2017
Nacional
Nota: 9,2/10,0
Tracklist:
1. Fearless
Sky
2. Gods of
Ancient
3. From the
Gallows
4. The
Longest Winter
5. Medusa
6. No
Passage for the Dead
7. Blood
& Chaos
8. Until
the Grave
9. Shrines
10. Symbolic Virtue
Banda:
Nick Holmes - Vocais
Gregor Mackintosh - Guitarra solo, teclados
Aaron Aedy
- Guitarra base
Stephen
Edmondson - Baixo
Waltteri
Väyrynen - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://paradiselost.co.uk/
Twitter:
https://twitter.com/officialpl
Bandcamp:
Assessoria:
E-mail:
Por Marcos “Big Daddy” Garcia
Falar em certos nomes em termos de Metal é quase sempre uma
arte, uma questão de cuidar das palavras que se usa. Isso porque alguns grupos
se tornaram ou sinônimo de qualidade ou mesmo são pioneiros de uma vertente de
Metal. E um dos que consegue fundir ambos os aspectos é o do quinteto inglês PARADISE LOST, de Halifax, que anda em
uma fase criativa tão boa que, mesmo gravando e fazendo tours sem cessar, não
perde a qualidade e vem com seu mais novo disco, “Medusa”. E a colaboração entre a Shinigami Records e a Nuclear
Blast Brasil nos brinda com a versão nacional.
Em “Medusa”, o
grupo vem de baterista novo, já que Waltteri
Väyrynen substituiu Adrian
Erlandsson. Mas ele não chega a impor mudanças notáveis no trabalho musical
do quinteto, que vem mais uma vez com um trabalho intenso e robusto, focado em
vocais com timbres agressivos (mas não tão guturais como no passado), aquelas
guitarras com riffs agressivos elegantes e solos cheios de melodias fúnebres, além
de baixo e bateria estarem criando uma base rítmica bem tocada, com boa
técnica, mas com muito peso. Ou seja, a banda está revendo suas origens,
especialmente a dupla “Lost Paradise”
e “Gothic”, como já haviam feito em “The Plague Within”. Mas dessa vez,
existem canções com vocais limpos e muitas partes introspectivas, além de
elementos que conhecemos de “Shades of
God” e “Draconian Times”. Assim, o quinteto parece ter conseguido fundir elementos de sua fase mais
prolífica, apresentando certa dualidade no álbum, e isso é ótimo.
Para a produção de “Medusa”,
o grupo mais uma vez contou com a produção de Jaime Gomez Arellano, o mesmo produtor de “The Plague Within” (que ainda trabalhou na gravação, além de mixar
e masterizar o disco). Óbvio que está tudo de alto nível em termos de
sonoridade, sendo o ponto mais interessante é que a banda consegue soar pesada
e suja, com timbres de guitarras bem carregados, mas com uma qualidade sonora
de alto nível, com todos os instrumentos muito bem definidos em seus tons, o que
nos permite compreender o que é tocado.
Falando da arte gráfica, a capa é muito chamativa justamente
pela paleta de cores não usual, e por isso, encaixa como uma luva no contexto
sonoro do quinteto. Já para o encarte, a apresentação é bem simples, mas funciona
bem.
Agora, falar do trabalho que a banda faz em “Medusa” é chover no molhado. O quinteto
sempre soube ser ousado, e neste disco, embora não tão ousado como na época de “Draconian Times”, percebe-se que a
banda não deseja viver de passado. As músicas foram bem arranjadas, a dinâmica
entre os instrumentos entre si e dos mesmos com as melodias vocais ficou muito
boa, e sem falar na presença de Steve
Crobar nos backing vocals em “God of
Ancients” e de Heather Mackintosh
também nos backing vocals em “No Passage
for the Dead”.
De um lado, temos canções mais voltadas à brutalidade do
passado Doom Death Metal do quinteto formando a maior parte das músicas do CD,
onde se destacam a dura e fúnebre “Fearless
Sky” e suas ótimas guitarras (fora os “inserts” de vocais limpos), a
soturna “Gods of Ancient”, o
andamento empolgante de “From the
Gallows” (vejam como baixo e bateria estão bem nesta canção) e de “Blood & Chaos” (esta parece vinda
de “Shades of God”, pois além das
partes de vocais limpos, o trabalho das guitarras empolga), e o peso cavalar e
de bom gosto da opressiva “Until the Grave”.
De outro lado, vêm aquelas canções que pegam o lado mais
introspectivo e com forte carga melancólica, com vocais limpos, como na pesada
e azeda “The Longest Winter” e suas
melodias fúnebres envolventes, e a opressiva e intensa “Medusa”, que é cheia de detalhes de baixo e bateria de primeira,
fora o solo de guitarra ser muito bom e alguns toques de teclado fortalecem a
aura melancólica da canção.
A versão nacional ainda possui duas canções a mais: “Shrines” e seu jeito melancólico com
vocais oscilando entre o limpo quase gótico e o gutural agressivo sobre uma
base instrumental que ora é mais soturna, ora mais feroz; e a densa e bruta “Symbolic Virtue”, toda em vocais mais
naturais e também com a ambientação da canção variando do introspectivo
melancólico (onde alguns toques de teclado aparecem) e outras mais sujas.
O PARADISE LOST
aparenta dar sinais que mudanças podem surgir mais adiante em “Medusa”, que é um disco de primeira. Mas
até que o próximo disco venha, aproveitem bastante dessa versão nacional, que
está de primeira!
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