quarta-feira, 23 de agosto de 2017

LIFE'S DECEMBER: O Dulce Nomen Obitus


LIFE'S DECEMBER performten exklusiv und einmalig den experimental Track O DULCE NOMEN OBITUS ihres Albums 'Fatigue' und veröffentlichen heute den Live-Clip dazu. 

LIFE'S DECEMBER performed the experimental track O DULCE NOMEN OBITUS from their album 'Fatigue' exclusively and uniquely. Today they release the live-clip of the performance. 


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23/09 - Ebrietas, Zürich CH w/ Virvum
06/10 - Flösserplatz, Aarau CH

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CARPATUS - Malus Ascendant (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 9,3/10,0

Tracklist:

1. Rites of Fire and Blood
2. The Cold Autumn Sunrise
3. Aeon Damnation
4. Flames to Eternity
5. A Missa Funebre
6. From a Dreadful Past
7. Behold the Mourful Nature


Banda:


Dizruptor - Vocais, guitarras, baixo, teclados
Morbus Deimos - Bateria


Contatos:

Site Oficial:
Twitter:
Instagram:
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/carpatus/ (Metal Media)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Sempre digo que o cenário Black Metal brasileiro é capaz de produzir potências em termos musicais. Uma pena que muito poucos são os fãs brasileiros que valorizam as bandas de nosso país, pois elas são capazes de produzir trabalhos singulares, trabalhos que fariam o queixo de muitos cair da cara. E um deles é o CARPATUS, de Santo André (SP), que nos chega como “Malus Ascendant”, seu terceiro álbum. O nível do grupo é tão bom que o selo sueco Black Lion que lançou o disco (que tem distribuição nacional pela Hammer of Damnation Records).

A banda faz um Black Metal direto, agressivo e pesado, com enfoque na sonoridade fria e ríspida da SWOBM (Second Wave of Black Metal, a geração que se inicia no final dos anos 80). Óbvio que isso já deixa claro que o grupo foca em um trabalho técnico mais simples, em uma ambientação sinistra. Mas isso não quer dizer que o grupo não tenha identidade. Aliás, isso a banda tem, e muita, verdade seja dita.

A sonoridade de “Malus Ascendant” é ótima. A produção de Marcos Cerutti, que também mixou o trabalho. A masterização foi feita pelo sueco músico e produtor sueco Dan Swanö (que já trabalhou com nomes como OPETH e DARK FUNERAL, entre outros). E a qualidade sonora é abusivamente agressiva, seca e pesada, com timbres instrumentais bem definidos, mas com um toque essencial de clareza que permite que os fãs entendam. E cada um dos instrumentos está em seu devido lugar, com o melhor timbre possível.

Já a arte gráfica é mais um trabalho do designer Marcelo Vasco, da PR2Design (o mesmo que já fez trabalhos para SLAYER, SOULFLY, DARK FUNERAL, OBITUARY, BORKNAGAR, e outros). Como o som do grupo é bem ríspido e tradicional, a opção pelo uso de preto, branco e tons de cinza na arte foi ótima, e tudo feito em um formato Digipack de três folhas.

Maduro e mostrado personalidade forte, o trabalho do CARPATUS merece muitos elogios, em especial porque a banda soube arranjar as canções de forma que elas não soem cansativas aos ouvidos dos fãs. Pelo contrário: mesmo na simplicidade técnica, o grupo sabe mudar as regras do jogo quando necessário.

Eles lançam mão de 7 faixas bem brutais e agressivas, mas sempre com aquela aula densa e soturna do estilo. E as melhores são: “Rites of Fire and Blood” com seus ritmos alternados e riffs de guitarra certeiros (além de ótimas partes dos vocais); “The Cold Autumn Sunrise”, que é adornada com belos arranjos de guitarras, vocais insanamente rasgados e certo toque de melodias sombrias (mas se preparem que esta muda do climático para o veloz e bruto sem aviso); “The Cold Autumn Sunrise” com sua pegada mais tradicional em termos de Black Metal, fora o uso de tempos mais lentos aqui e ali (bom trabalho de baixo e bateria, realmente); “A Missa Fúnebre” e suas passagens envolventes (e belíssimo solo de guitarra, diga-se de passagem); e a moenda de ossos chamada “Behold the Mourful Nature”, cheia de passagens mais climática, com momentos mais soturnos e lentos, e outros mais velozes.

Ou seja: se você gosta de Metal extremo, pode reservar sua cópia, pois o CARPATUS caprichou em “Malus Ascendant”.


