviamente que a banda não renega a estética sonora mais burilada e que permite que seu som impactante seja compreendido. A crueza estilística do gênero repousa totalmente nas canções, nos timbres instrumentais que foram escolhidos. E a capa é uma repaginada nos elementos clássicos vistos nos anos 90, nas capas de “Testimony of the Ancients” e “Spheres”, só que transpostas para os tempos atuais. E isso mostra que o PESTILENCE está voraz, faminto por retomar seu lugar devido!

E verdade seja dita: eles merecem muito respeito, pois o Death Metal como um todo seria mais pobre sem o PESTILENCE. São uma das primeiras bandas a investir no que viria a ser chamado Techno Death Metal, e mostrar que existiam possibilidades infinitas no estilo. E em “Hadeon”, eles destilam uma forma de música que é superior ao que fizeram na volta do primeiro hiato. Além de uma musicalidade bem trabalhada e brutal, se percebe que os arranjos criados só adicionam mais tempero a pancadaria desenfreada que eles desencadeiam.

E é bom prepararem os ouvidos, pois a carnificina é evidente!

Melhores momentos de um disco excelente: a massacrante e moedora de ossos “Non Physical Existent”, uma canção rápida, recheada de riffs trabalhados com aquele toque pessoal do grupo; a brutalidade extrema de “Multi Dimensional” (mas percebam que baixo e bateria dão uma exibição de gala, criando uma base rítmica muito bem trabalhada, embora muito pesada); a azeda e cadenciada “Oversoul” e seus riffs sinuosos e solos rascantes; “Materialization” e seu jeito um pouco mais tradicional (mas com as guitarras vomitando riffs de primeira); a podreira veloz e empolgante de “Discarnate Entity” e seus tempos bem trabalhados; a força bruta de baixo e bateria nos tempos variados de “Manifestations”; a expressividade sufocante e opressiva de “Timeless” e seus vocais guturais alinhavados com uma base instrumental instigante; e o assassinato musical cometido pela fabulosa “Layers of Reality”.

Se você é fã de Metal extremo, “Hadeon” foi feito para você, logo, presencie o renascimento do PESTILENCE, e aproveitem, pois além desse, a Hammerheart Records Brasil já relançou as versões duplas de “Malleus Maleficarum” (1988), “Consuming Impulse” (1989) e “Testimony of the Ancients” (1991). E a “Consuming Latin America” vem aí, com 6 shows no Brasil em Abril!


Até lá, “Hadeon” é uma excelente pedida, e será lançado em março no Brasil, simultaneamente ao Velho Continente.

Nota: 100%

FABIANO NEGRI - When Nothing is Right, Anything is Possible


Ano: 2017
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1. Modern Old Times
2. Dear Captain
3. The Long Run
4. My Flesh
5. Absolutely!
6. The Apple and The Beast (Bonus)


Banda:


Fabiano Negri - Vocais, violão, baixo, bateria, teclados


Ficha Técnica:

Fabiano Negri - Produção
Ric Palma - Produção, gravação, mixagem, masterização, baixo, violão
Arte - Atila Fabbio
Cyro Zuzi - Bateria
Rodrigo Andreiuk - Piano


Contatos:

Site Oficial: www.fabianonegri.com
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria:


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Em termos de crise econômica (e muitas vezes, criativa) em nosso país, em que um novo episódio histórico tenebroso começa a se desenhar no horizonte, o bom e velho Rock’n’Roll parece ser a saída que FABIANO NEGRI (conhecido por seu trabalho com o REI LAGARTO) nos aponta. E usando de seu talento como cantor e compositor, ele nos brinda com mais um ótimo trabalho, que se chama sugestivamente “When Nothing is Right, Anything is Possible”.

Quando nada está correto, tudo é possível, logo, o que temos em mãos é o bom e velho Rock’n’Roll de raiz, melodioso e com aquele toque de psicodelia dos anos 70. Mas não se preocupem, pois o trabalho soa atual e vibrante, com uma energia envolvente e terna. Refrãos de primeira ajudam as canções a serem assimiladas mais facilmente pelo ouvinte, bem como alguns elementos de Pop e MPB dão as caras vez por outra no disco. E sim, é viciante!

A produção ficou muito boa. Em termos sonoros, trazer o Rock do passado ao presente sem soar datado e mofado é uma tarefa ingrata, mas que em “When Nothing is Right, Anything is Possible”se tornou uma realidade. Tudo está esteticamente perfeito, em seus devidos lugares, e com timbres bem sacados. E a capa é muito boa, bem feita e com o devido cuidado para não ser algo opulento, ou mesmo cheio de detalhes que desviariam a atenção da música.

