Full Length (Duplo CD
- Relançamento)
2017
Tracklist:
CD 1 (Land
of the Free):
1.
Rebellion in Dreamland
2. Man on a
Mission
3.
Fairytale
4. All of
the Damned
5. Rising
of the Damned
6. Gods of
Deliverance
7. Farewell
8.
Salvation’s Calling
9. Land of
the Free
10. The
Saviour
11. Abyss
of the Void
12. Time to
Break Free
13.
Afterlife
CD 2
(Bônus):
1. Heavy
Metal Mania (cover do HOLOCAUST)
2. As Time
Goes By (versão da pré-produção)
3. The
Silence ‘95
4. Dream
Healer (instrumental) (ao vivo nos Chameleon Studios 2017)
5. Tribute
to the Past (instrumental) (ao vivo nos Chameleon Studios 2017)
6. Heaven
Can Wait (instrumental) (ao vivo nos Chameleon Studios 2016)
7. Valley
of the King (instrumental) (ao vivo nos Chameleon Studios 2016)
Banda:
Kai Hansen - Vocais, guitarras
Dirk Schlächter - Guitarras
Jan Rubach - Baixo
Jan Rubach - Baixo
Thomas Nack
- Bateria, backing vocals
Convidados:
Michael
Kiske - Vocais em “Time to Break Free”, vocals adicionais e chorais em “Land of
the Free”
Hansi
Kürsch - Vocais adicionais em “Farewell”, corais em “Rebellion in Dreamland”, “Farewell”
e “Land of the Free”
Catharina
Boutari - Corais em “Rebellion in Dreamland”, “Man on a Mission”, “All of the
Damned” e “Abyss of the World”
Sascha Paeth - Teclados adicionais
Hacky
Hackmann - Corais
Axel
Naschke - Corais em “Man on a Mission”, “All
of the Damned”, “Gods of Deliverance”, “Salvation’s Calling” e “Abyss to the
World”
Contatos:
Site Oficial: http://www.gammaray.org/
Twitter:
Youtube:
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Ano de 1995.
Ralf Scheepers
vivia em uma cidade ao sul da Alemanha, enquanto o resto do grupo residia em
Hamburgo, ao norte. Ralf só poderia ir para Hamburgo nos fins de semana, e isso
deixava tudo mais difícil. O GAMMA RAY
já estava se profissionalizando e tendo muitas exigências, já que “Insanity and Genius” os catapultara
para o sucesso, especialmente no Japão.
Ralf ficava
ressentido, se achando incomodado com sua posição (somente ele não era da
cidade), então conversou com a banda e saiu de forma amigável (que foi em busca
da vaga deixada por Rob Halford no JUDAS PRIEST). Óbvio houve uma busca para alguém que pudesse
assumir o posto de vocalista (inclusive muitos acreditaram que Michael Kiske, que havia acabado de
sair do HELLOWEEN e era amigo de
longa data de Kai Hansen, iria entrar
no grupo, o que não ocorreu por que Michael
queria fazer algo em termos de carreira solo). Mas devido aos pedidos de amigos
e fãs, e porque ele já cantava nos ensaios do grupo na ausência de Ralf, Kai resolveu assumir o posto.
Pronto, tudo que era preciso para que o GAMMA RAY alcançasse o sucesso mundial aconteceu. Mesmo com “Heading for Tomorrow”, “Sigh No More” e “Insanity and Genius” sendo muito bem recebidos por público e
crítica, é “Land of the Free” que
causou um autêntico “boom” na carreira do quarteto, elevando-os definitivamente
ao sucesso. E hoje, 22 anos depois, ele é relançado em uma versão comemorativa
de aniversário do grupo, remasterizado e em versão dupla em CD. Um presente aos
fãs que a Shinigami Records (em
parceria com a earMUSIC) lança em
nosso país.
Mas o que o disco tem que chamou tanto a atenção do público
assim?
