2017
Selo: Mulambo S.A.
Nacional
Nota: 8,8/10,0
Tracklist:
1. Ilusão
2. Perdedora
3. Trinta Segundos
4. Evolução/Destruição
5. Ao Redor
6. Nação em Fogo
7. Guerra Após Guerra
8. Busque e Confronte
9. Suicídio
10. V. E. M. O.
Banda:
Luciano Pinguim - Vocais, guitarras
Carlos Ferreira - Guitarras
Guilherme Tosta - Baixo, vocais
Anderson Gonçalves - Bateria
Convidados:
Alexandre de Orio - Violões em “Ilusão” e “Busque e
Confronte”, guitarra solo em “Busque e Confronte”
Rafael Paiola - Orquestrações e sequenciamento em “Ilusão”
Rafael Augusto Lopes - Guitarra solo em “Ao Redor” e “Evolução/Destruição”
Contatos:
Site Oficial:
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Bandcamp:
Assessoria:
E-mail: torrencial1@gmail.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Desde que o Thrash Metal retornou dos porões do underground no
final dos anos 90, nota-se que o estilo foi se atualizando e ganhando contornos
mais modernos, embora muitos ainda prefiram algo mais retrô em termos sonoros. Seja
como for, ver o estilo vivo e produzindo novos nomes é algo sensacional. E
finalmente, após anos de muito suor e luta, o TORRENCIAL, quarteto de Itapevi (SP) chega com seu primeiro álbum, “Nação Em Fogo”.
Preservando aspectos da velha escola americana, mas com uma
forte conotação moderna em termos de agressividade sonora, mais algumas
influências de HC/Crossover (reparem nos vocais e perceberão a influência de
grupos da escola de Nova York do estilo), e uma musicalidade muito bem
escopada, o TORRENCIAL vem mostrar
que tem música e raça para chegar longe. Vocais urrados, backing vocals
raçudos, guitarras faiscando em riffs ótimos e solos caprichados, baixo e
bateria com um trabalho de muito peso e boa técnica, é bom prepararem-se para
torcicolos e ouvidos doloridos!
Em termos de produção, o quarteto se junto ao conhecido
produtor e guitarrista Rafael Augusto
Lopes para montarem a sonoridade de “Nação
Em Fogo”. Percebe-se que a maior preocupação foi em deixar o som claro e
inteligível para o ouvinte, pois os timbres são bem definidos, e a sonoridade
ficou mais seca. Mas ao mesmo tempo, esses timbres claros são muito agressivos,
dando peso às músicas sem maltratarem as linhas melódicas das bandas. Poderia
ser melhor em alguns aspectos, mas o resultado final está muito bom.
Na arte gráfica, Jean
Michel (da DSNS Artwork) fez uma
apresentação visual intensa, focada em tons escuros de azul e vermelho, ficando
assim algo agressivo e chocante aos olhos, mostrando toda a carga ideológica
das letras do grupo.
O trabalho do grupo, feito na marra, na cara e na coragem,
merece elogios. Mesmo não sendo inovador, tem personalidade forte e é capaz de
detonar moshpits insanos. Percebe-se que o TORRENCIAL
tem uma preocupação estética com os arranjos, mas sem que as músicas soem
excessivamente técnicas ou sem espontaneidade.
E se preparem, pois “Nação
Em Fogo” transborda em garra e muita rebeldia em formato musical. E músicas
como a raivosa e bem trabalhada “Ilusão”
(onde nos momentos mais cadenciados se sente a força do HC nova-iorquino, além
de baixo e bateria estarem muito bem, e termos a participação de Alexandre de Orio nos violões durante a
introdução), a carregada no peso e ritmos mais cadenciados “Perdedora”, o arranca-rabos totalmente Crossover da curta “Trinta Segundos” (que guitarras e
backing vocals), a velocidade e técnica apresentadas em “Evolução/Destruição” (onde Rafael
Augusto Lopes dá uma canja nos solos), a raiva que transpira de “Nação em Fogo” e seus arranjos
dinâmico (reparem como a interpretação dos vocais é muito boa), a pegada Thrash/HC
de “Guerra Após Guerra” (que
arranjos de guitarras!), a diversificada em termos de ritmos “Busque e Confronte” (baixo e bateria
estão excelentes, mas com um solo de Alexandre
de Orio que dá aquele brilho especial à canção), e a tortura Thrasher
ouvida em “V. E. M. O.” formam a
espinha dorsal da qualidade do disco, embora todas as músicas sejam ótimas.
Demorou, foi sofrido e suado, mas finalmente, com “Nação Em Fogo”, o TORRENCIAL
mostra que tem talento e espaço no cenário do Metal brazuca.
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