sexta-feira, 25 de agosto de 2017

BEYOND THE BLACK - Lost in Forever (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 9,2/10,0


Tracklist:

1. Lost in Forever
2. Beautiful Lies
3. Written in Blood
4. Against the World
5. Beyond the Mirror
6. Halo of the Dark
7. Dies Irae
8. Forget My Name
9. Burning in Flames
10. Nevermore
11. Shine and Shade
12. Heaven in Hell
13. Love’s a Burden
14. The Other Side
15. Dim the Spotlight
16. Our Little Time
17. Rage Before the Storm (Official Wacken Hymn 2015)


Banda:


Jennifer Haben - Vocais
Nils Lesser - Guitarra solo, teclados
Christopher Hummels - Guitarra base, backing vocals
Erwin Schmidt - Baixo
Michael Hauser - Teclados
Tobias Derer - Bateria


Contatos:

Youtube:
Bandcamp:
Assessoria:


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia

Muitos alardeiam o fim do Metal, baseando suas idéias no encerramento de atividades de alguns gigantes, e do falecimento de outros. Essa é uma visão errada, já que o estilo, diferente de outros, se encontra em constante renovação. É necessário não confundir a fragmentação em que o estilo está imerso e a visão conservadora do Brasil com a falta da chegada de novos talentos. A segunda é constante no Metal, e o sexteto alemão BEYOND THE BLACK é um novato que chega muito bem com seu segundo álbum, “Lost in Forever”, que foi lançado no Brasil pela Hellion Records.

Os esforços da banda são focados na criação de uma fórmula bem particular de Symphonic Metal, cheio de belas orquestrações e melodias muito envolventes. E tudo isso guiado pelo dueto de vocais, onde a suavidade e força das vozes femininas e a aspereza de tons masculinos (tanto guturais como normais) se mesclam, criando algo diferente. E não apenas isso, pois as guitarras são excelentes (seja nos riffs ou nos solos), a base rítmica é pesada e bem trabalhada, e os teclados dão aquele toque de elegância, alinhavando todos os instrumentos. Ou seja, é muito bem feito e com boa dose de acessibilidade.

A produção de “Lost in Forever” é de Sascha Paeth, que trabalhou tanto na engenharia sonora como na mixagem, embora Hardy Krech, Mark Nissen, Thorsten Brötzmann, Hannes Braun e Ivo Moring sejam creditados como produtores e tenham trabalhado na mixagem e gravação do álbum (pois estes contribuíram em canções diferentes uns dos outros), e a masterização é de Sascha “Busy” Bühren. Óbvio que tanta gente junta teria que fazer um trabalho diferenciado, que resultou em uma qualidade sonora excelente, limpa e pesada nas medidas corretas, e com boa dose de agressividade. E a bela arte gráfica de capa e layout realmente são ambos de primeira, transparecendo o conteúdo musical do sexteto.

Apesar de ser apenas o segundo disco do BEYOND THE BLACK, a fluência e diversidade musical são surpreendentes. Os arranjos dos teclados e guitarras realmente se complementam, ao passo que baixo e bateria criam uma base diversificada, enquanto os vocais vão nos cativando pela diversidade de timbres usada. E ainda por cima, existe uma gama enorme de músicos convidados que dão um toque a mais de classe e peso ao trabalho musical o sexteto, logo, preparem os babadores.

Em disco desse nível é difícil poder ressaltar uma ou outra canção. Mas se sobressaem a bela “Lost in Forever” (e suas belas passagens de guitarras melodiosas, com alguns urros mais agressivos), as lindas e amenas melodias Folk de “Beautiful Lies” (quase que uma balada, recheada de belos duetos vocais), a modernosa e pesada “Written in Blood”, o peso grandioso e sinfônico de “Against the World”, que é recheada de ótimas orquestrações dos teclados (onde o ritmo alterna bastante, de partes mais pesadas e outras mais introspectivas); a pegada um pouco mais voltada ao Doom/Gothic de “Beyond the Mirror”, as harmonias aveludadas de “Forget My Name”, que são entremeadas por crescendos pesados (e mais uma vez surgem duetos de vocais femininos melodiosos e urros agressivos, isso em uma música cheia de mudanças de ritmo muito boas), e a presença acentuada do baixo e o peso da bateria que criam um contraste de peso e beleza em “Nevermore” e em “Shine and Shade”. Mas como a Hellion Records sempre presta serviços de alta qualidade, a versão nacional de “Lost in Forever” ainda tem 4 canções bônus: “The Other Side” (que transita entre o intimista e o etéreo com algumas passagens mais agressivas), a intensidade sinfônica aliada a tons modernos de “Dim the Spotlight”, o contraste entre melodias grandiosas e partes mais secas de “Our Little Time”, e “Rage Before the Storm”, o hino official da edição de 2015 do Wacken Open Air (uma canção forte e que nos embala).

No mais, o BEYOND THE BLACK é excelente, logo, levem para casa, pois a satisfação é garantida.