segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

THUNDERSPELL (Heavy Metal - Belém/PA)


Início de atividades: 2010

Discos lançados: “Battle Scream” (2015)

Formação atual: Hugo Andrey (guitarra), Leo Rodrigues (vocal), Bruno Tavares (guitarra), Paulo Wallace (Bateria), Bruno Gibson (baixo)

Cidade/Estado: Belém/PA




BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?

A Banda foi formada na cidade de Belém do Pará no ano de 2010 pelo Hugo Andrey. Por possuir um gosto muito forte por bandas de heavy metal, Hugo Andrey que também tocava e uma banda antiga e muito conhecida na cena local e nacional chamada Retaliatory (Death/Thrash), decidiu formar o THUNDERSPELL após sua saída do Retaliatory. No início da banda ocorreram muitas mudanças de integrantes, o que era natural pois o THUNDERSPELL buscava pessoas que se identificassem com a proposta musical da mesma. Após alguns anos de busca, a banda encontra estabilidade com a entrada de músicos experientes oriundos de outras bandas da cena local do metal paraense. Ficando assim com a atual formação com: Bruno Tavares (guitarra), Leo Rodrigues (vocal), Bruno Gibson (baixo), Paulo Wallace (Bateria) e Hugowar Andrey (guitarra).


BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?

A maior dificuldade que percebemos é a distância e o auto custo de passagens, pois moramos na região norte. Existem muitos Headbangers espalhados pelo Brasil que gostariam de nos verem tocando na sua cidade, só que a falta de apoio e a instabilidade financeira do país é uma triste realidade e torna muito difícil um produtor underground bancar tudo sozinho. Porém não desanimamos e sempre procuramos alternativas viáveis para que possam tornar possível levar o nosso som para todos os cantos do país.


BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?

Apesar de muitos dizerem que a cena está fraca em Belém eu vejo de outra forma. Acredito que a cena está muito forte e em plena ascensão. Muitas bandas locais produzindo materiais com nível profissional altíssimo, entre elas posso destacar: Methademic, Sand Crusader, Empeiria, Retaliatory, Opera Queen, etc. Durante a BATTLE SCREAM TOUR mantivemos uma boa média de shows tocamos em várias cidades e estados, que foi uma grata surpresa pois esse é o nosso primeiro álbum lançado e a aceitação por parte dos Metalheads por onde passamos foi incrível. Não temos o que reclamar da estrutura de Belém quanto das cidades por onde passamos, pois todas ofereceram um excelente suporte para banda.


BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?

O Metal não está morrendo e nunca morrerá enquanto existirem os verdadeiros metalheads que apoiam o movimento. É claro que está ocorrendo uma transformação e uma transição natural, pois mais cedo ou mais tarde os grandes ícones do Heavy Metal mundial iram parar. Cabe as futuras gerações propagar a herança e o legado que elas estão deixando para nós. Comentários pessimistas e comparações saudosistas sempre haverão, o chamado confronto de gerações. Mas o Metal nunca morrerá.


BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?

Esse é um assunto complicado, pois envolve vários fatores, mas o principal de todos seria a falta de Apoio, seja por parte de empresas privadas, governo, mídia, público em geral etc. Falta também o próprio Headbanger brasileiro acreditar nas bandas do seu país, e valorizar verdadeiramente o que é produzido aqui.


BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.

Queria agradecer o espaço, iniciativas assim são muito importantes para as bandas undergrounds poderem mostrarem o seu trabalho. Se você ficou interessado é só procurar o THUNDERSPELL nas redes sociais (Facebook, YouTube, etc). Temos um álbum “Battle Scream” lançado de forma independente em 2015, quem quiser adquirir é só entrar em contato com a gente.

Valeu!

HEAVY METAL WILL NEVER DIE!


Links para contatos:



Links para audição:

Let Me Live Metal (clipe): https://www.youtube.com/watch?v=-fBhn82BzwM   
FirePower (Raven Cover) (clipe): https://www.youtube.com/watch?v=77DBHekXcW8  
Black Flames (clipe): https://youtu.be/8u14PUXT7P0
Entrevista2: https://youtu.be/DNL62qIhRg0

Veja o vídeo de Shadow Zone:

SIRIUN - In Chaos We Trust (Álbum)


2017
Selo: Independente
Nacional

Nota: 9,4/10,0

Tracklist:

1.      Mass Control
2.      Infected
3.      Spread of Hate
4.      Cosmogenesis
5.      In Chaos We Trust
6.      Transmutation
7.      Intent       
8.      Becoming Aware


