2017
Nacional
Nota: 10,0/10,0
Tracklist:
DVD1 - Live at Oslo Spektrum (28/05/2011):
1. Xibir (orchestra)
2. Born Treacherous
3. Gateways
4. Dimmu Borgir (orchestra)
5. Dimmu Borgir
6. Chess with the Abyss
7. Ritualist
8. A Jewel Traced Through Coal
9. Eradication Instincts Defined (orchestra)
10. Vredesbyrd
11. Progenies of the Great Apocalypse
12. The Serpentine Offering
13. Fear and Wonder (orchestra)
14. Kings of the Carnival Creation
15. Puritania
16. Mourning Palace
17. Perfection or Vanity (orchestra)
18. Mini Documentário
DVD2 - Live at Wacken Open Air (03/08/2012):
1. Xibir (orchestra)
2. Born Treacherous
3. Gateways
4. Dimmu Borgir (orchestra)
5. Dimmu Borgir
6. Chess with the Abyss
7. Ritualist
8. A Jewel Traced Through Coal
9. Eradication Instincts Defined (orchestra)
10. Vredesbyrd
11. Progenies of the Great Apocalypse
12. The Serpentine Offering
13. Fear and Wonder (orchestra)
14. Kings of the Carnival Creation
15. Puritania
16. Mourning Palace
17. Perfection or Vanity (orchestra)
Banda:
Shagrath - Vocais
Silenoz - Guitarra base
Galder - Guitarra solo
Gerlioz - Teclados (músico contratado)
Cyrus - Baixo (músico contratado)
Daray - Bateria (músico contratado)
Convidados:
Agnete Kjølsrud - Vocais femininos em “Gateways”
The Norwegian Radio Orchestra - Orquestra (DVD1)
The Czech National Orchestra - Orquestra (DVD2)
Schola Cantorum Choir - Corais
Contatos:
Site Oficial: http://media.nuclearblast.de/shoplanding/2017/DimmuBorgir/forces-of-the-northern-night.html
Facebook: https://www.facebook.com/dimmuborgir
Twitter: https://twitter.com/dimmuborgir
Youtube: http://www.youtube.com/dimmuborgir
Bandcamp:
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Existem aqueles que sempre farão mais do mesmo, aqueles que preferem se prender a limites e velhas fórmulas, muitos com trabalhos relevantes, e outros nem tanto. Mas os mais importantes são justamente aqueles que quebram barreiras, que vêm para criar e ampliar limites. Não importa se estão nas vertentes mais melodiosas do Metal no Classic Rock ou nos estilos extremos essa verdade é inexorável, rígida como um diamante. E uma das mais belas jóias do Metal atual é, sem sombra de dúvidas, o DIMMU BORGIR, que depois de 7 anos de ausência, nos presenteia com um DVD duplo ao vivo, “Forces of the Northern Night”, aguardado há muito tempo pelos fãs da banda. E que a parceria entre a Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil nos possibilitou o acesso mais fácil e em conta.
Diferentemente do CD duplo (que também foi lançado no Brasil pela dobradinha Shinigami Records/Nuclear Blast Brasil), o DVD nos brinda com dois shows da banda: o já clássico show de 28/05/2011, no Oslo Spektrum (Noruega), e o de 03/08/2012, no Wacken Open Air (Alemanha). Sim, a banda cumpriu a promessa feita de lançar ambos os shows.
Basicamente, como todos já sabem, o DIMMU BORGIR é uma banda de Black Metal com o amplo uso de elementos sinfônicos e melodias. Mas sempre com um enfoque que vai surpreender os fãs, já que o balanço entre esses elementos nem sempre é constante, o que faz o trabalho deles se desenvolver de forma imprevisível. E isso é bom, nos leva a termos que esforçar os sentidos.
No show do Oslo Spektrum, se percebe que todos os takes de câmera são perfeitos, pegando a banda em seus grandes momentos e com ângulos privilegiados. A TV norueguesa NRK exibiu o show, logo, vemos tomadas aéreas, closes, panorâmicas, todos excelentes, tanto para o sexteto quanto para a orquestra e o coral. São tão boas e cheias de detalhes que vemos membros do coral e da orquestra usando “corpse paint”.
Já a produção de imagens do Wacken Open Air comete alguns gafes. A qualidade do vídeo é ótima, o número de câmeras é bem grande, mas os cortes são abruptos muitas vezes, deixando momentos antológicos de fora, como a queda da cortina no início do show. E a velocidade dos takes é alta (chega a ser claustrofóbico às vezes), não nos permitindo um momento de fôlego. Mas em contrapartida, os takes do público são excelentes, bem como a imagem de fundo, pegando a todos os presentes, mostra como o sexteto é capaz de captar todas as atenções, mesmo dos fãs mais distantes.