É fato que o GAMMA
RAY estava crescendo muito desde seu surgimento em 1989, mas como uma
grande parte dos fãs da banda eram herdados dos tempos dele no HELLOWEEN, e muitos amavam a voz de Kai (que cantara no EP “Helloween”, no álbum “Walls of Jericho” e no Single “Judas”). Além disso, o álbum vem com
um material de alto nível (sendo o primeiro de uma trinca imbatível), muito bem
arranjado. Mas ao mesmo tempo, o estilo da banda deu uma guinada para algo mais
rápido e agressivo, bem próximo do que era feito pela antiga banda de Kai quando ele ainda cantava, mas sem perder o pique e características mais intrínsecas de sua personalidade.
“Land of the Free” tem
a produção assinada por Kai e Dirk (eterno companheiro na banda),
enquanto Charlie Bauerfeind fez a
mixagem. A masterização
original é de Ralf Lindner. Tudo
para que o disco soasse pesado, agressivo e limpo. Para a época, era uma
produção de alto nível, dando à “Land of
the Free” uma sonoridade cheia, que nos permitisse compreender tudo que é
tocado sem muitos esforços. E para dar uma atualizada, um novo frescor, Eike Freese, como nos relançamentos
anteriores, foi quem deu uma remasterizada.
A arte desse relançamento é nova. As ilustrações são de Hervé Monjeaud, enquanto o design é de Alexander Mertsch. Tudo para dar um
brilho extra, inclusive com muitas fotos e memorabilia da época. Mas a arte original
se encontra na contracapa do encarte, para manter a lembrança do lançamento de
1995. Nela, se vê a figura que é vista na capa de “Walls of Jericho”, que na época chamavam de Fangface.
E a presença de Fangface
na época já dava pistas do que seria encontrado em termos musicais em “Land of the Free”: pode-se dizer que a
musicalidade encontrada é uma sequência lógica de “Walls of Jericho”, algo mais visceral e duro, mesmo em meio às
melodias intrincadas e bem feitas da banda. Mas mesmo assim, os duetos de
guitarras, os solos, a técnica pesada de baixo e bateria, além das intervenções
de teclado, deram uma carga mais pesada ao grupo. E nem mencionamos ainda a
presença de convidados ilustres, citados acima.
E musicalmente, “Land
of the Free” marca o início de uma ascensão meteórica do GAMMA RAY. Tudo porque em existem
clássicos que persistem nos setlists dos shows até os dias de hoje, como as
destruidoras de pescoços “Rebellion in
Dreamland” e “Man on a Mission” (ambas
cheias de ótimas mudanças rítmicas e belos duetos de guitarras, fora os chorais
grandiosos), a curta e rápida “Fairytale”,
a pegada dura e agressiva de “Gods of
Deliverance” (onde baixo e bateria debulham, mantendo um peso absurdo e
diversificado), a emotiva “Farewell”
e seus lindos arranjos de piano (uma homenagem ao amigo Ingo Schwichtenberg, ex-baterista do HELLOWEEN que se suicidou em março de 1995), a excitante e
envolvente “Land of the Free” e seus
corais formidáveis (além de bels arranjos), e a selvageria de “Time to Break Free” (os vocais de Michael Kiske casaram como uma luva com
o som do grupo). Essas são as melhores do disco 1, que é são as canções originais do disco.
Mas como toda festa tem presentes, eles estão no disco 2.
Primeiro, uma versão do grupo para o clássico “Heavy Metal Mania”, do grupo da NWOBHM
HOLOCAUST, que ficou excelente nessa
roupagem mais moderna (e era bônus exclusivo da versão japonesa do CD), a
inédita “As Time Goes By” (faixa de “Sign No More” em sua versão da
pré-produção, com vocais de Kai),
além de “The Silence ‘95” (que só
aparecera no EP “Silent Miracles”),
além das versões instrumentais ao vivo de
“Dream Healer”, “Tribute to the Past”, “Heaven Can Wait” e “Valley of the King”, todas Chameleon
Studios em 2017 (as duas primeiras) e em 2016 (as duas últimas).
No mais, para quem ainda não tinha “Land of the Free”, é uma ótima chance de adquirir sua cópia. Para
quem tem a original vale pela remasterização e pelos extras. E para todos, um
disco fenomenal!
Nota: 10,0/10,0