2003 (relançamento 2017)
Nacional
Nota: 9,2/10,0
Tracklist:
1. Devil’s
Blood
2. Black
Salvation
3. Opus Dei
(The Morbid Angel)
4. Puzzles
ov Flesh
5. I Am the
Earth
6. The
Golden Horns of Darash
7. From the
Pulpits of Abomination
8. Casus
Luciferi
Banda:
E. - Baixo, vocais
C. - Guitarras
H. - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://www.templeofwatain.com/
Facebook: https://www.facebook.com/watainofficial
Twitter: https://twitter.com/watainofficial
Instagram: https://www.instagram.com/watainofficial/
Bandcamp: https://watainsom.bandcamp.com
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Um dos maiores pecados na visão distorcida de muitos fãs de
Metal é a evolução que uma banda sofre durante sua carreira. Ninguém consegue
fazer discos seguidos que se tornarão referências em qualquer vertente sendo
repetitivo. E pelo visto, os suecos do WATAIN
entenderam esta regra de ouro desde muito cedo. Se em “Rabid Death’s Curse” o grupo se mostrava promissor e cheio de
potencial, “Casus Luciferi”, seu
segundo álbum, mostra que eles eram uma banda que merecia a atenção de todos.
Lançado no por aqui recentemente pela divisão brasileira da Drakkar Production, o segundo álbum dos
suecos é uma mostra de como eles conseguem ser versáteis sem abrir mão de seu
estilo característico.
Ainda fazendo um Black Metal cru e agressivo até os ossos,
em “Casus Luciferi” se percebe que o
WATAIN começa permitir-se o uso de
um refinamento musical em termos de arranjos, bem como expandiram mais sua
musicalidade com melodias ainda mais bem definidas e encorpadas (algo que ficará ainda mais evidente nos futuros álbuns do grupo), com estruturas
harmônicas mais bem acabadas. É Black Metal na mais pura essência do gênero, ainda
com aquele jeitão da escola sueca do gênero, apenas mais bem estruturado e um
pouco menos cru.
Produzindo, mixando, masterizando e cuidado da engenharia
sonora de “Casus Lucifieri” está Necromorbid, que é ninguém menos que o
mesmo Tore Stjerna com quem eles
trabalharam em “Rabid’s Death Curse”.
E parece que a experiência mútua de ambos os lados contribui muito para que o
disco soe mais limpo e consensual, sem, no entanto, perder sua sonoridade Black
Metal. Ainda há crueza e sujeira, mas com maior definição sonora e timbres
instrumentais mais bem escolhidos e claros.
Ketoladog é o
mesmo Davthvs com quem o grupo
trabalhou para a arte de “Rabid Death’s
Curse”. Desta vez, ele fez uma capa muito boa e simples, mas o encarte em
forma de livreto lhe permitiu usar gravuras diferentes aliadas às letras. E
mais uma vez, ficou ótimo.
O que separa o que se ouve em “Casus Luciferi” do que o WATAIN
fez em “Rabid Death’s Curse” é o
amadurecimento, a capacidade o grupo de explorar seu próprio universo musical e
criar arranjos mais bem acabados, uma preocupação estética que substituiu a
ingenuidade inicial. E não é à toa que o grupo só cresceu depois desse disco em
termos de exposição.
Este disco é mais homogêneo e com uma abordagem mais
refinada, o que nos permite dizer que suas oito músicas são excelentes. Mas a
porradaria extrema e com boa diversidade rítmica de “Devil’s Blood”, o peso cavalar e azedume infernal de “Black Salvation” (que belo trabalho de
baixo e bateria nesses ritmos tão variados), o cortejo fúnebre atmosférico e
soturno de “Opus Dei (The Morbid Angel)”
e seu trabalho fantástico de vocais, o inferno de peso e de riffs avassaladores
de “I Am the Earth” (onde certo
retoque de técnica musical surgem nas guitarras nessa pegada mais cadenciada), a
extrema e brutal “From the Pulpits of
Abomination”, e a abrasiva e mais simples “Casus Luciferi” (que tem uma
pegada mais próxima ao material do disco anterior, mas destilada ao longo de
oito minutos de pura obscuridade mórbida nos vocais).
Tal qual o lançamento de seu antecessor, “Casus Luciferi” também tem tiragem
limitada, logo, é bom irem à luta por suas cópias!
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