Como foi no caso do CD, o DVD foi produzido pelo próprio grupo. O áudio foi masterizado por Chris Sansom. E a qualidade sonora resultante é primorosa, de alto nível, e perfeita em termos de show ao vivo, pois não perde a vibração do público e a energia da apresentação. Mas ao mesmo tempo, a agressividade do DIMMU BORGIR está ali, como se pode ouvir em “Vredesbyrd” e “Mourning Palace” claramente. Tudo perfeito, mas vibrante.
A arte gráfica é de Joachim Luetke, tal qual no CD. Na realidade, a capa e encarte de “Forces of the Northern Night” são quase que idênticas ao do CD, formando um pacote fechado (embora a arte da capa do encarte seja diferente).
Para que o projeto que chamamos de “Forces of the Northern Night” ganhasse vida da forma que foi, Gaute Storaas teve trabalho. Se ele já havia cuidado das orquestrações em “Abrahadabra”, aqui ele teve mais trabalho, adaptando músicas antigas ao formato exigido. E vemos essa diferença em “Mouning Palace”, “Kings of the Carnival Creation” e “Progenies of the Great Apocalypse” (onde as partes de vocais limpos conhecidas foram substituídas por corais), músicas mais antigas. E ainda temos versões orquestrais meramente instrumentais para “Xibir”,
“Dimmu Borgir”, “Eradication Instincts Defined”, “Fear and Wonder”, e “Perfection
or Vanity”, permitindo que a banda descanse entre partes do show.
O repertório de ambos os shows é o mesmo, e é até previsível que seja assim uma vez que a logística para se fazer um show dessa forma já deve custar bem caro, imaginem dois. Isso justifica o foco da em material de “Abrahadabra” (7 faixas do disco, contando a intro “Xibir”), que ocupam a primeira parte do show, enquanto na segunda, a banda procurou apanhar algumas mais antigas e rearranjadas para serem apresentadas em formatos orquestrados. Óbvio que o setlist vai causar reclamação nos fãs mais antigos e puritanos, mas lembrem-se do que foi dito acima: rearranjar e orquestrar uma canção são processos pagos e caros.
Mas verdade seja dita: ambos os shows são arrasadores, algo que o DIMMU BORGIR sabe fazer bem.
Como dito no review do duplo CD ao vivo, as canções mecânicas de “Abrahadabra” ganham energia e espontaneidade, e se tornam ainda mais grandiosas, e o grupo ao vivo está solto e com uma performance excelente (especialmente Shagrath, um frontman de primeira, que comunica-se muito bem com o público e possui uma postura de palco como poucos), fazendo com que “Born Treacherous” (grandiosa e pesada), o hino “Gateways” (onde os vocais de Shagrath e Agnete Kjølsrud roubam a cena, algo quase vitoriano), a energia envolvente de “Dimmu Borgir” (uma das melhores canções da banda, com Silenoz e Galder mostrando belos duetos, além do belíssimo trabalho dos corais) sejam experiências únicas, e adicione a isso clássicos como a poderosa “Vredesbyrd” e a maravilhosa “Progenies of the Great Apocalypse” (onde baixo, bateria e teclados estão excelentes), ao peso soturno de “The Serpentine Offering” e de “Kings of the Carnival Creation” (reparem como os corais se encaixam perfeitamente nas partes de vocais limpos), e ao sabor de nostalgia da belíssima “Mourning Palace”. O show é sensacional, sem sombra de dúvidas! E só para constar, no show de Oslo estavam fãs do Canadá, Chile, Japão, Austrália, Reino Unido e outros só para aquele evento único. E para não deixar dúvidas, o show do Wacken é igualmente arrasador, só um pouco mais espontâneo.
O mini-documentário que está no DVD 1 é sobre todos os aspectos que envolveram a produção de “Forces of the Northen Night”, entrevistas com a banda, com o regente da Orquestra Nacional da Noruega, com Gaute Storaas, e takes dos ensaios (que são cômicos), depoimento de membros do coral e da orquestra, fãs que foram a Oslo apenas para aquele show...
Tudo muito bem feito e registrando um momento especial: a primeira vez em que uma banda de Black Metal se uniu a uma orquestra e quebrou paradigmas, talvez dando uma prova conclusiva sobre as raízes clássicas do Metal (tema abordado no documentário “Metal: a Headbanger’s Journey”, de Sam Dunn).
Se uma banda pode aferir que Black Metal não é apenas barulho (como alguns xiitas adoram pregar por aí), essa é o DIMMU BORGIR.
E “Forces of the Northern Night” é um lançamento imperdível!
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