LE CHANT NOIR - Ars Arcanvm Vodvm (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 10,0/10,0

Tracklist:

1. Tanz Der Trommeln
2. Forsaken Ghosts
3. Wormslayer
4. Cabaret de L’Enfer
5. The Luciferian Whetstone
6. Bedeviled by Tchort
7. Unleashed Dementia
8. Portal Overture
9. Ars Arcanvm Vodvm
10. My Elders’ Cry
11. Outro


Banda:

Lord Kaiaphas - Vocais, programação
Mantus - Guitarra solo, baixo
Leonardo D. Pagani - Bateria, sintetizadores, guitarra base, marimba, tímpano, Vibrafone, Marimba, percussões


Contatos:

Site Oficial:
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Bandcamp:
Assessoria:


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Cria música diferente do que os fãs estão acostumados é sempre algo sofrido para muitos músicos. Mesmo quando eles tocam em projetos paralelos, lá vem o sujeito mal informado querendo meter o dedo na cara do músico e ditar normas. Nisso, esse tipo de fã se esquece de que ele não manda na vida alheia, e que qualquer músico que se preze possui uma gama enorme de influências que ele precisa expressar vez por outra. Por isso os projetos paralelos existem. E um projeto como o LE CHANT NOIR merece aplausos, pois o resultado final é um disco formidável chamado “Ars Arcanvm Vodvm”.

Por trás do LCN estão figuras bem conhecidas: Leonardo D. Pagani (que já tocou no IMMUNO AFFINITY, TRIBUZY e outros, e baterista do MYSTERIIS), Lord Kaiaphas (do THOKKIAN VORTEX e MINIMAL CRIMINAL, que passou pelo ANCIENT, GRAND BELIAL’S KEY, entre muitos outros), e Mantus (do PATRIA e MYSTERIIS). Pronto, um ou outro já vai acreditar que temos em mão um disco de Black Metal puro e simples. Mas não. Apesar da aura Black Metal, o trabalho do trio tem influências de Death Metal, música clássica, Progressive Metal e outros. Só que nas mãos desses três músicos, o que se ouve em “Ars Arcanvm Vodvm” é uma música experimental, minimalista, com toques de Dark Ambient/Folk, que transita entre momentos medievais épicos e outros mais agressivos. É complexo, mas extremamente palatável, e fácil de assimilar.

Traduzindo: é ouvir e gostar, sem mais que isso.

O disco foi gravado de forma bem estranha, não usual:

As partes de bateria foram gravadas em um instrumento barato e sem peles de recuo, e diretamente em 4 canais para ter um som mais retrô e orgânico. Já as partes de baixo, guitarras, e vocais foram gravadas e pré-mixadas nos próprios home studios de cada um deles. As orquestrações foram feitas em instrumentos de um conservatório, e gravadas lá mesmo. O próprio Leonardo fez a mixagem final e a masterização em seu home studio, e o resultado disso tudo é uma sonoridade forte, pesada, densa e limpa. Sim, ela é bem clara, permitindo que o ouvinte consiga compreender cada nuance sem esforços. A crueza está nos timbres dos instrumentos, não na gravação.

Capa interna

Já a arte é de Marcelo Vasco para a PR2Design. A capa é algo diferente, quase modernista, evocando os cultos Vodu do Caribe. Mas o layout e design do encarte são mais simples, mas ótimos. E isso em um disco que tem um Slipcase protetor muito legal.

A maturidade mostrada em “Ars Arcanvm Vodvm” é enorme, coisa de quem sabe o que está fazendo. Vocais rasgados de alto nível, riffs de guitarra e partes principais geniais, baixo e bateria soando com muito peso, logo, se preparem para esta viagem insana pelo caos negro evocado pelo LE CHANT NOIR.

O disco é excelente de ponta a ponta, mas destacamos por mera referência a criativa e densa “Forsaken Ghosts” e suas partes soturnas e com belas melodias das guitarras (fora as ótimas mudanças de timbres nos vocais), a mais cadenciada e intensa “Wormslayer” e o peso de baixo e bateria muito bons (uma faixa bem climática, com andamento mais lento e com belas passagens de teclados e outros instrumentos), a agressividade latente e old school de “Cabaret de L’Enfer”, a sinistra e atmosférica “The Luciferian Whetstone”, a pegada extremamente envolvente de “Bedeviled by Tchort” (aqui temos um jeitão mais tradicional em termos de Black Metal, mas com belíssimas partes de teclados de fundo, e solo de primeira da guitarra) e de “Unleashed Dementia” (onde alguns toques mais industriais e de pura insanidade criativa nos seduzem), a brutal e intrincada “Ars Arcanvm Vodvm” com suas partes melódicas mais mórbidas criadas pelos teclados e belos riffs (além de baixo e bateria abusarem de fazer uma base bem coesa), e “My Elders’ Cry” (outra que tem o DNA do Black Metal, mas cheia de influências diferentes e criativas que vão nos ganhando rapidamente). E com um detalhe: é ouvir uma vez e não parar mais, pois há algo de hipnótico, de sedutor na música do LE CHANT NOIR. E isso é excelente, pois esse disco é tentador.