Banda:


Alexandre Castellan - Guitarras, vocais
Hugo Machado - Baixo

Convidados:

Kevin Talley - Bateria


Contatos:

Assessoria: http://wargodspress.net/site/ (Wargods Press)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


As bandas de Metal nacional são obrigadas, desde cedo, a enfrentarem enormes dificuldades, e apenas os mais aptos e raçudos são capazes de sobreviver. É um dispositivo semelhante ao que a natureza usa para selecionar as espécies mais aptas para se perpetuarem. Nem sempre é justo, mas é assim. E uma banda que ainda se encontra nos porões do underground, mas com enormes possibilidades de crescimento, é o grupo SIRIUN, natural da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Basta uma ouvida em “In Chaos We Trust”, disco de estreia deles, e perceber isso claramente.

Basicamente, a banda usa de tantas influências musicais diferentes que fica bem difícil de rotular o que eles fazem. É algo abrasivo e moderno, mas recheado de melodias e passagens de música oriental e toques experimentais em termos musicais. E sobram energia e agressividade no trabalho deles, logo, se preparem para serem imersos em uma experiência musical nova e tentadora.

Em poucas palavras: “In Chaos We Trust”é um disco muito, muito bom, mas bem complexo.

As mãos de Alexandre Castellan (guitarrista/vocalista e líder do grupo) estão na mixagem, na produção (dividida com Kevin Talley, baterista conhecido por seus trabalhos com SIX FEET UNDER, SUFFOCATION e CHIMAERA), e a masterização é assinada por Alan Douches. Tudo feito para que a qualidade sonora de “In Chaos We Trust” fosse a melhor possível para conseguir fundir tantas influências musicais diferentes de uma vez. E eles conseguiram, pois se existem peso e timbres instrumentais modernos, por outro a clareza não foi comprometida em momento algum, bem como a escolha dos timbres ficou ótima.

A arte da capa é assinada por Niklas Sundin, artista gráfico e guitarrista do DARK TRANQUILLITY, e essa faz uma apresentação agressiva e densa, mostrando que a banda tem por virtude ser voltada às vertentes de Metal extremo.

Musicalmente, se percebe que o SIRIUN é um grupo com ideias musicais maduras, mas com uma enorme diversidade de elementos musicais. E adicione a isso uma técnica instrumental muito boa, arranjos ótimos e uma criatividade ilimitada. Sim, o grupo é promissor, verdade seja dita.

Com 8 canções que duram, em média, 4 minutos, não é de se estranhar que “In Chaos We Trust” não soe entediante em momento algum. Mas podemos destacar o valor da técnica e abrasiva “Mass Control” (uma agressividade moderna permeia os instrumentos, mesmo nos momentos em que imperam a essência Death Metal da banda, especialmente nos riffs de guitarras), as melodias dos momentos mais limpos de “Infected” (que tem um jeitão Grooveado bem tribal, com baixo e bateria mostrando seu valor, e mesmo alguns momentos de Oriental Music surgem de forma bem espontânea), a introspecção densa, complexa e envolvente de “In Chaos We Trust” que mostra uma boa diversidade de timbres vocais sob um andamento não tão veloz, o groove ardente e moderno das guitarras em “Intent”, e a insanidade caótica de “Becoming Aware”.

Esmagador e triturador de ossos, “In Chaos We Trust” está para ganhar uma versão remasterizada em breve. E depois da gravação, se juntaram a Alexandre na banda o guitarrista Elvis Damigo, o baixista Ricardo Amorim e o baterista Bráulio Drumond.

Uma das revelações de 2017, sem dúvidas!

UFRAT - Global Devastation (Álbum)


2017
Selo: Night Hunter Records
Nacional

Nota: 8,0/10,0

Tracklist:

1.      Intro
2.      The Smell of Death
3.      Unceasing Torment
4.      Annihilator of Minds
5.      Bastard Blood
6.      Confronting Death
7.      Global Devastation
8.      Death Row
9.      Peter Killer
10.  Cruel Faith
11.  Social Chaos
12.  Voluntary Slavery
13.  Nightfear


Banda:


Caio - Vocais
Alex - Guitarras
Marcelo - Baixo
Ivan - Bateria


Contatos:

Site Oficial:
Twitter:
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria: https://roadie-metal.com/press/ufrat/ (Roadie Metal Assessoria)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Bandas que andam pelos caminhos do Thrash/Death Metal (ou do reverso, Death/Thrash Metal) sempre têm um enorme desafio: soarem atuais e cheias de vida.

