Banda: RAVENOUS MOB
Início de atividades:
12/2012
Discos lançados: “Unholy
Secrets” EP
Formação atual: Lucas Rodrigues, Luiz Gustavo, Michael
Almeida e Filipe Zimmermann
Cidade/Estado:
Curvelo/MG
BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma
banda?
Eu (Filipe) já
participava de uma banda anterior com o guitarrista Lucas e tocávamos covers de algumas bandas de Heavy Metal, devido
às dificuldades e mudanças que a banda sofreu com baixas de integrantes e
estrutura, resolvemos então mudar o rumo da proposta e passamos a compor nossas
próprias músicas surgindo assim a RAVENOUS
MOB no fim de 2012. Inicialmente Ewerton
Melo se juntou a banda como guitarrista onde montamos nosso primeiro
estúdio sendo assim o reduto de criação da banda. Devido à precariedade de
adeptos ao estilo demoramos a encontrar integrantes dispostos a compor a
formação da banda, a princípio conseguimos algumas parcerias para apresentações
locais em eventos (Paulo Agostinho nos
vocais e Phillipe Diniz no baixo).
Em seguida conhecemos o Michael
(vocalista) através de alguns amigos que ensaiavam no nosso estúdio e então
surgiu um convite para integrar efetivamente a banda. No fim de 2014 a banda
entrou em um hiato até meados de 2016 onde acabou sofrendo baixas na formação.
Com o retorno começamos a gravar as faixas que viriam compor o EP “Unholy Secrets”. Nesse período
conhecemos o Luiz (guitarrista) que
entrou efetivamente na banda.
Inicialmente era aquela loucura de adolescente de formar sua
banda e rodar o mundo mostrando sua música, sempre tivemos nossas inspirações
no Metal e juntar os amigos e tocar era algo que fazia parte da rotina de todos
então foi bem natural o processo. Com o amadurecimento dos integrantes essa
vontade ainda se mantém firme e cada dia mais forte.
BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no
cenário?
As dificuldades são muitas, inicialmente no interior de
Minas Gerais (estado que já revelou grandes nomes do Metal mundial) a cena
nunca se assemelhou ao que a gente encontra na capital, então para bandas do
estilo quase nunca passava na cabeça fazer além do hobby. Mesmo a banda
contrariando o cenário essas dificuldades ainda são recorrentes
Outras dificuldades que quase toda banda de interior é a
questão da estrutura para ensaios, realizações de shows e etc. Além de não
dispor 100% do tempo para a banda devido às atividades que todos os integrantes
têm paralela a banda. Porém nos mantemos ativos gravando, ensaiando e cumprindo
todas as demandas pertinentes a banda.
BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de
Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?
Como mencionado na pergunta anterior, o cenário não é dos
melhores apesar de que ultimamente temos tido algumas iniciativas dos amantes
do metal criando festas e festivais para movimentar as bandas locais e o rock
na cidade.
Atualmente estamos focados no estúdio preparando o nosso
primeiro disco para o fim do ano e continuamos ensaiando e preparando o show de
lançamento do mesmo.
A estrutura acompanha a força da cena local que infelizmente não é tão grande
assim, mas sempre a galera busca se superar pra oferecer a melhor estrutura
possível.
BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal,
já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma
banda, como encaram esse tipo de comentário?
Lucas Rodrigues:
Falando sobre a realidade nossa (Brasil), o Metal só está morto pra quem não
quer enxergá-lo, pois nunca tivemos tantas bandas trabalhando pra se
estabelecer na cena principalmente no cenário underground. Hoje em dia, as
bandas são muito independentes no sentido de se produzir e as ferramentas que
temos hoje de divulgação ajudam a fomentar o movimento. Quem acha que o Metal
está morto, principalmente no Brasil, é só dar uma conferida nos programas como
os da Roadie Metal e tantos outros
meios que dão uma força tremenda pro estilo. De forma geral, é claro que as
perdas de grandes nomes do Metal dão a impressão de que o estilo venha a perder
força, porém essa visão vem da diversidade em que o estilo se encontra hoje em
dia. Talvez a gente não venha a ter grandes nomes como METALLICA, IRON MAIDEN, DIO e outros, mas temos um número muito
maior de bandas surgindo no cenário e todas elas carregam uma quantidade
considerável de fãs, e isso que mantêm o Metal vivo.
