2017
Selo:
Shinigami Records, Nuclear Blast Brasil
Nacional
Nota: 10,0/10,0
Tracklist:
Disco 1:
1. The
Ninth Wave
2. Banish
from Sanctuary
3.
Nightfall
4.
Prophecies
5. Tanelorn
6. The Last
Candle
7. And Then
There Was Silence
Disco 2:
1. The Lord
of the Rings
2. Fly
3. Bright
Eyes
4. Lost in
the Twilight Hall
5.
Imaginations From the Other Side
6. Into the
Storm
7. Twilight
of the Gods
8. A Past
and Future Secret
9. And the
Story Ends
Disco 3:
1. Sacred
Worlds
2. The Bard’s
Song (In the Forest)
3. Valhalla
4. Wheel of
Time
5. Majesty
6. Mirror
Mirror
Banda:
Hansi
Kürsch - Vocais
André
Olbrich - Guitarra solo, backing vocals
Marcus
Siepen - Guitarra base, backing vocals
Frederik
Ehmke - Bateria, percussão
Convidados:
Barend
Courbois - Baixo, backing vocals
Michael
Schüren - Teclados, backing vocals
Contatos:
Site Oficial: http://www.blind-guardian.com/
Facebook: https://www.facebook.com/blindguardian
Twitter: www.twitter.com/blind_guardian
Youtube: www.youtube.com/blindguardian
Instagram: https://www.instagram.com/blindguardian/
Bandcamp:
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Falar do BLIND
GUARDIAN é quase que fazer chover em terra molhada, já que poucas bandas
atualmente possuem a projeção do quarteto alemão de Krefeld. São um dos poucos
nomes que cresceram e se firmaram nos anos 90, considerado por muitos como uma
década negra para o Metal, criando para si um nicho especial dentro do cenário
mundial, além de lançarem clássicos absolutos como “Imaginations From the Other Side” e “Nightfall in the Middle-Earth”. Mas erra quem pensa que a melhor
fase do grupo passou ou que estejam já sem vigor. Prova disso é o triplo CD ao
vivo “Live Beyond the Spheres”,
lançado em Junho passado e que chega ao Brasil com sua versão nacional, lançada
pela Shinigami Records em sua
parceria com a Nuclear Blast Brasil.
Mas o que ainda resta ao Guardião Cego após tantos anos?
Como eles ainda podem nos surpreender?
Primeiramente, a banda ousou, já que pela primeira vez, eles
chegam com um triplo ao vivo, gravado durante a turnê de 2015, que divulgou o
álbum “Beyond the Red Mirror” (seu
último trabalho de estúdio). Só isso já nos faz ter idéia do que estes alemães
trouxeram.
Segundo, e mais importante, em “Live Beyond the Spheres” existem não apenas músicas do disco mais
recente (apenas três, “The Ninth Wave”,
“Prophecies” e “Twilight of the Gods”), mas muitos clássicos e mesmo algumas
músicas que eles não tocavam ao vivo há um bom tempo. E digamos de passagem: um
disco ao vivo conseguir varrer mais de 30 anos de uma carreira sólida e cheia
de grandes músicas é praticamente impossível. Mas este triplo ao vivo chega
perto de conseguir isso!
Produzir esse disco não foi simples, verdade seja dita.
Escolher o repertório entre versões de 30 shows não foi algo simples, como
algumas declarações de Hansi na
imprensa deixam isso claro. Mas para realizar tal intento, o trabalho de Sascha Helmstädt e Peter Brand na gravação (ou seja, a captação sonora dos shows),
mais a mixagem e engenharia sonora de Charlie
Bauerfeind e a masterização de Darcy
Proper foram perfeitos, já que a sonoridade do disco é perfeita. Sim, em
termos de produção sonora “Live Beyond
the Spheres” é uma das melhores qualidades sonoras de um disco ao vivo que
este autor já ouviu, conseguindo mostrar a força e complexidade da música do grupo
durante um show, bem como capta bem as reações do público, e se percebe a energia
da banda ao vivo.
