terça-feira, 29 de agosto de 2017

OS CAPIAL - Emboscada Caipira de Plasma (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 8,7/10,0


Tracklist:

1. Aguacero
2. Ácaro
3. Agrotóxico
4. Alfobre
5. Anarkofobocolatras
6. Arreio
7. Baruio
8. Brejo
9. Cabaça
10. Carreador
11. Cevar
12. Colonião
13. Comitiva
14. Dois Potros
15. Emboscada Caipira de Plasma
16. Esterco
17. Farpa
18. Flatulando e Andando
19. Fossa
20. Forquilha
21. Gabiroba
22. Geada
23. Lobeira
24. Metalinguagem Grindcoreana
25. Praga de Bicho Pega - Oxiuríase Mandada
26. Tríplice Lavagem
27. Xepa
28. Zinabre


Banda:


Dito Paieiro da Silva - Guitarras, vocais
Bento Chapéu de Paia Pereira - Bateria


Contatos:

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Assessoria:

E-mail: marcelocaraciolotucci@hotmail.com

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Antes de tudo, a música precisa ser divertida. Sim, pois ouvir algo por mera militância é chato (que o diga os fãs de certos músicos da MPB, pois sabem ser um chute no saco), e aliar a isso música de alto nível dentro da proposta que o grupo adota para si. E sabendo entreter e apresentar um trabalho musical muito bom vem a dupla de Araraquara (SP) OS CAPIAL, dispostos a causar surdez precoce nos ouvintes com seu mais recente disco, “Emboscada Caipira de Plasma”.

É o terceiro disco dos matutos do Death/Grind nacional. Visual e liricamente evocando a vida do trabalhador braçal das roças, mas musicalmente explodindo ouvidos e sangrando pescoços com uma música com bastante influência de NAPALM DEATH, MACABRE e outros nomes da extrema podridão do Metal extremo, percebe-se que o dueto desce a marreta (ou a enxada) em todos com uma música muito agressiva e extremada, mas sempre de bom gosto. Sim, a música dessa dupla caipira é de muito bom gosto, e cheia de personalidade.

Artur Rinaldi é o produtor de “Emboscada Caipira de Plasma”, bem como ele mesmo fez a mixagem e masterização. Embora o grupo não necessite de uma superprodução em termos sonoros, Artur fez um bom trabalho, já que a podreira aqui fica na música e a agressividade vem dos timbres instrumentais, já que a qualidade sonora é bem limpa e seca, nos permitindo entender bem o que esses dois sujeitos estão aprontando.

A capa de Luciano Salles ficou muito boa, com um desenho simples que enfoca os temas líricos do grupo.

OS CAPIAL é mesmo um grupo diferente, já que é preciso, antes de tudo, ter coragem de fugir do ponto comum de muitos, e usar essa temática lírica e visual requer colhões. E esses caipiras conseguiram, pois sua música é divertida e um prato cheio para os fãs de estilos extremados. Só aquele seu coleguinha mais trevosos vai ficar triste, mas não ligue: um pirulito e um toddynho gelado, e ele fica quieto e não enche mais o saco.

Arranjos bem feitos, uma música madura e com muito potencial, tudo isso transforma a audição de “Emboscada Caipira de Plasma” em algo muito agradável. São 28 esporros sonoros pesados como um trator, mas destacamos os urros guturais e passagens diversificadas de “Ácaro” e “Agrotóxico”, o massacre caipira presente nos riffs de “Alfobre”, “Anarkofobocolatras” e “Arreio”, a barulheira de porcos sendo castrados em “Baruio” (reparem nos urros), na trinca-botinas “Cabaça”, os arranjos bem feitos de “Cevar”, a matança extrema de “Dois Potros” (ritmos mais cadenciados e azedos de cara, mas logo a velocidade retoma seus picos elevados, com a bateria indo muito bem) e de “Emboscada Caipira de Plasma” (o contraste entre urros guturais e berros rasgados, e solos doentios fazem a festa), a cômica “Flatulando e Andando” (ouça e entenderão o que digo), a levada mais Death Metal/Hardcore de “Forquilha”, e os riffs extremos e tempos mais lentos de “Metalinguagem Grindcoreana” formam uma espinha dorsal excelente do trabalho do OS CAPIAL.

É melhor tomarem cuidado, pois esses dois “Matutos from Hell” vieram mostrar que existe um ponto comum entre Jeca Tatu e Death/Grindcore. E ai de quem discordar deles, pois pode levar uma enxadada ou um golpe de facão no lombo!


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