Luiz Gustavo: Na
minha opinião, o Metal é o estilo de música que mais tenta se manter isolado de
contato com outros gêneros, o que faz com que ele apenas se reinvente dentro
dele mesmo. Assim, bandas novas estão, em geral, tentando fazer coisas no mesmo
direcionamento das antigas, quase que imitando (em muitos casos imitando) suas
referências. Assim, são apenas repetidoras de clichês musicais que não
acrescentam nada à cena. Na outra via, as bandas que incorporam influências de
outros gêneros e áreas da música não são bem aceitas, já que o público em geral
é muito conservador. Dessa forma, vejo o seguinte cenário: as bandas novas são
rejeitadas por imitarem ou por tentar serem diferentes (por incrível que
pareça), raríssimas se salvando das críticas. O público então continua a ouvir
as mesmas bandas de sempre, inclusive “torcendo o nariz” para essas quando as
mesmas tentam inovar em suas músicas. Pra mim o cenário só não é mais
pessimista porque o metal é uma paixão, sendo muito sincero para quem gosta.
Mas em meu ponto de vista, são necessárias mudanças na mentalidade dos músicos
e especialmente dos fãs.
Michael Almeida:
O meu pensamento se assemelha muito ao do Lucas, porém quando dizem que o Metal
está acabando, eu penso o contrário, não por fazer parte de uma banda, mas por
ver as bandas do Underground mesmo sem cena por perto estão tentando mostrar
seu trabalho e seu som. Independente se vão conseguir fazer sucesso ou não
estão tentando de qualquer forma, mas uma base que temos é que hoje encontramos
muitos festivais undergrounds que rolam tanto no Brasil quanto no mundo, às
vezes a galera nem conhece, mas estes festivais estão recheados de novas bandas
de excelente qualidade.
Filipe Zimmermann:
Na minha opinião, o Metal nunca morreu, o que acontece nos dias de hoje é que
tudo é muito pautado nas bandas clássicas que muitas vezes esse quadro fecha um
pouco pra que novas bandas apareçam. Temos ai inúmeras bandas em todos os
seguimentos do Metal de extrema qualidade, portanto o caminho trilhado pelas
grandes bandas nos anos 60, 70 e 80 está acontecendo agora pra essas novas
bandas. Acho que é questão de tempo e de apoio por parte dos empresários,
mídias especializadas para que grandes bandas se tornem conhecidas e comecem a
trilhar o caminho dos grandes nomes e eu não estou falando do mainstream, o
Underground hoje se mostra muito mais promissor nesse sentido, mesmo sabendo
que algumas bandas são engolidas pelos grandes empresários mas eu acredito no
cenário independente como a melhor forma de renovação no Metal.
BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário
dar certo? Qual sua opinião?
Lucas Rodrigues:
Dentro do possível acho que já está dando muito certo, porque imaginar o Metal
como um estilo predominante em um país diversificado culturalmente como é o
Brasil, chega parecer utópico pra quem gosta de Metal.
Luiz Gustavo: O Metal
sempre foi um estilo do underground mundial, tendo alguns momentos de maior
exposição. O Brasil é um país pouco segmentado em termos de cultura popular,
onde o mainstream é dominado pelo dito Sertanejo Universitário e por esse Pop Funk.
Ou seja, música de péssima qualidade em todos os sentidos. Estilos mais
underground no Brasil - como atualmente é o Rock, o Metal, Fusion, a MPB em
geral e a música instrumental - só voltariam a ter exposição na mídia a partir
do momento em que o público geral demandasse. Com um aprofundamento enorme na
crise educacional e cultural do Brasil, o público tende a se afastar cada vez
mais de músicas com arranjos rebuscados, letras mais e subjetivas e com traços
poéticos, sons mais difíceis de assimilar e etc. Ou seja, falta gente propensa
a gostar dos gêneros mais underground e criarem demanda que faça um circuito
surgir. Basicamente, falta o principal.
Michael Almeida:
Eu acho que falta um reconhecimento maior das grandes mídias para que possa ser
um pouco apresentado no país.
Filipe Zimmermann:
Umas das principais coisas é o apoio das outras bandas em reconhecer o trabalho
do próximo. Tem muita gente boa fazendo material por ai e às vezes o ego não
deixa compartilhar ou apesar incentivar as bandas a continuar fazendo o seu
trampo. O Brasil hoje é carente culturalmente (um quadro que só vem se
alastrando) que não favorece nem um pouco nosso estilo, fazendo com que as
músicas “pobres” conquistem o mercado e a grande massa. Obviamente sabemos que
as grandes mídias estão cagando pro underground e tantas bandas de qualidade
que tem aparecido, mesmo sabendo que isso nunca acontecerá seria um forte braço
pra levantar o Metal no Brasil.
BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.
Gostaríamos primeiramente de agradecer pela oportunidade ao
Metal Samsara por nos ceder este espaço, a toda a galera que acompanha a banda,
a Roadie Metal pela parceria e o recado é pra galera acompanhar o EP “Unholy Secrets” que está disponível
para audição no canal oficial da Ravenous
Mob no Youtube, estamos trabalhando no primeiro álbum da banda e em breve
traremos grandes novidades pra todos.
Join the
Mob /,,/
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