quinta-feira, 23 de novembro de 2017

TORRENCIAL - Nação Em Fogo (Álbum)


2017
Selo: Mulambo S.A.
Nacional

Nota: 8,8/10,0


Tracklist:

1. Ilusão
2. Perdedora
3. Trinta Segundos
4. Evolução/Destruição
5. Ao Redor
6. Nação em Fogo
7. Guerra Após Guerra
8. Busque e Confronte
9. Suicídio
10. V. E. M. O.


Banda:


Luciano Pinguim - Vocais, guitarras
Carlos Ferreira - Guitarras
Guilherme Tosta - Baixo, vocais
Anderson Gonçalves - Bateria

Convidados:

Alexandre de Orio - Violões em “Ilusão” e “Busque e Confronte”, guitarra solo em “Busque e Confronte”
Rafael Paiola - Orquestrações e sequenciamento em “Ilusão”
Rafael Augusto Lopes - Guitarra solo em “Ao Redor” e “Evolução/Destruição”


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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Desde que o Thrash Metal retornou dos porões do underground no final dos anos 90, nota-se que o estilo foi se atualizando e ganhando contornos mais modernos, embora muitos ainda prefiram algo mais retrô em termos sonoros. Seja como for, ver o estilo vivo e produzindo novos nomes é algo sensacional. E finalmente, após anos de muito suor e luta, o TORRENCIAL, quarteto de Itapevi (SP) chega com seu primeiro álbum, “Nação Em Fogo”.

Preservando aspectos da velha escola americana, mas com uma forte conotação moderna em termos de agressividade sonora, mais algumas influências de HC/Crossover (reparem nos vocais e perceberão a influência de grupos da escola de Nova York do estilo), e uma musicalidade muito bem escopada, o TORRENCIAL vem mostrar que tem música e raça para chegar longe. Vocais urrados, backing vocals raçudos, guitarras faiscando em riffs ótimos e solos caprichados, baixo e bateria com um trabalho de muito peso e boa técnica, é bom prepararem-se para torcicolos e ouvidos doloridos!

Em termos de produção, o quarteto se junto ao conhecido produtor e guitarrista Rafael Augusto Lopes para montarem a sonoridade de “Nação Em Fogo”. Percebe-se que a maior preocupação foi em deixar o som claro e inteligível para o ouvinte, pois os timbres são bem definidos, e a sonoridade ficou mais seca. Mas ao mesmo tempo, esses timbres claros são muito agressivos, dando peso às músicas sem maltratarem as linhas melódicas das bandas. Poderia ser melhor em alguns aspectos, mas o resultado final está muito bom.

Na arte gráfica, Jean Michel (da DSNS Artwork) fez uma apresentação visual intensa, focada em tons escuros de azul e vermelho, ficando assim algo agressivo e chocante aos olhos, mostrando toda a carga ideológica das letras do grupo.

O trabalho do grupo, feito na marra, na cara e na coragem, merece elogios. Mesmo não sendo inovador, tem personalidade forte e é capaz de detonar moshpits insanos. Percebe-se que o TORRENCIAL tem uma preocupação estética com os arranjos, mas sem que as músicas soem excessivamente técnicas ou sem espontaneidade.

E se preparem, pois “Nação Em Fogo” transborda em garra e muita rebeldia em formato musical. E músicas como a raivosa e bem trabalhada “Ilusão” (onde nos momentos mais cadenciados se sente a força do HC nova-iorquino, além de baixo e bateria estarem muito bem, e termos a participação de Alexandre de Orio nos violões durante a introdução), a carregada no peso e ritmos mais cadenciados “Perdedora”, o arranca-rabos totalmente Crossover da curta “Trinta Segundos” (que guitarras e backing vocals), a velocidade e técnica apresentadas em “Evolução/Destruição” (onde Rafael Augusto Lopes dá uma canja nos solos), a raiva que transpira de “Nação em Fogo” e seus arranjos dinâmico (reparem como a interpretação dos vocais é muito boa), a pegada Thrash/HC de “Guerra Após Guerra” (que arranjos de guitarras!), a diversificada em termos de ritmos “Busque e Confronte” (baixo e bateria estão excelentes, mas com um solo de Alexandre de Orio que dá aquele brilho especial à canção), e a tortura Thrasher ouvida em “V. E. M. O.” formam a espinha dorsal da qualidade do disco, embora todas as músicas sejam ótimas.

Demorou, foi sofrido e suado, mas finalmente, com “Nação Em Fogo”, o TORRENCIAL mostra que tem talento e espaço no cenário do Metal brazuca.

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