2017
Selo: Erinnys Records
Nacional
Nota: 8,7/10,0
Tracklist:
1. No More
Lies
2. Embrace
of Death
3. Império
Headbanger
4.
Traveling by Warriors Land
5. Force
and Honor
6. Unit 731
7. Thrash
Anger
8. Fight
for Freedom
9. Evil
Sense
Banda:
Wagner “Capú” - Vocais, guitarras
Thiago “Suco” - Guitarras
Hugo Rodrigues - Baixo
Ricardo Alves - Bateria
Contatos:
Site Oficial:
Twitter:
Instagram:
Bandcamp:
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/evilsense/ (Metal
Media)
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Muito da fragmentação do Metal nacional nasce do radicalismo
musical. E ele é ramificado em vários aspectos danosos, e é visto com mais
clareza no meio das bandas com som mais retrô, especialmente nas que rebuscam o
som dos anos 80. Não existe “radicalismo consciente” ou “radicalismo essencial”,
apenas distorções de um grande mal que nos assola e enfraquece como cenário
musical. E é uma pena tão poucos serem agregadores, como o quarteto EVIL SENSE, de São Paulo. Uma banda
experiente, lutou por 17 anos, mas por fim, chegaram ao seu primeiro disco, “Fight For Freedom”.
O trabalho do quarteto é claramente influenciado pelos anos
80, aquele formato Thrash/Speed Metal de raiz, quando bandas como EXODUS, SLAYER, DESTRUCTION, SLAYER da fase “Show No Mercy” e outros
ainda buscavam o santo Graal do gênero. Mas o mais interessante é que eles não
se furtam de usar elementos do Metal tradicional, do Crossover e mesmo do Death
Metal em seu trabalho, agregando valor e identidade à sua música. O mais legal
é que a referência Old School não tornou o trabalho deles datado ou bolorento,
mas vibra com energia e identidade. E isso os diferencia de uma legião de
clones Old School do Brasil.
A sonoridade reflete a dificuldade de uma luta de 3 anos.
Apesar de não ser a ideal (pois soa mais crua do que o necessário), Alexdog (baixista/vocalista da banda TENEBRÁRIO) e o próprio quarteto se
esforçaram por uma sonoridade que fosse boa e pesada, além de clara, com a
idéia da banda em rebuscar um pouco o som dos anos 80. Ficou a contento, mas
poderia ser bem melhor, embora os timbres instrumentais estejam muito bons. Mas
torno a dizer: se lerem por aí como foi sofrido o processo para eles, mais as
dificuldades econômicas que nosso país passa há dois anos, vocês entenderão
ainda mais o grupo. Mais uma vez, indico uma sonoridade semelhante ao que o TOXIC HOLOCAUST e o ENFORCER estão fazendo em termos sonoros nos últimos discos, pois resgatam o feeling dos anos 80, mas com uma qualidade mais limpa.
A arte gráfica, por sua vez, ficou nas mãos da A arte da
capa ficou nas mãos da Pirate Fox Design, mostrando-se simples e funcional, mas
bem acabada. Ou seja: antenada com que o grupo faz musicalmente.
Se o trabalho do EVIL
SENSE não prima pela originalidade, tem uma essência única uma identidade
forte e bem agressiva. E as músicas são muito boas, com passagens onde todos os
clichês dos anos 80 aparecem, mas com uma roupagem diferente, com bons arranjos
de guitarra, solos eficientes, vocais com timbres agressivos quase que “hardcorizados”,
baixo e bateria com boa técnica e apelando para a brutalidade vez por outra.
“Fight for Freedom”
é um disco muito bom, com 9 faixas bem legais e que empolgam. Mas se destacam a
agressiva e com aquele jeitão Thrasher alemão dos anos 80 “No More Lies” (belo trabalho de baixo e bateria, com momentos em
que os bumbos duplos trabalham bastante), as linhas melódicas puramente Heavy
Metal de “Embrace of Death” (que
riffs ganchudos e solos melodiosos bem feitos), a demolidora de pescoços “Traveling by Warriors Land” (uma
instrumental excelente, onde se percebe que o grupo é muito bom em termos instrumentais,
usando de uma técnica musical bem eclética, onde baixo e bateria mostram
bastante como são bons, mas as guitarras são muito afiadas), a longa e
climática “Force and Honor” (com um
peso absurdo e muitas variações de ritmo, onde o baixo mostra uma fluidez
técnica à lá Steve Harris, e a
bateria exibe um peso cavalar), a envolvente energia que flui das melodias mais
rasgadas de “Thrash Anger” (os
vocais estão muito bem, verdade seja dita), as variações de ritmos que permeiam
“Fight for Freedom”, e o trabalho
intenso das guitarras e dos vocais à lá Lemmy
em “Evil Sense” (que possui ótimos
solos e até mesmo alguns vocais femininos).
O EVIL SENSE é
cheio de pontos positivos, tem muito a evoluir e a oferecer musicalmente. E acertando
a mão na produção sonora, e mesclando tantas influências e com a mente aberta que
demonstram agora, ninguém segura esses sujeitos!
Ponho fé e acredito neles!
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