“Ars Arcanvm Vodvm” é um dos melhores discos do ano, sem sombra de dúvidas, e o trio mostra-se uma das grandes revelações de 2017. Esperemos que o LE CHANT NOIR não pare em apenas um disco.



ELF - Carolina County Ball (Álbum)


1974 (relançamento: 2017)
Nacional

Nota: 9,1/10,0

Tracklist:

1. Carolina County Ball
2. L.A. 59
3. Ain’t It All Amusing
4. Happy
5. Annie New Orleans
6. Rocking Chair Rock ‘n’ Roll Blues
7. Rainbow
8. Do the Same Thing
9. Blanche


Banda:


Ronnie James Dio - Vocais
Steve Edwards - Guitarra solo
Micky Lee Soule - Teclados, guitarra base
Craig Gruber - Baixo
Gary Driscoll - Bateria

Convidados:

Helen Chappell - Backing vocals
Liza Strike - Backing vocals
Barry St. John - Backing Vocals
Ray Swinfield - Clarinete
Chris Pyne - Trombone
Henry Lowther - Trompete
The Manor Chorus - Vocais em “Blanche”
Roger Glover - Arranjos de cordas
Mountain Fjord - Cordas
M.D. - Cordas
Martyn Ford - Cordas

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


O Rock dos anos 60 e 70 e toda sua forte carga Bluesy e de Boogie é a base do que viemos a chamar de Heavy Metal mais tarde. É impossível não perceber as similaridades durante uma retrospectiva histórica. E mesmo alguns artistas reconhecidos, que marcaram história no Metal, têm profundas raízes no passado. Basta ouvirem “Carolina County Ball”, segundo álbum do quinteto nova-iorquino ELF (recentemente lançado no Brasil pela Hellion Records) e entenderão o que digo.

Antes de tudo, é preciso entender que o ELF pouco ou nada tem com RAINBOW, BLACK SABBATH, THE RODS ou outro grupo em que seus integrantes estiveram a posteriori. O quinteto tem um enfoque bem Rock ‘n’ Roll/Blues/Hard Rock/Boogie, ou seja, é muito diferente dos trabalhos futuros. Mas mesmo assim, essa força mais orgânica e melódica do quinteto, com partes se exageros técnicos, são os pontos fortes do grupo. Aliás, “Carolina County Ball” é excelente, fascinante!

A qualidade sonora ficou muito boa para a época. A produção é assinada por Roger Glover (baixista do DEEP PURPLE), garantindo que a sonoridade do disco seja de primeira, mesmo para os dias de hoje. Todos os instrumentos estão com bons timbres e soando limpos, nos permitindo compreende e assimilar mais facilmente o trabalho musical da banda. Na capa, uma foto da banda, um recurso bastante utilizado na época, e que ficou muito bom.

Bem acessível e envolvente, o ELF realmente é uma banda de Classic Rock, com todos os elementos mencionando anteriormente. Mas se percebe uma preocupação estética enorme com suas canções, de forma que as mesmas soem espontâneas, mas muito bem acabadas. E sim, são uma tentação para aqueles que (como este autor) pouco se preocupam com o rótulo musical.

Nove canções excelentes nos aguardam, mas é impossível não destacar como a bela Jazz/Bluesy “Carolina County Ball” (bela performance dos vocais, backing vocals e pianos), o Rockão/Boogie de “L.A. 59” e seus arranjos ótimos de baixo e bateria, as linhas melódicas e belos pianos de “Ain’t It All Amusing” e seu jeitão ganchudo (inclusive com percussões quase tribais), aquele Blues melancólico e intimista que se conhece dos EUA em “Happy” (mais uma vez, belos arranjos de pianos), a envolvente “Annie New Orleans” com seu jeito descontraído e baixo gorduroso, aquela típica pegada dos anos 70 em “Rocking Chair Rock ‘n’ Roll Blues”, que tem seus momentos mais rockers (as guitarras são de primeira, os vocais ótimos, mas o baterista é um monstro), e os elementos mais pesados nas guitarras em “Do the Same Thing”.