Isso ocorre devido ao fato que muitos pegam por referências trabalhos antigos de bandas de Thrash Metal e Death Metal para criarem suas músicas, mas muitos não gostam de atualizar o que fazem, e acabam com trabalhos musicais que soam datados. Mas bandas como o UFRAT nos mostram que as possibilidades não são limitadas. Uma ouvida em “Global Devastation”, primeiro disco do quarteto, e perceberão isso.

Sujo e rascante, o trabalho deles mostra ampla influência de nomes como SLAYER, SODOM, BENEDICTION (de quem inclusive fazem um cover, “Nightfear”) e MORBID ANGEL. Óbvio que podemos aferir que o grupo é 75% Thrash e 25% Death Metal, e mesmo longe de ser algo original, mostra peso e energia como poucos. E se repararem nas guitarras, os solos possuem uma estética melodiosa interessante, com os solos mostrando um feeling mais anos 70 em alguns pontos. A base rítmica possui um trabalho muito bom em termos de peso e técnica, até um pouco incomum para o gênero. Os vocais ficam em tons agressivos entre os timbres normais e o urrado, mas poderiam explorar alguns tons mais extremos também. E do jeito que a banda é e mostra potencial, não duvido que possam ir longe.

O calcanhar de Aquiles do disco: a produção. Ela ficou mais crua que o necessário, talvez em busca de algo mais orgânico. Mas algo um pouco mais seco poderia ter tido resultados melhores. Os timbres não estão ruins, se consegue entender o que a banda está tocando, mas embora esteja bom, está fora do que o som da banda merece.

O lado gráfico da produção é simples, direto e funcional. E isso faz com que os temas de foco social das letras da banda fiquem claros. Mas ao mesmo tempo, toda a atenção fica na música deles.

E digamos de passagem, o UFRAT tem muito potencial.

Esse quarteto que vem de Ivaiporã (PR) tem identidade, peso e a capacidade de criar músicas interessantes, com passagens ganchudas e muita garra. Só algumas lapidadas que a experiência e a estrada darão, e eles estarão no ponto.

Por agora, canções como “The Smell of Death”, com seu andamento envolvente e cheio de mudanças (e reparem no solo com enfoque melódico bem feito); a energia intensa e crua que flui de “Unceasing Torment” e seu jeitão mais cadenciado e grudento, com riffs animais (e sempre os solos mostrando identidade e melodia); a força da base rítmica em “Annihilator of Minds” (baixo e bateria firmes, com boas conduções e sem deixar espaços); a curta, grossa e carregada em puro Death Metal “Global Devastation” (vocais muito bons, mas as passagens rápidas de baixo e bateria ficaram ótimas também) o peso azedo e opressivo de “Death Row” (outra exibição muito boa de guitarras); a levada Thrash/Death sedutora de “Peter Killer”; e a velocidade encorpada de “Social Chaos”. Mas a versão mais trabalhada de “Nightfear”, do BENEDICTION, ficou arrasadora.

Uma produção sonora um pouco melhor, mais uns acertos pontuais aqui e ali, e esses caras irão destruir pescoços e detonar ouvidos, com toda certeza!

SEVENTH SIGN FROM HEAVEN - Judgement of Egypt (EP)


2017
Selo: Independente
Nacional



Nota: 8,2/10,0


Tracklist:

1.      Judgment of Egypt
2.      The Devil Fears Your Name
3.      Paid on the Cross
4.      Pain in Yours Eyes
5.      The Return


Banda:

Mark Neiva - Vocais, guitarras
Álvaro Mkbrian - Guitarras
Zinha Soares - Baixo
Filhin Nascimento - Bateria


Contatos:

Site Oficial:
Twitter:
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria: https://roadie-metal.com/press/seventh-sign-from-heaven (Roadie Metal Assessoria)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


É interessante observar que centros em formação de bandas sem a mesma exposição ou peso de RJ, SP ou MG continuam revelando nomes interessantes em termos de Metal. E para quem não sabe, o Piauí revelou nomes históricos, como o AVALON, banda de Thrash Metal muito conhecida nos anos 90 (que havia nascido das cinzas do VÊNUS, banda de Hard Rock que chegou a lançar um EP gravado em 4 canais na segunda metade dos anos 80). E da cidade de Picos, que dista 308 km de Teresina (o que dá uma viagem de pouco mais de 4 horas), vem o SEVENTH SIGN FROM HEAVEN, um quarteto de Heavy Metal tradicional, e que estreia com seu EP “Judgement of Egypt”.

