2017
Selo: Dharma Music
Nacional
Nota: 9,1/10,0
Tracklist:
1. Being
Human
2. The
Authoritarian Follower
3. Mondo
Psycho
4. The
Undying Stars
5. Snakes
in Suits
6.
Psychopathic Ruler
7. Addicted
to Power
8.
Unconscious Automaton (Curse of Wetiko)
9. Dancing
to the Sound… Of the Powers that Be
Banda:
Iron - Vocais
Wellington Ferrari - Guitarras, baixo
Leandro XSA - Guitarra solo
Rodrigo Oliveira - Bateria
Contatos:
Site Oficial: https://www.guttedsoulsband.com/
Facebook: https://www.facebook.com/GuttedSouls
Twitter:
Bandcamp: http://guttedsouls.bandcamp.com/
Assessoria:
E-mail: gutted.souls.band@gmail.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Nos dias de hoje, cada vez mais bandas estão lançando discos
um pouco antes do tempo necessário para o amadurecimento das idéias musicais. Por
isso tanto mudam de estilo, seja abruptamente ou de forma mais gradual. Mas
ainda existem aquelas que levam mais tempo, e que devido às dificuldades da
vida, aproveitam e vão burilando seu trabalho e aparando devidamente as arestas.
O GUTTED SOULS, do Rio de Janeiro, é um veterano no cenário, com quase 15 anos
de existência e muita luta no underground (sem contar o tempo em que teve
outros nomes, SUPREME MEMORIAL, DEATH BEHOLDER, NECROPEDOPHILE, e XENOPHOBIA).
O EP “Unconscious Automaton”, de 2012, apresentou a banda ao público fora do
estado do RJ, e agora, conseguem lançar seu primeiro “full-length”, que se
chama “The Illusion of Freedom”.
Imagine, caro leitor, que tem em mãos uma banda que funde o
Death Metal clássico da escola norte americana à lá DEICIDE, CANNIBAL CORPSE e
OBITUARY com a técnica e brutalidade de bandas como SUFFOCATION. É uma boa
comparação, embora o grupo tenha um “approach” mais pessoal de sua própria
música. É Death Metal, bruto e bem trabalhado, e se perceberem, também existe
um alinhavo harmônico diferente, algumas linhas melódicas que tornam o trabalho
coeso e sólido. E é bem pessoal e ganchudo, diga-se de passagem.
Se preparem, pois o moedor de carne foi ligado!
Um dos pontos que diferenciam o grupo de muitos outros está
na calara preocupação com a estética sonora. Gravado em São Paulo, nos estúdios
Dharma, sob a tutela do produtor Rodrigo Oliveira (que já trabalhou com KORZUS
e ARMORED DAWN), a sonoridade é agressiva, mas esteticamente limpa. Óbvio que
existe aquela crueza essencial ao Death Metal, mas tudo foi feito de maneira
que o ouvinte entenda claramente o que a banda fez, e que possa assimilar sem
problema algum o trabalho musical deles.
A arte da capa é muito bem feita e enigmática, permitindo um
amplo leque de interpretações pessoais. Mas como o GUTTED SOULS usa de temas
reais em suas letras, bem como uma abordagem inteligente, todas as
interpretações possíveis deve estar conectadas ao mundo real.
Vocais que usam timbres variados entre o gutural extremo e o
rasgado, guitarras formando uma muralha de riffs bem feitos (e solos com boa
técnica, fugindo do padrão), baixo e bateria formando uma base rítmica sólida e
coesa, tudo que a banda oferece musicalmente é bem feito, com ótima técnica,
mas brutal como o inferno.
O disco é todo excelente de ponta a ponta, mas destacam-se a
diversidade de ritmos contida em “Being Human” (e por consequência, o trabalho
de baixo e bateria se mostram ótimos, com boas mudanças de tempos), a opressão
ganchuda e ríspida das guitarras em “The Authoritarian Follower”, os tempos
mais lentos e brutos de “Mondo Psycho” (reparem bem como os vocais evoluem bem
e assentam com boa dicção sobre a base instrumental do grupo), o ótimo trabalho
da sessão rítmica ouvido em “Psychopathic Ruler”, o ataque insano de riffs bem
trabalhados em “Addicted to Power” (onde o “approach” técnico do grupo é de
primeira), e a destruição musical imposta por eles em “Dancing to the Sound...
Of the Powers that Be”. Algumas das músicas já possuíam versões mais cruas no
EP “Unconscious Automaton”, como “The Undying Stars “, “Psychopathic Ruler” e “Dancing to the Sound... of the
Powers That Be”, e “Mondo Psycho” vem do Demo CD de 2011. A diferença está na
roupagem mais bem cuidada e na sonoridade mais justa.
Ou seja: o GUTTED SOULS veio para somar, logo, aproveitem bastante
de “The Illusion of Freedom”, pois feito com muito sangue, suor e lágrimas. E
merece aplausos.
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