Além dos aspectos sonoros, os esforços da arte gráfica
ficaram ótimos, já que o trabalho de Andrea
Christen (capa e design) ficou excelente,
com uma apresentação linda nesse formato Digipack imenso e de qualidade. E para
ficar ainda melhor, as fotos dos shows, creditadas a Hans-Martin Issler e Rodrigo
Simas, todas com a diagramação feita por Felix Olschewski, deram uma enriquecida muito grande ao disco.
Resta uma pergunta a ser respondida: a banda ainda tem força
em seus shows ao vivo?
Bem, 33 anos (contando os anos em que o nome do grupo ainda
era LUCIFER’S HERITAGE) não são 33
minutos, logo, a idade pesa. Os vocais de Hansi
há um bom tempo se readaptaram, evitando o uso constante dos tons altos e
esganiçados do passado (percebe-se isso claramente em “Bright Eyes” e “Imaginations
from the Other Side”, mas isso não quer dizer que ele abandonou totalmente
essas partes vocais), mas se perdeu um pouco da agressividade, ganhou em
elegância (já que a voz do homem é belíssima), e ele continua com fôlego
privilegiado, enquanto André, Marcus
e Frederik estarem em ótima forma,
bem como os músicos contratados Barend
e Michael cumprem muito bem seus
papéis. E diferente de algumas bandas mais clássicas com vocalistas que perdem
a voz ao vivo e outras que tiveram que diminuir os tempos e baixar a afinação,
o BLIND GUARDIAN ainda se mantém
inteiro, sem chegar a isso. Nem mesmo a complexidade progressiva do grupo é
alterada ao vivo.
Falando do repertório: são 22 músicas distribuídas em 3 CDs,
logo se percebe que as canções estão com a duração próxima das originais de
estúdio, logo, se preparem, pois realmente, o nível do disco é alto!
Do disco 1, impossível não destacar peças como “The Ninth Wave” e sua complexidade técnica,
da energia cativante de “Banish from
Sanctuary”, a força da clássica “Nightfall”
(com a participação ativa do público e lindas partes de teclados, mostrando
que Michael não está ali por mero
acaso), a embalante “Tanelorn” e a arrasadora
“And Then There Was Silence”.
O disco 2 é cheio de clássicos. E como não falar da ótima “The Lord of the Rings” (um dos hinos
mais antigos da banda), a trica de ouro formada por “Bright Eyes”, “Imaginations From the Other Side” e “Into the Storm” (onde tanto Hansi como André e Marcus estão
perfeitos, e reparem bem como os vocais estão ótimos, mesmo diferentes), e a
matadora e climática “And the Story Ends”.
Encerrando a festa, no disco 3, temos a clássica canção dos
fãs, “The Bard’s Song (In the Forest)”
(percebam como o público acompanha a banda perfeitamente), um dos primeiros
clássicos do grupo, “Valhalla” (do
segundo disco do grupo, “Follow the
Blind”, com uma energia ainda entre o Speed Metal e o Power Metal,
apresentando um trabalho primoroso das guitarras), a ótima “Majesty” (que vem
de “Batallions of Fear, primeiro álbum do grupo, e é cheia de uma energia mais
crua, onde é a vez de Frederik e Barend brilharem), e fechando, uma das
músicas mais marcantes e apoteóticas do BLIND
GUARDIAN, “Mirror Mirror” (o
público participa ativamente cantando durante o refrão, sem mencionar que os
vocais estão ótimos, as guitarras magistrais, baixo e bateria perfeitos, e teclados dando aquela perfeita ambientação à música).
E os Bardos do Metal continuam sua saga e não parece que
irão parar tão cedo. E “Live Beyond the
Spheres” é um excelente disco ao vivo, merece aplausos e a aquisição, mesmo
que você não seja fã do grupo.
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