Não de forma alguma “Carolina County Ball” pode ser como um disco que documenta uma parte da vida profissional de seus músicos, mas é um disco excelente, que merece ser ouvido de novo, e de novo, e de novo...

DANZIG - Black Laden Crown (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 7,8/10,0

Tracklist:

1. Black Laden Crown
2. Eyes Ripping Fire
3. Devil on Hwy 9
4. Last Ride
5. The Witching Hour
6. But a Nightmare
7. Skulls & Daisies
8. Blackness Falls
9. Pull the Sun


Banda:


Glenn Danzig - Vocais, piano, baixo, guitarras, bateria em “Eyes Ripping Fire”, “Last Ride”, e “But a Nightmare”
Tommy Victor - Guitarra solo, baixo
Johnny Kelly - Bateria em “Black Laden Crown” e “The Witching Hour”

Convidados:

Joey Castillo - Bateria em “Devil on Hwy 9” e “Blackness Falls”
Karl Rokfist - Bateria em “Pull the Sun”
Dirk Verbeuren - Bateria em “But a Nightmare”


Contatos:

Twitter:
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria:

E-mail:

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia

A verdade seja dita: quando Glenn Danzig, lendário ex-vocalista do THE MISFITS prepara um novo trabalho do DANZIG, sempre causa ansiedade e alvoroço. E após sete anos sem lançar material inédito (já que “Skeletons”, de 2015, é um disco de covers), eis que nos chega “Black Laden Crown”, que tem sua versão nacional lançada pela Shinigami Records.

O que falar de DANZIG, depois desses anos todos?

A verdade é que Glenn tem em sua diversificada gama de influências musicais, logo, é bem difícil de apontar um estilo único que o grupo segue sob sua liderança. As composições aqui basicamente varrem todos os trabalhos que ele já fez, com momentos que poderiam se encaixar em qualquer um deles. Peso, melodia, boa dose de agressividade e muita energia se encontram nesse álbum, que é bom, embora a qualidade de suas canções esteja distante do que se conhece de discos como “Danzig”, o mais bluesy “Lucifuge” ou do sabor mais seco de “How the Gods Kill”.

O maior pecado de “Black Laden Crown” foi sua produção. Óbvio que foram usados equipamentos analógicos, já que Glenn adora esse tipo de sonoridade mais crua e orgânica. Mas mesmo assim, soa frágil, com vários momentos onde as músicas (que poderiam render mais) são afogadas com guitarras em baixo volume sonoro. O problema não estar em gravar em sistemas analógicos, com amplificadores velhos, já que muitas bandas fazem isso, mas sim na finalização do trabalho. Creio que Glen deveria ter deixado a produção na mão de outro profissional, já que embora não seja tão ruim assim, a sonoridade do disco poderia ser muito melhor. Ainda bem que a mixagem adicional de Chris Rakestraw e a masterização de Howie Weinberg conseguiram dar mais “punch” ao som, senão seria um desastre certo.

Já a arte da capa, feita por Simon Bisley, ficou bem legal, pois esse desenho pegou bem com a força mais visceral e crua do álbum.

Musicalmente, “Black Laden Crown” é um bom disco, com canções que realmente são muito boas. O DNA do DANZIG é sensível em cada uma delas, todas com bons arranjos. E se não consegue chegar ao nível de sua fase mais clássica, também não chegam a desonrar o legado do grupo, mesmo porque temos músicos como Tommy Victor (do PRONG) nas guitarras, Joey Castillo (ex-QUEENS OF THE STONE AGE) e Dirk Verbeuren (do MEGADETH, ex-SOILWORK e ABORTED) na bateria.

“Black Laden Crown” e seu jeito soturno e azedo (mostrando boas vocalizações de Glenn), o peso abusivo das guitarras em “Eyes Ripping Fire”, a ganchuda e explosiva “Devil on Hwy 9” (que esbanja peso e bom trabalho de baixo e bateria), a quase Southern Rock e introspectiva “Last Ride”, a força da bateria pesada e técnica em “But a Nightmare”, e a energia seca, melancólica e envolvente de “Pull the Sun” fazem a diferença e elevam o nível do álbum.


Novamente: se “Black Laden Crown” não está no mesmo nível dos clássicos do grupo, ele honra o trabalho do DANZIG e merece a aquisição.