quarta-feira, 23 de agosto de 2017

DANZIG - Black Laden Crown (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 7,8/10,0

Tracklist:

1. Black Laden Crown
2. Eyes Ripping Fire
3. Devil on Hwy 9
4. Last Ride
5. The Witching Hour
6. But a Nightmare
7. Skulls & Daisies
8. Blackness Falls
9. Pull the Sun


Banda:


Glenn Danzig - Vocais, piano, baixo, guitarras, bateria em “Eyes Ripping Fire”, “Last Ride”, e “But a Nightmare”
Tommy Victor - Guitarra solo, baixo
Johnny Kelly - Bateria em “Black Laden Crown” e “The Witching Hour”

Convidados:

Joey Castillo - Bateria em “Devil on Hwy 9” e “Blackness Falls”
Karl Rokfist - Bateria em “Pull the Sun”
Dirk Verbeuren - Bateria em “But a Nightmare”


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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia

A verdade seja dita: quando Glenn Danzig, lendário ex-vocalista do THE MISFITS prepara um novo trabalho do DANZIG, sempre causa ansiedade e alvoroço. E após sete anos sem lançar material inédito (já que “Skeletons”, de 2015, é um disco de covers), eis que nos chega “Black Laden Crown”, que tem sua versão nacional lançada pela Shinigami Records.

O que falar de DANZIG, depois desses anos todos?

A verdade é que Glenn tem em sua diversificada gama de influências musicais, logo, é bem difícil de apontar um estilo único que o grupo segue sob sua liderança. As composições aqui basicamente varrem todos os trabalhos que ele já fez, com momentos que poderiam se encaixar em qualquer um deles. Peso, melodia, boa dose de agressividade e muita energia se encontram nesse álbum, que é bom, embora a qualidade de suas canções esteja distante do que se conhece de discos como “Danzig”, o mais bluesy “Lucifuge” ou do sabor mais seco de “How the Gods Kill”.

O maior pecado de “Black Laden Crown” foi sua produção. Óbvio que foram usados equipamentos analógicos, já que Glenn adora esse tipo de sonoridade mais crua e orgânica. Mas mesmo assim, soa frágil, com vários momentos onde as músicas (que poderiam render mais) são afogadas com guitarras em baixo volume sonoro. O problema não estar em gravar em sistemas analógicos, com amplificadores velhos, já que muitas bandas fazem isso, mas sim na finalização do trabalho. Creio que Glen deveria ter deixado a produção na mão de outro profissional, já que embora não seja tão ruim assim, a sonoridade do disco poderia ser muito melhor. Ainda bem que a mixagem adicional de Chris Rakestraw e a masterização de Howie Weinberg conseguiram dar mais “punch” ao som, senão seria um desastre certo.

Já a arte da capa, feita por Simon Bisley, ficou bem legal, pois esse desenho pegou bem com a força mais visceral e crua do álbum.

Musicalmente, “Black Laden Crown” é um bom disco, com canções que realmente são muito boas. O DNA do DANZIG é sensível em cada uma delas, todas com bons arranjos. E se não consegue chegar ao nível de sua fase mais clássica, também não chegam a desonrar o legado do grupo, mesmo porque temos músicos como Tommy Victor (do PRONG) nas guitarras, Joey Castillo (ex-QUEENS OF THE STONE AGE) e Dirk Verbeuren (do MEGADETH, ex-SOILWORK e ABORTED) na bateria.

“Black Laden Crown” e seu jeito soturno e azedo (mostrando boas vocalizações de Glenn), o peso abusivo das guitarras em “Eyes Ripping Fire”, a ganchuda e explosiva “Devil on Hwy 9” (que esbanja peso e bom trabalho de baixo e bateria), a quase Southern Rock e introspectiva “Last Ride”, a força da bateria pesada e técnica em “But a Nightmare”, e a energia seca, melancólica e envolvente de “Pull the Sun” fazem a diferença e elevam o nível do álbum.


Novamente: se “Black Laden Crown” não está no mesmo nível dos clássicos do grupo, ele honra o trabalho do DANZIG e merece a aquisição.


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