segunda-feira, 28 de agosto de 2017

MYRKGAND - Myrkgand (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 9,1/10,0

Tracklist:

1. Wanderer
2. The Elemental King
3. Arachnodraco
4. Demon of Ice
5. Orcs & Ogres Brood
6. Dwarvenquest
7. Dangerous Dungeon
8. Shadowforge
9. Mysterious Malediction
10. O Vale da Agonia
11. A Ghastly Aftermath


Banda:


Dmitry Luna - Vocais, todos Instrumentos

Convidados:

Eduardo “Warmonger”Amorim - Bateria
Vito Marchese - Violão baritone em “Wanderer”, “Dwarvenquest”, “A Ghastly Aftermath”
Diego DoUrden - Vocais em “Demon of Ice” como o Demônio do gelo, guitarras adicionais e corais em “Mysterious Malediction”
Lord Vlad Vladimir Senna - Vocais limpos em “Orcs and Ogres Brood”
Rafael Cadena - Guitarra solo em “Dangerous Dungeon”
Armando “Beelzebub” - Guitarra solo em “Shadowforge”
Mike LePond - Solo de baixo em “Mysterious Malediction”
Antonio Araújo - Guitarra solo “Mysterious Malediction”
Andre Tulipano - Vocais limpos em “Mysterious Malediction”
Jairo Neto - Corais em “Mysterious Malediction”
Alysson Drakkar - Vocais e letras em “O Vale da Agonia”
Jafet Amoêdo - Segundo solo de guitarra em “O Vale da Agonia”


Contatos:

Site Oficial:
Twitter:
Bandcamp:
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/myrkgand/ (Metal Media)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Projetos musicais são sempre recebidos com muitas expectativas, uma vez que nomes de convidados podem causar certo alvoroço. E alguns surpreendem justamente pela identidade que encontramos neles. E discos que nascem desse tipo de iniciativa, em geral, possuem um saldo bem positivo se o elaborador do projeto estiver centrado no que quer. E o MYRKGAND, uma one man band de João Pessoa (PB) faz bonito em seu disco de estréia, “Myrkgand”.

A mente por trás do MYRKGAND é Dmitry Luna, um multi-instrumentista com passagem por bandas como MALKUTH, NECROHUNTER, WARCURSED, entre outros. Mas se buscarem similaridades musicais entre estes grupos e o atual projeto, darão com a cara no muro. O MYRKGAND é um trabalho focado no Epic/Folk Black/Death Metal, bem criativo e agressivo, mas com muitas passagens melódicas mais atmosféricas. É bem soturno e climático, mas pesado e melodioso, e criativo o tempo todo. E sim, criatividade e energia é o que não falta no disco, bem como uma identidade sólida que vem sendo moldada a mais de 5 anos. E, além disso, as músicas de “Myrkgand” são repletas de belas partes melodiosas entremeadas com agressividade que nos envolvem de uma maneira que nos é impossível deixar de lado.

Ou seja, “Myrkgand” é um disco excelente, sem meias palavras.

Dmitry dividiu a responsabilidade de produzir o disco com Diego DoUrden, baixista/vocalista/tecladista do MYSTIFIER. E tudo foi gravado, mixado e masterizado no Darkside Studio, em Recife. A gravação esboça crueza e agressividade um pouco além do ponto, mas sempre tendo em mente que o produto final deveria ter sua dose de clareza. E apesar de poder ter sido melhor, a qualidade sonora é muito boa, com bons timbres nos instrumentos, tudo casando com a proposta sonora do grupo. E a arte da capa é um trabalho de Emerson Maia, com colorização de Antônio César, sendo que o logo é de Christophe Szpajdel, tudo visando esboçar o amálgama de influências que formam a música do MYRKGAND.

Musicalmente, o MYRKGAND, como já dito, é um trabalho musical bem feito, com arranjos musicais bem feitos, e uma atmosfera que mixa o épico e o obscuro sem problemas. E para deixar tudo ainda mais interessante, temos a participação de convidados de várias bandas, como MYSTIFIER, NOVEMBERS DOOM, THE KAHLESS CLONE, INFESTED BLOOD, MALEFACTOR, CANGAÇO, SYMPHONY X, KORZUS, ONE ARM AWAY, STEEL WARRIOR, CRUOR, E LUXÚRIA DE LILLITH, todos com um toque diferenciado e contribuindo para que “Myrkgand” tenha um brilho todo próprio.

Se o disco tomou 5 anos entre a fundação do projeto até seu primeiro álbum, esse tempo foi mais que suficiente para amadurecer as idéias e tornar “Myrkgand” um excelente trabalho. As 11 canções formam um contexto bem compacto, sendo difícil destacar uma ou outra.

O disco começa a pegar fogo na envolvente e destruidora “The Elemental King” e suas passagens atmosféricas assentadas sob um ritmo não muito veloz (um belo trabalho de vocais, onde timbres guturais e rasgados se alternam, fora teclados muito bem postados), as melodias soturnas criativas de “Arachnodraco” e da Epic/Black Metal “Demon of Ice” (ambas mostrando boa diversidade de ritmos, mas com ótimos riffs de guitarra), a mais trampada e com uma sonoridade mais sujo “Orcs & Ogres Brood” (onde o foco é mesmo no trabalho das guitarras e vocais, que apresentam uma diversidade de timbres bem interessante, que vai do rasgado ao limpo, passando pelo gutural), o jeitão Pagan/Epic de “Dangerous Dungeon” e a força rítmica de baixo e bateria (o clima segue o andamento mais cadenciado e pesado, embora existam partes rápidas), a ríspida e climática “Shadowforge” (boas passagens de guitarra e algumas mudanças de andamento bem sacadas estão presentes, bem como vocais muito bons), o lado mais tradicional do Black Metal infuso com influências épicas pontuais de “Mysterious Malediction” e seu ótimo trabalho de riffs (fora o solo de baixo, que está de primeira), e este mesmo lado mais Black Metal de raiz surge na melancólica e densa “O Vale da Agonia”, onde os vocais mais uma vez dão um show particular. “Wanderer”, “Dwarvenquest” e “A Ghastly Aftermath” são instrumentais que visam dar um toque mais atmosférico e transcendental ao disco.

Sim, “Myrkgand” é um disco ótimo, honesto e que merece aplausos. Mas esperamos que ele seja apenas o primeiro de muitos discos do MYRKGAND.


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