A voz versátil de Fabiano é um dos pontos fortes do trabalho, mas para tanto, é necessário um instrumental igualmente capaz de lhe dar sustento. E encontramos isso em cada uma das seis faixas de “When Nothing is Right, Anything is Possible”, pois os arranjos de guitarras, baixo, bateria, teclados, violão e piano foram muito bem pensados, explorando possibilidades que permitiram que todo feeling delas fosse sentido.

“Modern Old Times” é um rockão denso e com boas melodias, além de uma dose saudável de psicodelia (reparem como baixo e bateria estão bem, criando uma base sólida e bem feita), enquanto “Dear Captain” já mostra um andamento não tão veloz e um foco mais intimista (onde vocais e backing vocals estão muito bem). Ainda mais intimista e cativante é “The Long Run”, com uma forte carga de sentimento e uma estruturação harmônica que dá aos vocais, seja nos momentos mais lentos ou nos de maiores crescendo. “My Flesh” é pesada, permeada por um azedume das guitarras que deixa tudo mais agressivo, mas sem que as melodias sejam perdidas. O lado mezzo melancólico do Jazz surge em “Absolutely!”, com belos pianos dando aquela ambientação intimista e noir onde baixo e bateria são muito importante. E fechando, temos a belíssima versão para “The Apple and The Beast”, com belos violinos e muito feeling fluindo das caixas de som.

O disco é do ano passado, mas se percebe que o talento de Fabiano faz com que “When Nothing is Right, Anything is Possible” seja atemporal. Ouça hoje e amanhã, ouça para sempre, pois esse disco é fenomenal!

Nota: 93%


KINGS WILL FALL - Thrash Force.One


Ano: 2017
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Importado


Tracklist:

1. In Dead & Mud & Misery
2. Toxic War  
3. Shots for Glory
4. Burn All Fuel
5. Endless Pain
6. Damage Crown
7. Buster
8. Gängster 1948
9. We Are Motörhead


Banda:


Fabian Jung - Vocais
Daniel Vanzo - Baixo, backing vocals
Rene Thaler - Guitarras
Lukas Gross - Bateria


Ficha Técnica:

Sem informações


Contatos:

Site Oficial:


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Existem discos que parecem verdadeiras usinas nucleares em termos de energia. Óbvio que este não é o único ponto para se fazer um bom trabalho, mas já é um ótimo início. E o quarteto italiano KINGS WILL FALL é capaz de desencadear energia em escalas semelhantes àquela medida em um desastre nuclear. Basta uma ouvida no primeiro “Full Length” da banda, chamado “Thrash Force.One”.

Furioso, moderno e agressivo, com algumas doses de Groove aqui e ali, a banda não faz uso de uma fórmula musical exatamente nova, mas em compensação, usam de alguns momentos extremos herdados do Death Metal que encaixaram como uma luva no trabalho dele, e lhes confere um toque diferenciado. E se preparem, pois a musicalidade violenta do grupo é viciante!

A sonoridade de “Thrash Force.One” é muito boa. O quarteto e o produtor souberam dar uma qualidade sonora pesada, densa e brutal, mas soando clara e com todos os arranjos instrumentais soando audíveis e sem problemas em serem compreendidos, com algum “feeling” de disco ao vivo (já que há momentos em que não existem bases de guitarras dando suporte aos solos). Sonoramente, é um apocalipse de agressividade, mas limpo e inteligível. E em termos de arte, a capa deixa claro o conteúdo azedo das letras da banda.

Os “Thrash Metal Maniacs” italianos desse quarteto mostram um talento inegável para o estilo, pois mesmo com claras influências de NUCLEAR ASSAULT, EXODUS e outros gigantes americanos, eles mostram uma sonoridade personalizada, reescrevem sua música conforme a vontade deles, e não seguindo modelos pré-estabelecidos. Muita energia, boa técnica, arranjos eficientes, e um tesão absurdo por fazer aquilo que gostam.

Musicalmente, “Thrash Force.One” é bom do início ao fim, viciante para fãs de Thtash Metal, mas a brutalidade desmedida de “Toxic War” e seus riffs de primeira, a ferocidade de “Shots for Glory” e o trabalho excelente de baixo e bateria (reparem que há um pouco de Groove nesta canção), a pancadaria bem trabalhada mostrada em “Burn All Fuel”, a Thrash/Crossover curta e grossa “Damage Crown” (que mostra vocais muito bons), e a opressão dos tempos mais lentos mostrados em “Gängster 1948” são garantias de diversão e torcicolos para todos. Mas não se pode deixar de citar a versão bruta e rasgada para o hino “We Are Motörhead”, do velho esmagador de crânios chamado MOTÖRHEAD, em que os italianos mostram o quanto o trio inglês é seminal para o Thrash Metal.

Com esses caras não se brinca, logo, ouça “Thrash Force.One” no mais alto volume, e veja como o KINGS WILL FALL tem potencial para rachar crânios e causar dores de pescoço.

Nota: 88%