quarta-feira, 23 de agosto de 2017

CARPATUS - Malus Ascendant (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 9,3/10,0

Tracklist:

1. Rites of Fire and Blood
2. The Cold Autumn Sunrise
3. Aeon Damnation
4. Flames to Eternity
5. A Missa Funebre
6. From a Dreadful Past
7. Behold the Mourful Nature


Banda:


Dizruptor - Vocais, guitarras, baixo, teclados
Morbus Deimos - Bateria


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Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/carpatus/ (Metal Media)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Sempre digo que o cenário Black Metal brasileiro é capaz de produzir potências em termos musicais. Uma pena que muito poucos são os fãs brasileiros que valorizam as bandas de nosso país, pois elas são capazes de produzir trabalhos singulares, trabalhos que fariam o queixo de muitos cair da cara. E um deles é o CARPATUS, de Santo André (SP), que nos chega como “Malus Ascendant”, seu terceiro álbum. O nível do grupo é tão bom que o selo sueco Black Lion que lançou o disco (que tem distribuição nacional pela Hammer of Damnation Records).

A banda faz um Black Metal direto, agressivo e pesado, com enfoque na sonoridade fria e ríspida da SWOBM (Second Wave of Black Metal, a geração que se inicia no final dos anos 80). Óbvio que isso já deixa claro que o grupo foca em um trabalho técnico mais simples, em uma ambientação sinistra. Mas isso não quer dizer que o grupo não tenha identidade. Aliás, isso a banda tem, e muita, verdade seja dita.

A sonoridade de “Malus Ascendant” é ótima. A produção de Marcos Cerutti, que também mixou o trabalho. A masterização foi feita pelo sueco músico e produtor sueco Dan Swanö (que já trabalhou com nomes como OPETH e DARK FUNERAL, entre outros). E a qualidade sonora é abusivamente agressiva, seca e pesada, com timbres instrumentais bem definidos, mas com um toque essencial de clareza que permite que os fãs entendam. E cada um dos instrumentos está em seu devido lugar, com o melhor timbre possível.

Já a arte gráfica é mais um trabalho do designer Marcelo Vasco, da PR2Design (o mesmo que já fez trabalhos para SLAYER, SOULFLY, DARK FUNERAL, OBITUARY, BORKNAGAR, e outros). Como o som do grupo é bem ríspido e tradicional, a opção pelo uso de preto, branco e tons de cinza na arte foi ótima, e tudo feito em um formato Digipack de três folhas.

Maduro e mostrado personalidade forte, o trabalho do CARPATUS merece muitos elogios, em especial porque a banda soube arranjar as canções de forma que elas não soem cansativas aos ouvidos dos fãs. Pelo contrário: mesmo na simplicidade técnica, o grupo sabe mudar as regras do jogo quando necessário.

Eles lançam mão de 7 faixas bem brutais e agressivas, mas sempre com aquela aula densa e soturna do estilo. E as melhores são: “Rites of Fire and Blood” com seus ritmos alternados e riffs de guitarra certeiros (além de ótimas partes dos vocais); “The Cold Autumn Sunrise”, que é adornada com belos arranjos de guitarras, vocais insanamente rasgados e certo toque de melodias sombrias (mas se preparem que esta muda do climático para o veloz e bruto sem aviso); “The Cold Autumn Sunrise” com sua pegada mais tradicional em termos de Black Metal, fora o uso de tempos mais lentos aqui e ali (bom trabalho de baixo e bateria, realmente); “A Missa Fúnebre” e suas passagens envolventes (e belíssimo solo de guitarra, diga-se de passagem); e a moenda de ossos chamada “Behold the Mourful Nature”, cheia de passagens mais climática, com momentos mais soturnos e lentos, e outros mais velozes.

Ou seja: se você gosta de Metal extremo, pode reservar sua cópia, pois o CARPATUS caprichou em “Malus Ascendant”.


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