2017
Selo: Independente
Nacional
Nota: 9,4/10,0
Tracklist:
1. Invasão Alienígena
2. Antropofagia
3. Tribo em Guerra
4. Tupi Nambha
5. Galdino Pataxó
6. Feiticeiro
7. Ayahuasca
Banda:
Marcos Loiola - Vocais
Rogerio Delevedove - Guitarras
Contatos:
Site Oficial: www.tupinambha.com.br
Twitter:
Instagram:
Bandcamp: https://tupinambha.bandcamp.com/
Assessoria: https://roadie-metal.com/press/tupi-nambha/
E-mail: tupinambha@gmail.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Cada vez mais, as bandas de Metal do Brasil estão buscando
temas culturais condizentes com as estruturas étnicas de nosso país. Destaque
para os temas que enfocam a cultura indígena do Brasil, tão maltratada e
pilhada por muitos. Bandas como ARANDU
ARAKUAA, TAMUYA THRASH TRIBE e VOODOOPRIEST
tem ajudado nesse processo de revitalização/recuperação da cultura de nossos
indígenas. E se juntando ao time, vem o TUPI
NAMBHA, de Recanto das Emas (DF), mostrar que tem muito a dar a esta
vertente que chamamos de “Brazilian Ethnic Metal” em seu EP de estréia, “Invasão Alienígena”.
De uma forma bem pessoal, o TUPI NAMBHA faz um mix de elementos de várias vertentes do Metal
com alguns ritmos do Brasil, algumas percussões indígenas aqui elai, bem como busca
usar a língua-mãe dos indígenas com outras em português. Mas é justamente
misturando tantos elementos que o grupo mostra personalidade, a capacidade de
fugir do ponto comum. Sim, essa dupla conseguiu mostrar personalidade em um
trabalho bem diferente, de certa forma, nunca visto.
A produção do EP é do “Dyna Man” Caio Contornesi (“mastermind” do DYNAHEAD), com gravação, mixagem e masterização feitas no BroadBand. E aqui, mais uma vez, uma
mistura: a sonoridade soa pesada e clara em boas proporções, mas com alguma crueza.
E é justamente ela que dá um toque artesanal e orgânico ao som tribal da dupla.
Isso sem mencionar que Caio ainda
gravou as partes de baixo e bateria do EP.
Na parte gráfica, mesmo em um projeto de desenhos mais
simples, feito pelo estúdio Fábula
Ilustrações. E esse trabalho ficou de primeira, ilustrando a resistência
indígena na época da descoberta e colonização de nosso país.
Sabendo contrastar melodias e agressividade com um peso
constante, o TUPI NAMBHA mostra que
veio para ficar, com uma música dinâmica, envolvente e muito bem construída.
Arranjos bem feitos, a relação entre as partes vocais, as guitarras, a força
rítmica de baixo e bateria, tudo está ótimo, bem planejado e executado da
melhor forma possível.
Toda a energia tribal do grupo fluía pelas sete faixas do
CD, ora mais agressivo, ora mais ritmado e com swing. Em “Invasão Alienígena”, se sente a aura indígena fluindo das
percussões e vocais, sempre com muito peso e bom gosto, mesmo elementos na
azeda “Antropofagia” (onde as partes
de guitarra são ótimas). Alguns elementos mais progressivos e mudanças de ritmo
surgem em “Tribo em Guerra”, rendendo
ótimos momentos. Groove e swing vão surgindo nas partes modernas e quase
funkeadas de “Tupi Nambha”, que
mostra uma base rítmica bem trabalhada e bem percussiva. Influências de Baião,
Samba e outros ritmos regionais surgem nas percussões criativas e na viola
caipira de “Galdino Pataxó”, que caíram
como uma luva nesse Groove intenso que existe nela. Em “Feiticeiro”, o peso das guitarras se faz presente mais uma vez,
criando uma aura densa e opressiva sobre este andamento mais cadenciado e cheio
de ritmo indígena. Fechando, “Ayahuasca”,
que como a anterior, está cheia de um groove adaptado aos ritmos brasileiros,
algo mais tribal, pesado e intenso, mostrando ótimos vocais e riffs muito bons.
Seja bem vindo, TUPI
NAMBHA. O Brasil precisa de mais bandas como vocês, que nos lembrem de
nossa Alma Mater.
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