2017
Selo: Rising
Records / Metal Under Store
Nacional
Nota: 9,3/10,0
Tracklist:
1. Pesejet
(intro)
2. Num
(Pralaya)
3. The
Awakening (Manvantara)
4. God of
Light
5. Nuit
6. Geb’s
Throne
7. Anhu Shu
8. Iunet
Mehet (Pillar of North)
9. Lady of
Water
10. The
Scribe
11. Chernoby
(Hammeron Cover)
Banda:
Gerson Lima - Vocais
Thiago “Lux Tenebrae” Varella - Guitarras, violões,
didgeridoo, backing vocals
Alex Duarte - Guitarras, backing vocals
João Felipe Santiago - Baixo, violões, samples, backing vocals
Lucas Somenzari - Bateria, violões, backing vocals
Convidados:
Garibaldi Soares - Vocal urrado em “Iunet Mehet (Pillar of
Water)”
Flávio França - Guitarras em “Chernobyl”
Irlan
Maciel - Violão em “God of Light”
Luciano Hunter - Vocais em “Nuit”
Thormiank - Guitarras em “Anhu Shu”
Farid
Almohamed - Percussões em “Iunet Mehet (Pillar of Water)”
Necrovomit - Cítara em “Pesejet”, flauta Hulusi em “Iunet
Mehet (Pillar of Water)”
Ariane Salgado - Violino em “The Awakening”, vocais
femininos em “Nuit”
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: http://www.facebook.com/primordiumbr
Twitter: https://twitter.com/primordiumbr
Instagram:
Bandcamp: http://primordiumbr.bandcamp.com/
Assessoria:
www.braunamusicpress.com (Brauna Music Press)
E-mail: primordium@hotmail.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Em termos culturais, o Metal do Brasil anda progredindo.
Muitos estão fugindo do “mais do mesmo” em termos de letras e buscando algo
diferente, numa forma de se destacarem do tsunami de certos estilos. Alguns
realmente se superam, criando um trabalho cultural de primeira, mas ao mesmo
tempo, com o lado musical ditando as regras e se mostrando. E de Natal (RN),
terra tão fértil e cheia de boas bandas, o experiente PRIMORDIUM vem mostrar sua força mais uma vez com seu mais recente
trabalho, “Old Gods”, seu segundo
Full Length.
Óbvio que algum ou outro fã vai seguir os olhos e falar em NILE, pois a banda aborda a mitologia
egípcia em suas letras (em geral, os mais radicais são assim). Mas quem se guia
pelos ouvidos vai encontrar uma banda com um Death Metal diferenciado: agressivo
e bruto, mas lapidado por boa técnica e algumas melodias soturnas que surgem aqui
e ali. Ao mesmo tempo, o uso de percussões (que dão, ao mesmo tempo, um ar
oriental e um jeitão regional), flautas, cítaras e violinos dão aquele requinte
especial, aquele traço de personalidade própria que eles buscam. E dessa forma,
“Old Gods” mostra o quanto o
trabalho do quinteto é precioso e diferente.
Para resumir: o PRIMORDIUM
veio para chocar os mais conservadores e conquistar novos fãs.
João Felipe Santiago
(baixista do grupo) foi o produtor, além de mixar e masterizar “Old Gods”. A sonoridade busca ser
clara suficiente para que o ouvinte consiga compreender a complexidade musical
do quinteto, mas a crueza nos tons de guitarra e bateria poderia ser menor. Não
chega a estragar o trabalho, mas o grupo merecia uma sonoridade mais esmerada
nesse aspecto. Mas está boa, pois compreendemos claramente os instrumentos e
vocais, percebemos os arranjos, e, além disso, tem peso e agressividade.
A arte da capa é de Sandro
Freitas, e ficou muito boa, mostrando a concepção lírica do grupo. E o
layout e encarte são de Alcides Burns,
conhecido designer gráfico. Tudo para que a arte visual seja tão grandiosa como
o lado musical.
E musicalmente, o PRIMORDIUM
corresponde. Justamente pela capacidade de criarem e pela falta de pudores com
as famosas “regrinhas do Metal”, eles te potencial para se tornarem um dos
maiores nomes do Metal nacional. Arranjos bem feitos, uma dinâmica instrumental
que não nos deixa entediados (pelo contrário, nos prende ao trabalho musical da
banda), e sem falar nos convidado que deram um toque todo pessoal e abrilhantam
“Old Gods”. Pessoas de bandas como SON OF A WITCH, EXPOSE YOUR HATE, TONANTZIN,
NIGHTHUNTER, MIASTHENIA, OMFALOS, AGNIDEVA, BOCA DE SINO, e TERRORZONE.
Não é possível falar de uma canção em especial que seja,
pois eles capricharam.
Por mera necessidade de conceder uma referência inicial aos
ouvintes, destacam-se “Num (Pralaya)”
(brutal e opressiva, mostrando riffs de primeira, mas logo as percussões
regionais dão aquela ambientação oriental que nos seduz), a ganchuda e envolvente
“The Awakening (Manvantara)” e mudanças
de ritmo (cheia de belos violinos, percussões, vocais femininos aqui e ali, além
de orquestrações bem feitas e do ótimo trabalho de baixo e bateria), o peso
opressivo e azedo de “God of Light”
e suas passagens sutis de teclados (e mais uma exibição técnica de gala por
parte de baixo e bateria) e “Geb’s
Throne” (esses guturais à lá Karl
Willets são ótimos), o massacre de riffs e solos animais na diversificada “Anhu Shu”, a beleza étnica da
instrumental “Iunet Mehet (Pillar of
North)”, e os tempos quebrados e linhas melódicas de “The Scribe” (que são maravilhosas). Mas não se pode deixar de
falar na roupagem Death Metal soturna e mais atual que eles deram à “Chernoby” (canção do finado grupo de
Thrash/Heavy Metal HAMMERON,
conterrâneo deles) é maravilhoso, narrando o terror do punho nuclear
desencadeado pela usina de Chernobyl, em Pripyat (Ucrânia).
No mais, “Old Gods”
marca um momento decisivo na carreira do PRIMORDIUM,
pois desse disco em diante, o rupo já não cabe mais no Brasil. Hora de pensarem
em voos mais altos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário