2017
Selo:
Independente
Nacional
Nota: 9,5/10,0
Tracklist:
1. The
Belief of the Mind Slaves
2. Delirium
3. A Sort
of Reverie
4. My Last
Oath
5. Essente
6. Eyes of
Forgiveness
7.
L'Eternità Offerto
8. Unleash
Them
9.
Reflections of Reason
10. Matronæ
Gaia (Chapter II)
Banda:
André Carvalho - Vocais
Cristiano Dias - Guitarras
Cristina Müller - Vocais, teclados
Luiz Fernando de Paula - Baixo
Leo Birigui - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://www.quintessente.com
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Bandcamp:
Assessoria: https://roadie-metal.com/press/quintessente/
E-mail: quintessente@quintessente.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Apesar de combalida pelas dificuldades e fragmentada por
tantas polêmicas sem fim (e sem necessidade de existirem), a cena do Rio de
Janeiro sempre foi berçário para nomes fortes e bandas que se destacam por
trabalhos diferenciados. Isso vem da capacidade das bandas da região em
fundirem elementos musicais e criarem estilos híbridos, e muitas vezes, bem
pessoais. E este é o caso do veterano QUINTESSENTE,
da própria cidade do Rio de Janeiro, e que após dois Demos e um Single,
finalmente chega com seu primeiro “full-length”, que se chama “Songs From Celestial Spheres”.
Dizer que o trabalho da banda se enquadra no Doom/Death
Metal é ser simplório. Percebem-se que nuances de Symphonic Metal e Death Metal
melódico à lá Gotemburgo, e mais certas nuances melódicas do Metal tradicional.
Tantos elementos juntos poderiam causar
disparidades, mas o quinteto soube lidar com todos eles e transformar tudo em
algo coeso, pesado, melodioso e de bom gosto, adornado por lindas passagens de
teclados e uma ótima dose de personalidade. Sim, o que eu quero dizer: eles
criaram algo deles.
A produção de “Songs
From Celestial Spheres” é do próprio quinteto em parceria com Celo Oliveira (que também mixou e
masterizou o disco), tudo feito no Estúdio
Kólera. E uma das virtudes da
produção foi não só associar peso, melodia e agressividades em boas proporções,
mas não retirar da sonoridade certa crueza, permitindo que a faceta extrema do
grupo apareça quando necessário, mas sem destruir a atmosfera do lado mais
melodioso. Ou seja: se não está perfeito, está ótimo.
Já a arte é bem simples, com uma capa bem feita por Marcus Lorenzet da Artspell, fazendo
uma capa enigmática e um encarte com uma diagramação longe de ser complexa, mas
muito bonita e se encaixou bem no contexto musical do grupo.
Uma diversidade enorme de vocais (que passam pelo gutural,
gritos rasgados, vozes masculinas e femininas limpas, sempre com amplo espectro
de timbres), orquestrações bem feita e estrategicamente postadas, baixo e
bateria com bom peso e técnica (com alguns momentos mais evidenciados em suas
técnicas individuais), e riffs e solos de guitarras criativos (inclusive com
momentos em que timbres mais limpos aparecem muito bem). Estes são os elementos
que o QUINTESSENTE tem em mãos e
sabe usar com maestria para criar passagens e arranjos excelentes.
E chega até ser um sacrilégio destacar uma ou outra faixa de
“Songs From Celestial Spheres”, já
que a banda colocou muito de si em todas as canções, todas elas excelentes. Por
mera necessidade, destacamos as seguintes canções como pontos altos do álbum: a
progressiva, pesada e melodiosa “The
Belief of the Mind Slaves” e seus arranjos dinâmicos e que beiram o
virtuoso (embora as linhas melódicas sejam bem simples de assimilar, e os solos
de guitarras e partes vocais são soberbas); a altamente instigante “Delirium” e seu mix entre Symphonic
Metal e Death Metal melódico (preenchida por teclados de primeira e um trabalho
de primeira de baixo e bateria); o peso cavalar, agressivo e elegante de “A Sort of Reverie” e suas passagens
mais cadenciadas (e que belos vocais femininos); as sedutoras linhas melódicas
de “My Last Oath” e sua dose salutar
de agressividade (é de empolgar o ouvinte); a agressividade mais evidenciada na
elegante e trabalhada “Eyes of
Forgiveness” (baixo e bateria trabalham firme, criando ótimas mudanças de
ritmo); as partes de vocais e harmonias que regem “L'Eternità Offerto”; a densa e quase acessível “Unleash Them” e seu jeitão mais
introspectivo e sinfônico (os duetos vocais são ótimos); e o equilíbrio entre
partes introspectivas melancólicas e momentos grandiosos de “Matronæ Gaia (Chapter II)”. Ao final
da audição, você fica se perguntando como diabos uma banda tão boa assim levou
tanto tempo para lançar seu primeiro disco!
Definitivamente, em termos de Metal nacional, o QUINTESSENTE é uma das grandes
revelações, e que “Songs From Celestial
Spheres” seja o primeiro em uma sucessão de muitos excelentes trabalhos do
grupo.
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