O estilo da banda é forte e vigoroso, cheio de boas melodias, e bem cheio de energia e personalidade. Refrãos que empolgam, e apesar de não trazerem nada novo ou diferente do que já conhecemos, tem valor. Os arranjos não são de extrema complexidade, bem como suas harmonias são bem construídas e consensuais, mostrando ótimas guitarras (inclusive com duetos e duelos de solos à lá JUDAS PRIEST muitas vezes), ótima base rítmica. O único porém está nos vocais, que precisam evoluir um pouco mais em termos de agressividade (embora sejam muito bons nos momentos mais lentos), embora isso não faça com que o nível do trabalho do quarteto caia.

A produção é de Carlos Magno, que apesar de não ser perfeita, está muito boa. A sonoridade é limpa, com o peso certo para a banda, e boa dose de agressividade. Os tons estão muito legais (especialmente nas guitarras), os cuidados tomados para que a banda soasse pesada e clara foram ótimos, e imaginem as dificuldades de se fazer algo assim no Brasil.

A apresentação visual, por sua vez, ficou ótima. A capa de Marcus Lorenzet ficou ótima, muito bonita e criando uma ambientação densa. E imagine isso em um Digipack de 3 folhas com um layout bem feito.

Nas cinco músicas de “Judgement of Egypt”, se percebe uma banda de muito potencial, e que mesmo tendo seus pés calcados no Metal tradicional, usa de elementos de Thrash Metal à lá METALLICA em alguns momentos. As melodias nos envolvem de tal maneira que o tempo passa em um mero piscar de olhos.

“Judgment of Egypt” é uma faixa bem trabalhada e pesada, com belo suingue e um trabalho excelente das guitarras (percebam como alguns arranjos à lá Thrash Metal surgem nos riffs, e o jeitão da NWOBHM transpira nos solos), enquanto “The Devil Fears Your Name” tem um jeitão meio acessível, uma herança do Hard’n’Heavy que os influencia, com um trabalho bem sólido de baixo e bateria. Mais introspectiva e bela é “Paid on the Cross”, que ganha uma pegada pesada no meio, mas retorna ao lado mais lento próximo do final, e justamente nessas partes mais limpas os vocais ficam muito bons. E novamente os vocais ganham destaque na acústica “Pain in Yours Eyes”, uma balada de violão e voz muito bonita e envolvente, mostrando uma diversidade interessante no trabalho do quarteto. Fechando, com um peso à lá PRIEST/MAIDEN em seus melhores momentos é “The Return”, mostrando que guitarras e base rítmica estão alinhadas perfeitamente.

Ajeitando os vocais, ninguém segura esse quarteto!

Roadie Metal Vol. 10 (coletânea)


2017
Selo: independente
Nacional

Nota: 8,3/10,0

Tracklist:

Disco 1:

1.      EXORDDIUM - Hail
2.      SPHERASTRAL - My Destiny
3.      TUPI NAMBHA - Invasão Alienígena
4.      DIXIE HEAVEN - Riding the Thunder
5.      HOLDER OF SOULS - Holder of Souls
6.      ANFEAR - Lady of the Rivers
7.      PERPETUAL LEGACY - Looking for the Endless Light
8.      RUI CAMPOS - Sobre o Tempo
9.      THE MELTIES - Hit Me
10.  ATRORIUM - One More Victory
11.  HECTOR RIBEIRO - Between Life and Death
12.  KABESATÉLITE - Verme
13.  ALMA NEGRA - Verdades Controvérsias
14.  SUMERIUS - Tudo ou Nada
15.  VOLÚPIA - Rebelião
16.  PELTSROCK - Oceanos
17.  EM CHAMAS - Devil in my Mind
18.  JOHNNY O’RIVER - Koctive


Disco 2:

1.      INNER FLAMES - Expurgo
2.      PLACE TO DIE - The Cohesion of Your Acts
3.      THE DAMNED HUMAN FLESH - Ruínas
4.      LONE HUNTER - The Wake Up of Angry
5.      HOLLOW HEAD - Disrupted Conduct
6.      KALONIA - The Blame Will Haunt You
7.      COLLAPSE NR - Chega!
8.      UFRAT - Confronting Death
9.      GRAVEKEEPERS - Senhor do Caos
10.  VEUMOR - Insula Morgue
11.  THRASHALL - Recaída
12.  LAMENTO - Elysium
13.  AÇÃO LIBERTÁRIA - Cidadão de Bem
14.  CRUSHING SOULS - Nossos Inimigos
15.  MONSTERHEAD - This Perfect Game
16.  REVENGE RITUAL - Jogado as Traças
17.  ONE THOUSAND DEAD - Infernizando
18.  SONS OF RAGE - The Two Faces of a Man


Contatos:



A coletânea “Roadie Metal” já tem seu espaço garantido no Metal nacional.

