Início
de atividades: 2012
Discos
lançados: “Get Naked”
Formação
atual: Juh Leidl (vocal/guitarra), Fred Leidl (guitarra/piano/vocal), Bruno
Manfrinato (guitarra), Bob Rocha (baixo) e Henrique Matos (bateria)
Cidade/Estado:
Campinas/SP
BD:
Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?
Fred
Leidl: A banda teve início no término de uma banda chamada
The Bugs em 2012. Eu estava compondo músicas desde 2008. Com o término da The
Bugs, me juntei com Juh Leidl e Bruno Baptista para finalizar algumas músicas.O
resultado surpreendeu e decidimos montar uma nova banda e chamar os músicos que
faltavam para completar a THREESOME. O excepcional e virtuoso Bob Rock, que já
era baixista da The Bugs, aceitou o convite e Rick veio logo em seguida
assumindo as baquetas. Por volta de 2010, Fred Leidl e Juh Leidl assistiram um
show do The Who cover em campinas, em que Rick estava substituindo o baterista
da banda, o resultado foi surpreendente e marcante, tanto que depois de muito trabalho
para localizar a extinta The Who cover e o baterista em questão, existia uma
certeza de que esse era o baterista perfeito para nosso som.
BD:
Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?
Henrique
Matos: São muitas hahaha. Falta de incentivo, pouco espaço
na grande mídia e a cultura musical deficiente da população talvez sejam as
maiores dificuldades.
BD:
Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar
com regularidade? A estrutura é boa?
Henrique:
Apesar de contar com várias bandas boas, o espaço pra bandas de Rock autoral é
pequeno, como em qualquer outra cidade do Brasil que conheço. Algumas casas
abrem as portas pra esse mercado, algumas com boa estrutura, outras não,
algumas pagam, outras não. Embora haja alguns festivais com apoio municipal,
ainda é muito pouco. A maioria das casas do estilo acaba tendo o cover como carro
chefe, pois é o que a maioria do público procura, mas algumas ainda mantêm o
autoral na agenda, o que é louvável, pois o retorno financeiro é menor.
BD:
Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes
estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram
esse tipo de comentário?
Henrique:
Já faz mais de 50 anos que tentam matar o Rock. Desde que o estilo surgiu,
quando foi colocado como uma moda passageira. O Rock e suas vertentes (Heavy,
Hard, etc) não depende da grande mídia pra viver e se propagar. O ouvinte
desses estilos não liga o rádio ou a TV pra ouvir música e não tem seu gosto
musical definido por produtores da grande mídia. Existem muitas bandas novas
boas, e festivais de sucesso voltados para o estilo pelo mundo todo. Quem diz
que não tem mais bandas boas como antigamente e que falta criatividade, é por
que tem preguiça de procurar. Hoje em dia uma banda boa dificilmente vai cair
no nosso colo pela mídia. Temos que pesquisar.
BD:
Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua
opinião?
Henrique:
Na minha opinião, há motivos internos e externos que dificultam o
desenvolvimento da cena. Externamente, o maior problema é a falta de educação e
cultura, comprometendo a percepção musical da população. A arte, além de
entretenimento, é um instrumento de conscientização e crítica. Obviamente, um
governo corrupto não vai querer que a população seja educada, esclarecida, e
com acesso a cultura, pois não quer ser questionado. Dessa forma, o menor
incentivo e a falta de espaço na grande mídia dificulta o crescimento do Rock,
ficando difícil de produzirem material de qualidade, que é caro, e geralmente
sai do bolso do próprio artista, sem patrocínio. Internamente, é a desunião e
segregação entre bandas e público de Rock/Metal, não prestigiando bandas
locais. Criticam a sociedade, mas acabam agindo dentro da própria cena da mesma
forma, com preconceito, ódio, desconfiança e falta de empatia. Uma cena
dividida não cresce.
BD:
Deixem sua mensagem final para os leitores.
Henrique:
Se divirtam, vão em shows de bandas novas, bandas velhas, desconhecidas,
famosas... Abusem da sensação de conhecer algo novo que te faz emocionar, sem
se prender a regras e ditaduras da moda.
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