2017
Selo: Heavy Metal Rock
Nacional
Nota: 10,0/10,0
Tracklist:
Satanas
Tedeum (Demo 1989):
1. The
Hills of the Crucifixion
2. Feast of
the Grand Whore
3. The
Nereid of Esgalduin
4.
Restoration of the Infernal Kingdom
5. The
Sixth Communion
Ade’s Wind
(Demo 1992):
6. Fgmenth,
Thy Gift
7. The
Fourth Knight of Revelation (1 & 2)
Snowing
Still (Promo 1995):
8. Snowing
Still
9. One With
The Forest
10. The
Opposite Bank
Banda:
Necromayhem
(Sakis Tolis) - Guitarras, vocais
Mutilator
(Jim Patsouris) - Baixo
NecroSauron
(Temis Tolis) - Bateria
Convidados:
Morbid
(A.K.A. Magus Wampyr Daoloth, George Zacharopoulos) - Teclados em “Fgmenth, Thy
Gift” e “The Fourth Knight of Revelation (1 & 2)”
Contatos:
Site Oficial: http://www.rotting-christ.com/
Twitter: https://twitter.com/athanatoieste
Bandcamp:
Assessoria:
E-mail: sakis@rotting-christ.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Existem nomes no cenário que sempre causam um tumulto quando
lançam algo novo. Mesmo no underground, alguns nomes notórios tem um enorme
apelo junto aos fãs. Especialmente quando falamos em Black Metal, poucas bandas
causam tanta excitação como o grupo grego ROTTING
CHRIST. E em uma iniciativa toda da Heavy
Metal Rock, chega a nossas mãos a compilação “Abyssic Black Cult”, totalmente nacional e que tem alguns
trabalhos antigos da banda que ainda são inéditos por aqui.
No caso, “Abyssic
Black Cult” trás em si as Demos “Satanas
Tedeum” de 1989 (5 canções), “Ade’s
Wind” de 1992 (2 canções) e “Snowing
Still”, uma Promo da banda de 1995 (3 canções). Esse material, embora não
seja de todo novo, são raros e de difícil aquisição. E a Heavy Metal Rock bancou o desafio e criou esta compilação. Sim, ela
é exclusiva do Brasil, não possui versão importada. E uma vantagem extra: como
as Demos estão no CD em ordem cronológica, podemos perceber como o grupo foi
evoluindo de algo cru e tenebroso (e com certa influência do Death Metal) para
algo mais elaborado e bem feito, mas ainda sinistro e atmosférico, sem perder
sua essência.
Obviamente, a qualidade sonora é bem crua no material de “Satanas Tedeum” e “Ade’s Winds”, e melhora em “Snowing
Still”. Óbvio que a compreensão do que a banda está tocando não fica
comprometida pela qualidade da gravação, mesmo porque esse material todo é do
final dos anos 80 e da primeira metade dos anos 90, quando o acesso a gravações
de ponta era custeado em parte (ou totalmente) por gravadoras independentes. E
estamos falando de uma banda pioneira de Black Metal, uma das primeiras a ter
um contrato com um grande selo (no caso, a Century
Media, que se a idéia deste autor está certa, foi conseguido pelo Promo “Snowing Still”). Mas voltando a falar da
gravação, se não é perfeita, é honesta e transparece o que a banda pôde fazer
naqueles tempos.
A arte é um atrativo à parte. E capa é uma gravura da “Divina Comédia”, já bem conhecida, mas
o encarte possui as letras e artes de cada uma das Demos devidamente adaptada,
bem fiéis ao que já conhecemos (especialmente a de “Satanas Tedeum”, que muitos conhecem a arte do CD prensado, e não
a original em Tape). Inclusive a arte de “Snowing
Still” foi usada em versões mais atuais de “Triarchy of the Lost Lovers”.
Musicalmente, o ROTTING
CHRIST mostra em cada trabalho como é capaz de evoluir, mas mantendo sua
fidelidade às suas raízes musicais. Mesmo nos primeiros passos, em 1989, já
dava sinais que chegaria ao ano de 1995 mais evoluído, e consensual com tudo
que eles fizeram musicalmente. Esse material é cru e bem agressivo, mas já
mostra a aura mórbida e enegrecida do grupo.
Em “Satanas Tedeum”,
a sonoridade é evidentemente crua, com a banda ainda carregando muitas
influências de Death/Black Metal dos anos 80, embora as linhas melódicas
soturnas que moldarão o conhecido “Athenian Black Metal” já estejam claras em “Feast of the Grand Whore”, “The Nereid of Esgalduin” e em “The Sixth Communion”. Já em “Ade’s
Wind”, surge aquela sonoridade mais mórbida e climática que serão conhecidas
nos discos iniciais da banda, especialmente o “Thy Mighty Contract”, uma vez que “Fgmenth, Thy Gift” e “The
Fourth Knight of Revelation (1 & 2)” farão parte do disco em versões
mais bem acabadas (sim, existem pequenas diferenças que podem ser notadas
nessas versões mais cruas). Já as canções de “Snowing Still” mostram uma musicalidade mais coesa e limpa, com
melodias mais próximas ao Heavy Metal tradicional que afloram no “Triarchy of the Lost Lovers”, tanto
que as canções “Snowing Still”, “One
With The Forest” e “The Opposite
Bank” fazem parte do disco (embora não cheguem a ser hinos para os fãs do
grupo, como o são “King of a Stellar War”
e “The First Field of the Battle”). Repetindo:
em “Abyssic Black Cult”, você
realmente tem uma visão ampla do quanto o ROTTING
CHRIST evoluiu com o tempo, bem como foi importante para construir a
sonoridade do Black Metal grego.
Desta forma, tanto por ser algo exclusivo para o mercado
brasileiro como pela importância histórica, e pelo ineditismo dessas Demo Tapes
no Brasil, “Abyssic Black Cult” é um
disco obrigatório.
Eternamente NON SERVIAM!
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