Ela começou de forma bem tímida, mas foi ganhando mais e mais espaço com o passar do tempo, e hoje é um sucesso entre fãs de música pesada do Brasil. E chega mais uma edição, o décimo volume, e mantendo sua proposta igualitária, vemos juntos nomes jovens e alguns emergentes do cenário nacional. E, dessa forma, todas as bandas ganham uma boa divulgação, pois ouvindo cada um dos dois discos, sempre tem algo que vai gostar, mas vai precisar ouvir.

Entenderam? Você já tem uma ou duas que gosta a início, mas pode achar outras, pois a aposta é boa!

E mais uma vez, como em todas as resenhas de volumes anteriores da “Roadie Metal”, é necessário avisar o ouvinte: como em qualquer coletânea, sempre existe a oscilação de qualidade de som de uma banda para outra. E lembrando: cada estilo tem sua forma pessoal de soar, e também temos que as condições para cada grupo é diferente, logo, não exijam de todas as bandas a mesma qualidade sonora. E além disso, a arte ficou mais uma vez muito boa.

Cada banda tem sua identidade, e assim sendo, tem o que oferecer aos ouvintes. Algumas ainda necessitam de uma polida, outras que uma qualidade sonora mais bem feita, mas todas têm potencial.

Para mera referência do leitor, citamos alguns destaques.

No disco 1 se sobressaem o trabalho “heavyssívo” do SPHERASTRAL na ótima “My Destiny”, a criatividade do Metal nativo apresentado pelo TUPI NAMBHA em “Invasão Alienígena” (que faz um mix de primeira de elementos indígenas com Metal que é de primeira, com ótimo trabalho da base rítmica), a pancada tradicional e melodiosa do DIXIE HEAVEN com “Riding the Thunder”, a criatividade do HOLDER OF SOULS em “Holder of Souls”, a elegância ceia de boas melodias e envolvente do ANFEAR em “Lady of the Rivers” (as harmonias seduzem os ouvintes, com arranjos de teclados e guitarras de primeira, sem contar esses vocais femininos belíssimos), o jeitão sinfônico belo e criativo do PERPETUAL LEGACY apresentado na acessível e ganchuda “Looking for the Endless Light”, a sujeira abusiva e feroz do THE MELTIES em “Hit Me” (quase que um MOTORHEAD com vozes femininas), a debulhada “satrianesca” instrumental de HECTOR RIBEIRO em “Between Life and Death”, e o trabalho modernoso e agressivo KABESATÉLITE em “Verme” (mezzo Rapcore, mezzo Hardcore, é bem feito e com boas linhas e baixo e bateria), as linhas harmônicas.

No disco 2, se destacam a fúria abrasiva do INNER FLAMES em “Expurgo”, a aproximação agressiva do PLACE TO DIE em “The Cohesion of Your Acts” (ótimo trabalho, só os vocais precisam dar uma melhorada), o esporro brutal do THE DAMNED HUMAN FLESH em “Ruínas”, o Thrash clássico raçudo do HOLLOW HEAD em “Disrupted Conduct” (aquele jeitão melodioso e ganchudo à lá METALLICA dos tempos antigos, muito bem feito, mas cujos vocais precisam melhorar), a fluxo insano de adrenalina do KALONIA em “The Blame Will Haunt You”, a energia crua do UFRAT em “Confronting Death” (outro a trilhar os caminhos do Thrash Metal, com ótimas guitarras), a agressividade melodiosa e envolvente do VEUMOR em “Insula Morgue”, a fúria Thrashcore suja do AÇÃO LIBERTÁRIA em “Cidadão de Bem”, a torrente de inconformismo raivoso do CRUSHING SOULS em “Nossos Inimigos”, e a pancadaria suja e cheirando à ódio do ONE THOUSAND DEAD em “Infernizando”.

No mais, a “Roadie Metal Vol. 10” vem para dar continuidade a um ótimo trabalho: o de dar espaço a quem não tem oportunidades.