Banda: EYELINER
Início de atividades:
Inverno de 2012
Discos lançados: “The
Eyeliner EP” (2017)
Formação atual: Ray (vocais),
Tony Alex (baixo, backing vocals), Zafra (guitarras, backing vocals)
Cidade/Estado:
Sorocaba/SP
BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma
banda?
Ray: O Tony é o melhor para falar como começou a
banda, mas como eu entrei eu posso contar: foi muito louco, se tratando do
mundo em que vivemos hoje em dia, eu na estava a tentando montar uma banda e
havia impresso alguns anúncios, e quando levei até uma loja de camisetas no
centro da cidade, eu encontrei um cartaz com um Gene Simons vestido de Uncle San, e com cartolas e ternos glams
(risos), e então eu arranquei aquele anuncio da parede e corri entrar em
contato com os caras. A partir daquele dia nada foi como antes na minha vida,
eu havia encontrado os caras com a mesma vibe que a minha.
Tony: A banda começou com um sonho de garotos,
todos nessa banda nascemos com esse destino, não escolhemos, só aceitamos (risos).
A música é um refugio, e a arte sempre teve armas o suficiente pra melhorar o
mundo. Podemos ver a expressão no rosto daquelas pessoas quando ouvem um riff
de guitarra rolando por aí, algumas confusas, outras prestando atenção, e outras
simplesmente balançando a cabeça, bom, isso é um começo... Éramos bem mais
novos, queríamos fazer algo que incomodasse e chamasse a atenção, assim nasceu
o EYELINER.
Zafra: Eu conheço Tony
desde o Ensino Médio, e foi nessa época que ele me convidou para ingressar na
banda que ele estava formando com uns amigos. Na época eu estava ensaiando com
uma banda de Thrash, mas eu queria seguir outro caminho. O convite dele caiu
como uma luva, visto que nós tínhamos gosto musical bem parecido e
compartilhávamos do mesmo sonho de Rock ‘n’ Roll. Demoramos a engrenar, foi um
ano de ensaios sem vocalista, mas quando percebemos que a hora tinha chegado
nós resolvemos fazer um anúncio impresso com a foto do Tio Sam dizendo “We Want
You!” vestido de Gene Simmons. Ray atendeu
ao pedido e assim o EYELINER tomou
forma.
BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no
cenário?
Ray: A dificuldade é sempre abrir espaço, o
primeiro contato...
Tony: Na verdade isso que chamamos de cenário
nada mais é do que a realidade do nosso país, assim como têm pessoas que lutam
pelas coisas, também tem aqueles que não querem nada com nada. Não nos fazemos
de “coitadinhos”, não reclamamos que “não existe lugar pra tocar”, não vivemos
de síndrome de “ninguém me ama, ninguém me quer”, nós vemos, agimos,
contornamos a situação, damos a volta por cima, fazemos acontecer! O que
acontece é que a música ainda serve como comércio, como atrativo lucrativo pra
grandes casas de show, e cabe a eles escolher quem ganha grana ou não. Ah,
respondendo então: ganhar grana (risos).
Zafra: As coisas estão indo
bem agora, mas o que costuma ser uma complicação é o fato de às vezes algumas
casas preferem bandas cover e acabam deixando as autorais de lado. Mas isso nem
sempre é um problema grave porque quem tem esse pensamento muda de ideia depois
do show.
BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de
Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?
Ray: Sorocaba e região realmente tem grandes casas
de show, e grandes produtores culturais que realmente não deixam o Metal fora
de foco por aqui, mas dá pra transformar isso em algo muito maior eu acredito.
Tony: Sim, sempre trabalhamos duro pra que
isso sempre aconteça, e desde que saímos em tour já fizemos quase trinta
apresentações, a banda só toca se tocar... Quanto as casas muitas oferecem uma
estrutura básica, porém, em termos de ética, algumas deixam a desejar, outras
nem sabem o que é...
Zafra: Temos feito uma
tour desde o começo do ano promovendo o nosso EP (“The Eyeliner EP”, que é nosso primeiro registro oficial) e
até agora foram dezenas de shows. Tocamos em casas dos mais variados tipos e em
várias cidades, mas é perceptível como alguns lugares tem mais engajamento do
público do que outros. Nossa terra natal, Sorocaba, já foi muito melhor nisso,
mas é triste ver tradicionais casas de show fechando, por exemplo. Por isso nós
expandimos para outros lugares.
BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal,
já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma
banda, como encaram esse tipo de comentário?
Ray: Uma grande bobagem, esse tipo de comentário
tem inclusive desaparecido das rodas de conversas, acho que esse “susto” já
passou (risos), uma prova é são as bandas que tem aparecido por todo mundo
representando muito bem o gênero.
Tony: Ter uma banda é a mesma coisa de ter um
emprego, ainda mais pra muitos artistas consagrados que trabalharam durante 30,
40, 50 anos... Alguns ainda estão na ativa, já se consagraram e serão pra
sempre eternizados, até hoje ouvimos Elvis
Presley, acontece que alguns precisam de férias, outros se aposentam e
alguns simplesmente não dão conta. Todos sabemos que viver de música não é
fácil, e as grandes bandas são empresas que se mantém como podem, e nem sempre
é apenas com música... Todo trabalho cansa, mas se haver reciprocidade a coisa
rola, do contrário cada um se vira como pode. Se adaptam ao novo.
Zafra: Fãs de Rock/Metal
nunca vão acabar. É só uma questão de se adaptar aos tempos e saber procurar
suas novas bandas favoritas porque nem sempre elas vão aparecer na TV como as
antigas costumavam. Ou então às vezes uma banda antiga acaba, mas isso pode ser
interpretado apenas como uma passagem de tocha para geração mais nova.
BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário
dar certo? Qual sua opinião?
Ray: Falta lutar, uma luta incansável, diáriamente
estamos trilhando esse caminho.
Tony: Na verdade, vivemos uma realidade
diferente da de 30 anos atrás. O Brasil sempre teve muitos artistas talentosos,
músicas que serão eternizadas. Porém, temos uma cultura muito ampla, muitas
tribos de diversos gêneros. O que precisa pra dar certo pro Rock em geral é o
que todos nós sabemos: há de haver algum movimento, algo que lembre o Reino
Unido dos anos 70, ou até mesmo Seattle dos anos 90, algo que desperte o
interesse nos corações e na alma de jovens. Sim, o futuro sempre será a nova
geração, sempre são eles que podem mudar ou inovar. O EYELINER é um exemplo disso. Estamos fazendo a diferença, queremos
incendiar os corações dessa galera e fazer Rock ‘n’ Roll para o mundo.
Zafra: Tem melhorado
gradativamente. Hoje parece ter mais engajamento e vontade de mostrar ao
público as joias nacionais. Seria interessante que acontecessem mais festivais
de música com apoio de mais empresas porque acabam sempre sendo um ninho de
bandas novas e um incentivo para outras começarem. Mas um passo de cada vez,
hora ou outra seremos reconhecidos como berço de música boa.
BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.
Ray: Conheçam o EYELINER, fazemos tudo o que fazemos pra vocês, falamos sobre
coisas da vida, e com certeza você vai se identificar! Sigam o EYELINER nas redes sociais, e ouçam
nosso EP!
Tony: Foi uma grande honra poder me expressar
e sou grato pela atenção de todos, sem mencionar o prazer de poder conceder essa
entrevista para o Metal Samsara,
agradeço ao Marcos Garcia pelo
espaço, ao Gleison por ter feito
essa ponte, e esperamos sua visita em nossas redes sociais e plataformas
digitais para ouvirem nossas músicas, interagirem conosco e poder trocar
conhecimento para melhorarmos juntos aí nossos ideais. Um grande abraço a
todos.
Zafra: Gostaria de
agradecer aos leitores, ao pessoal do Metal Samsara pelo espaço e convidar
todos vocês a acompanhar o EYELINER pelas
redes sociais e ficar de olho para quando o Unstoppable
Train passar pela sua cidade!
Links para contatos:
Instagram: https://www.instagram.com/eyelinerofficial/
Links
para audição:
Soundcloud: https://soundcloud.com/eyelinerofficial
GooglePlay: https://play.google.com/store/music/album/Eyeliner_The_Eyeliner_EP?id=Btbcgld2bl62rf7dh5vval6zlfy
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