Ano: 2017
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional
Tracklist:
The Hail Side:
1. Our
Scars (intro)
2. Never
3. Fire
Within
4. Tamoio
Confederation
5. They All
Must Die
6. Burning
Crosses
7. Hunting
Ground
8.
Brotherhood of Man
9. War
10. Hear
Their Voices (outro)
The Kings Side:
11. The
Embrace of the Cold
12. Christ’s
Death
13. Raise
the Dead
14.
Countess Bathory
15. To Walk
the Infernal Fields
Banda:
Jefferson Britto - Baixo, vocais
Lucas - Guitarras
Daniel - Bateria
Ficha Técnica:
Jeff Britto - Produção, mixagem, masterização, artwork
Rafael -
Músico convidado (Guitarras em “Brotherhood of Man”, “The Embrace of the Cold”,
“Christ’s Death”, “Raise the Dead”, “Countess Bathory”, e “ To Walk the
Infernal Fields”)
Contatos:
Site Oficial: http://inapostasia.com/
Facebook: http://www.facebook.com/inapostasia
Twitter: http://www.twitter.com/inapostasia
Instagram: https://www.instagram.com/inapostasia
Bandcamp:
Assessoria: http://www.blacklegionprod.com/in-apostasia/ (Black Legion Productions)
E-mail: jeff@inapostasia.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Criar um disco pode ser algo trabalhoso, dependendo da ideai
da banda envolvida no processo. A pressa em acabar uma gravação e pôr o disco nas
lojas pode sempre trazer mais prejuízos do que ajudar. Por isso, o grupo
mineiro IN APOSTASIA, de Governador Valadares, fez a coisa
mais certa em seu terceiro trabalho de estúdio, o álbum “Hail the Kings”: trabalharam bem as ideais até chegarem onde
queriam. E ficou muito bom o resultado final.
A banda faz um Black Metal agressivo e bem soturno, focado
na velha escola do início dos anos 90, ou seja, a SWOBM. O trio não prima pela
técnica (embora estejam longe de serem simplistas em termos técnicos), focando seus
esforços em criar algo bruto e rápido, mas com muitos momentos mais cadenciados
e atmosféricos. A profusão de riffs raçudos e diretos (mas muito bons), vocais
rasgados de dar calafrios, baixo e bateria formando uma base rítmica sólida e
com boas mudanças de ritmo é absurda o disco todo, criando algo de fácil
assimilação pelos fãs do gênero, mas ríspido e mórbido.
Sim, traduzindo este parágrafo, “Hail the Kings” é um disco de alto nível em termos de Black Metal.
Ao se falar da sonoridade, muitas vezes o calcanhar de
Aquiles de muitas bandas do gênero, se percebe que houve uma preocupação em ter
uma sonoridade crua que esboce a personalidade musical do trio. Mas ao mesmo
tempo, o produtor não se furtou em conceder a “Hail the Kings” um nível de
limpeza que torna cada uma das canções compreensível aos ouvidos dos menos
iniciados. E mesmo com uma produção digital, se percebe que houve uma
preocupação com a estética dos timbres sonoros, de forma que tudo se encaixasse
para fazer com que as canções soassem sólidas como rochas. E a arte ficou muito
boa, refletindo a proposta negra do conteúdo lírico das canções.
“Hail the Kings”
foi concebido como os antigos discos de vinil, com dois lados: “The Hail Side” é o disco em si,
apresentando suas 10 faixas (uma introdução, uma outro, 7 canções próprias e
uma versão para “Brotherhood of Man”,
do MOTORHEAD). Já “The Kings Side” são versões deles para
clássicos do gênero, bandas que os influenciaram e ajudaram a caracterizar o
Black Metal. E em todas as composições, se percebe inteligência e esforço nos
arranjos, mas coração para que a proposta sonora do grupo não fosse alterada. E como esses caras são talentosos!
O disco inteiro é ótimo, vale a ouvida de ponta a ponta. Mas
para que o leitor tenha suas referências iniciais em “The Hail Side”, podem começar pela postura agressiva e brutal de “Never” e de “The Fire Within”, com ambas mostrando ótimas suas mudanças de
ritmo (baixo e bateria fazendo um trabalho de primeira), a rapidez extrema da
curta “They All Must Die”, o peso
absurdo e atmosférico das partes mais cadenciadas de “Burning Crosses” (riffs muito bons, com uma dinâmica ótima com a
base rítmica) e de “Hunting Ground”
(aqui, os vocais estão muito bem, mostrando um tipo de vocal rasgado mais
grave), além da ganchuda “War” e suas
passagens em velocidade mediana que são empolgantes. E a versão deles para a
magistral “Brotherhood of Man” é destruidora,
com um ritmo lento e azedo, onde o vocal rasgado encaixou perfeitamente nas
linhas roucas do finado Lemmy, sem falar
que esses timbres crus de guitarra ficaram perfeitos.
“The Kings” é um
tributo do IN APOSTASIA aos seus
mestres. E ver a roupagem mais atual e agressiva que velhos hinos como “The Embrace of the Cold” (do grupo norueguês
GRIMM, que aqui ficou com uma
sonoridade melhor), a ríspida “Christ’s
Death” (do SARCÓFAGO, que ganhou
uma pegada mais Black Metal, graças aos vocais rasgados), a azeda e cadenciada “Raise the Dead” (do BATHORY, que já nasceu perfeita e o
grupo respeitou suas características), a fogosa “Countess Bathory” (do VENOM,
que ficou ótima com essa estética mais Black Metal e não tão Metal Punk), e a
longa e gélida “To Walk the Infernal
Fields” (um dos maiores clássico do DARKTHRONE,
que soa mais limpa, mas não menos agressiva por isso).
O IN APOSTASIA
tem tudo para se tornar um dos maiores nomes do Black Metal brasileiro, pois “Hail the Kings” mostra que o trio tem
talento para isso.
Nota: 97%
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