Banda: PRECEPTOR
Início de atividades:
2004
Discos lançados: “Demo Ensaio 2007”, “Missiva Apocalíptica (EP)”, “Dogmatismo” (CD full
lenght)
Formação atual: Du (vocais), Fred (baixo), Morone (bateria), Grilão (guitarras), Sérgio (guitarras)
Cidade/Estado: BH/MG
BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma
banda?
A banda é uma reunião de amigos que trocavam fitas K7 e tocavam
Death Metal juntos no início dos anos 90. Sérgio e Grilão tocaram no MORTTHRASH em 92, Du e Morone vieram do VECTOR UNDERFATE, outra banda de BH da
década de 90 e Fred entrou na banda
em 2013, vindo do THROLL e PARADISE IN FLAMES.
O som de bandas como BOLT
THROWER, ASPHYX, AUTOPSY, BENEDICTION e UNLEASHED nunca saiu do nosso sangue e com a vida pessoal mais
estabilizada enxergamos a possibilidade de voltar à ativa com um projeto de longo
prazo. Dessa ideia até hoje já se vão 13 anos. Acabamos de lançar nosso debut,
o “Dogmatismo”, e ele representa bem
toda essa trajetória.
BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no
cenário?
Tocamos música underground, não esperamos muito apoio,
mídia, casas lotadas e estrutura de grandes festivais. Se fosse assim não se
chamaria underground. Temos que nos unir e fazer os corres por nós mesmos e
duvido muito que um dia será diferente. Pare de reclamar, levante a bunda da
cadeira e tenha atitude. O que realmente é complicado é que estamos em um país de
dimensões continentais, as distâncias dificultam bastante uma tour, por exemplo.
BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de
Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?
Assim como as bandas amadureceram o cenário também tem se
profissionalizado. Por aqui as bandas estão se juntando para promover eventos
de forma sustentável. Shows de todos os tipos para todos os bolsos. Temos
organizadores de shows de todos os portes, desde shows pequenos, passando pelos
festivais com dezenas de bandas e também os grandes shows de bandas gringas. O
Coletivo Metalpunk, por exemplo, é uma iniciativa que traz bandas inimagináveis
de se ver tocando no Brasil e cobra valores irrisórios de entrada com todo
mundo se ajudando.
Recentemente tocamos no Music Hall com o DEICIDE e não temos do que reclamar.
Equipamentos, mesários, técnicos de iluminação, passagem de som como manda o
figurino, 40 minutos de palco disponível com um som impecável. É claro que não
é sempre assim, mas mesmo em shows pequenos temos percebido uma constante
preocupação pelo menos com a qualidade do som.
BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal,
já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma
banda, como encaram esse tipo de comentário?
O Metal nunca vai acabar. Nós estamos velhos e continuamos
na estrada, assim como grande parte das bandas que sempre foram referência para
nós. Os dinossauros têm mesmo que largar o osso. Existe uma molecada chegando e
tocando muito. O futuro, é claro, está nas mãos deles. Por isso, procuramos
sempre incentivar e passar para essa molecada um incentivo que não tivemos lá
no final dos anos 80. A tecnologia veio para facilitar. Uma faca pode cortar o
pão ou matar uma pessoa, tudo depende do uso que se faz dela. Apesar de ainda
estarmos aumentando nossas coleções de discos, revistas e zines, o material
digital é uma realidade. Não vemos isso com maus olhos, temos que aprender a
tirar proveito das facilidades que a tecnologia nos traz, como a de divulgar os
materiais em qualquer parte do mundo com muito mais facilidade, por exemplo.
BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário
dar certo? Qual sua opinião?
O cenário é uma engrenagem, faltou uma peça a coisa desanda.
As pessoas que comparecem aos eventos são a força motriz. Sem público o cenário
não existe. Acho que as bandas que resistem ao teste do tempo já fazem a sua
parte. Os organizadores de eventos, casas de shows, técnicos de som, donos de
estúdio, também tem participação fundamental nessa engrenagem. O público só sai
de casa se todas essas outras peças estiverem desempenhando bem o seu papel.
Já em termos de banda, o conceito de “dar certo” é muito
relativo. O que é dar certo? Gravar, vender, rodar o Brasil, ter reconhecimento
e tocar lá fora? Ganhar dinheiro? Passar uma vida tocando por diversão e
bebendo cerveja depois dos ensaios? Se dar certo é ter sucesso comercial, isso
é difícil para qualquer banda de qualquer estilo no mundo todo, imagine para
bandas de metal no Brasil.
BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.
Ninguém tem obrigação de ouvir banda que não gosta, muito
menos comprar material, mas se na sua cidade alguém está fazendo um trabalho
que você curte, procure apoiar, conhecer melhor, ir aos shows, interagir com os
caras. Isso é a gasolina que nos mantém nessa “roubada”.
Links para contatos:
preceptorbr@gmail.com
Links para audição:
https://youtu.be/IiWzLuk3OAk
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