2017
Selo:
Nuktemeron Productions
Nacional
Nota: 9,1/10,0
Tracklist:
1. Wanderer
2. The
Elemental King
3.
Arachnodraco
4. Demon of
Ice
5. Orcs
& Ogres Brood
6.
Dwarvenquest
7.
Dangerous Dungeon
8.
Shadowforge
9.
Mysterious Malediction
10. O Vale da Agonia
11. A Ghastly Aftermath
Banda:
Dmitry Luna - Vocais, todos Instrumentos
Convidados:
Eduardo “Warmonger”Amorim
- Bateria
Vito
Marchese - Violão baritone em “Wanderer”, “Dwarvenquest”, “A Ghastly Aftermath”
Diego DoUrden - Vocais em “Demon of Ice” como o Demônio do
gelo, guitarras adicionais e corais em “Mysterious Malediction”
Lord Vlad Vladimir Senna - Vocais limpos em “Orcs and Ogres
Brood”
Rafael Cadena - Guitarra solo em “Dangerous Dungeon”
Armando “Beelzebub” - Guitarra solo em “Shadowforge”
Mike LePond - Solo de baixo em “Mysterious Malediction”
Antonio
Araújo - Guitarra solo “Mysterious Malediction”
Andre Tulipano - Vocais limpos em “Mysterious Malediction”
Jairo Neto - Corais em “Mysterious Malediction”
Alysson Drakkar - Vocais e letras em “O Vale da Agonia”
Jafet Amoêdo - Segundo solo de guitarra em “O Vale da Agonia”
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/Myrkgand
Twitter:
Instagram: https://www.instagram.com/myrkgand/
Bandcamp:
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/myrkgand/ (Metal
Media)
E-mail: dmitryluna@gmail.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Projetos musicais são sempre recebidos com muitas expectativas,
uma vez que nomes de convidados podem causar certo alvoroço. E alguns
surpreendem justamente pela identidade que encontramos neles. E discos que
nascem desse tipo de iniciativa, em geral, possuem um saldo bem positivo se o
elaborador do projeto estiver centrado no que quer. E o MYRKGAND, uma one man band de João Pessoa (PB) faz bonito em seu
disco de estréia, “Myrkgand”.
A mente por trás do MYRKGAND
é Dmitry Luna, um
multi-instrumentista com passagem por bandas como MALKUTH, NECROHUNTER, WARCURSED, entre outros. Mas se buscarem
similaridades musicais entre estes grupos e o atual projeto, darão com a cara
no muro. O MYRKGAND é um trabalho
focado no Epic/Folk Black/Death Metal, bem criativo e agressivo, mas com muitas
passagens melódicas mais atmosféricas. É bem soturno e climático, mas pesado e
melodioso, e criativo o tempo todo. E sim, criatividade e energia é o que não
falta no disco, bem como uma identidade sólida que vem sendo moldada a mais de
5 anos. E, além disso, as músicas de “Myrkgand”
são repletas de belas partes melodiosas entremeadas com agressividade que nos
envolvem de uma maneira que nos é impossível deixar de lado.
Ou seja, “Myrkgand”
é um disco excelente, sem meias palavras.
Dmitry dividiu a responsabilidade
de produzir o disco com Diego DoUrden, baixista/vocalista/tecladista do MYSTIFIER. E tudo foi
gravado, mixado e masterizado no Darkside
Studio, em Recife. A gravação esboça crueza e agressividade um pouco além
do ponto, mas sempre tendo em mente que o produto final deveria ter sua dose de
clareza. E apesar de poder ter sido melhor, a qualidade sonora é muito boa, com
bons timbres nos instrumentos, tudo casando com a proposta sonora do grupo. E a
arte da capa é um trabalho de Emerson
Maia, com colorização de Antônio
César, sendo que o logo é de Christophe
Szpajdel, tudo visando esboçar o amálgama de influências que formam a
música do MYRKGAND.
Musicalmente, o MYRKGAND,
como já dito, é um trabalho musical bem feito, com arranjos musicais bem
feitos, e uma atmosfera que mixa o épico e o obscuro sem problemas. E para
deixar tudo ainda mais interessante, temos a participação de convidados de
várias bandas, como MYSTIFIER, NOVEMBERS
DOOM, THE KAHLESS CLONE, INFESTED BLOOD, MALEFACTOR, CANGAÇO, SYMPHONY X,
KORZUS, ONE ARM AWAY, STEEL WARRIOR, CRUOR, E LUXÚRIA DE LILLITH, todos com
um toque diferenciado e contribuindo para que “Myrkgand” tenha um brilho todo próprio.
Se o disco tomou 5 anos entre a fundação do projeto até seu
primeiro álbum, esse tempo foi mais que suficiente para amadurecer as idéias e
tornar “Myrkgand” um excelente
trabalho. As 11 canções formam um contexto bem compacto, sendo difícil destacar
uma ou outra.
O disco começa a pegar fogo na envolvente e destruidora “The Elemental King” e suas passagens
atmosféricas assentadas sob um ritmo não muito veloz (um belo trabalho de
vocais, onde timbres guturais e rasgados se alternam, fora teclados muito bem
postados), as melodias soturnas criativas de “Arachnodraco” e da Epic/Black Metal “Demon of Ice” (ambas mostrando boa diversidade de ritmos, mas com ótimos
riffs de guitarra), a mais trampada e com uma sonoridade mais sujo “Orcs & Ogres Brood” (onde o foco é
mesmo no trabalho das guitarras e vocais, que apresentam uma diversidade de
timbres bem interessante, que vai do rasgado ao limpo, passando pelo gutural), o
jeitão Pagan/Epic de “Dangerous Dungeon”
e a força rítmica de baixo e bateria (o clima segue o andamento mais cadenciado
e pesado, embora existam partes rápidas), a ríspida e climática “Shadowforge” (boas passagens de
guitarra e algumas mudanças de andamento bem sacadas estão presentes, bem como
vocais muito bons), o lado mais tradicional do Black Metal infuso com
influências épicas pontuais de “Mysterious
Malediction” e seu ótimo trabalho de riffs (fora o solo de baixo, que está
de primeira), e este mesmo lado mais Black Metal de raiz surge na melancólica e
densa “O Vale da Agonia”, onde os
vocais mais uma vez dão um show particular. “Wanderer”, “Dwarvenquest”
e “A Ghastly Aftermath” são
instrumentais que visam dar um toque mais atmosférico e transcendental ao
disco.
Sim, “Myrkgand” é
um disco ótimo, honesto e que merece aplausos. Mas esperamos que ele seja
apenas o primeiro de muitos discos do MYRKGAND.
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