2017
Selo: Kill Again Records
Nacional
Nota: 8,3/10,0
Tracklist:
1. Infernal
Rise
2. False
Messiah
Banda:
Poney - Baixo, vocais
Capaça - Guitarras
Cambito - Guitarras
Batera - Bateria
Contatos:
Site Oficial:
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Bandcamp: https://violatorthrash.bandcamp.com/
Assessoria:
E-mail: contact@violatorthrash.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Ficar muitos anos sem gravar algo novo pode ser muito ruim
para bandas do underground. Mesmo no formato de hoje, onde não se consegue
ganhar mais algum dinheiro com venda de discos, mas com turnês e venda de merchandising,
permanecer longe do estúdio pode dar a ideia de que uma banda ou está em um hiato
ou acabou. E apesar das polêmicas recentes, que alguns davam como sinal de
desespero de quem chegou ao amargo fim, o quarteto VIOLATOR, de Brasília, está de volta com um novo lançamento, o EP “The Hidden Face of Death”.
A verdade é: a ausência de alguns anos sem lançar material
inédito parece ter feito bem ao grupo, já que a fórmula do Retro-Thrash deles
aparentava dar sinais de cansaço em “Scenarios
of Brutality” (de 2013). O grupo ainda está na mesma linha de antes, embora
com um “approach” mais duro e agressivo, aparentemente revisando influências do
SLAYER. E soando mais sujo, ganhou
mais peso, e se percebe que, mesmo ainda velozes, já surgem momentos mais
cadenciados, mostrando que o grupo compreendeu que tocar rápido não é soar
agressivo, e assim ganhou diversidade e mais técnica.
Traduzindo: é o bom e velho VIOLATOR que os fãs tanto gostam, apenas com um jeitão revigorado e
agressivo.
Produzido por eles mesmos, e gravado no C.L. Áudio Estúdio, em Brasília, com a mixagem e masterização
feitas por Jarret Pritchard nos EUA,
os rapazes buscaram algo mais sujo e bruto para sua sonoridade. Até soa bem
artesanal, mais orgânico, mas sem deixar de ter aquela preocupação com a
clareza necessária para que as canções sejam compreendidas. E acertaram a mão,
digamos de passagem, embora não esteja perfeito.
A arte de Eric Cruz
para a capa é antenada com os velhos temas de filmes de horror dos anos 80, e
ficou muito boa.
Mais uma vez: não esperem que o VIOLATOR tenha mudado sua forma de fazer sua música. Isso não,
embora estejam mostrando uma boa evolução e maior preocupação com a estética
final de suas músicas. Os arranjos e busca por passagens mais lentas mostra que
a experiência os fez amadurecer. E nisso, eles mostram porque foram um dos
pilares do Thrash Metal brasileiro no momento em que o gênero se reerguia após
anos de pouca exposição no underground.
Em mãos, temos as canções da versão em vinil do 7”, onde
constam duas canções: no lado “Evil” está “Infernal
Rise”, com uma introdução tenebrosa à lá “Hell Awaits”, e é recheada de bons riffs e vocais, mudanças de
ritmo providenciais e um peso enorme; no lado “Dead”, por sua vez, temos “False
Messiah” (não me perguntem se tem relação com a polêmica com o dePUTAdo
conservador, pois não é o foco da resenha), bem trabalhada, bons arranjos e uma
surra de peso vinda da base rítmica. E a versão do vinil é limitada a 300 cópias
numeradas a mão pela banda, e ainda tem pôster e sticker de presente.
A versão em CD, por sua vez, tem alguns extras
interessantes: versões para “Nausea”
do HERESY (uma velha banda de HC/Punk
inglesa dos anos 80) e “Igreja Universal”
(do RATOS DE PORÃO), além de “United for Thrash” e “Deadly Sadistic Experiments”, gravadas
ao vivo no Kill Again Metal Fest 2011. Nesta versão também existe pôster e sticker, mas apenas para as primeiras 200 cópias (a tiragem é de 1000 cópias).
“The Hidden Face of
Death” vem em boa hora, mostrando que o VIOLATOR não parou e que continua ativo. Mas para a banda que tem o
nome que eles têm, duas músicas inéditas deixam um gosto de “quero mais” para os fãs do estilo, logo,
hora de pensarem em mais um álbum.