Full Length
Ano: 2017
Selo:
Shinigami Records
Nacional
Tracklist:
1. Hateful
2. Victimia
3. F.O.M.O.
4. Acceptance
5. Non Efficiens, Non Decorus
6. Alter the Image
7. Bureaucrap
8. Mass Oppression
9. Mass Catharsis
10. Unwilling (Bonus Track)
11. Reason Lost MMXVI (Bonus Track)
Banda:
Fabiano Guolo - Vocais
Luís “RazorB” Ferraz - Guitarras, baixo, vocais
Khaoe Rocha - Baixo, vocais
Felipe Nester - Bateria, percussão
Convidados:
André Nisgoski - Vocais adicionais em “Bureaucrap”
Contatos:
Site Oficial: http://www.krucipha.com/
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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Para muitos, a evolução musical dentro dos cenários do Rock
deveriam ser parada à força. Essas forças conservadoras ignoram que a evolução
é uma força benéfica, que permite que o estilo continue forte e vigoroso, além
de se renovar para as gerações futuras. Há mais de 25 anos que a latinidade
brasileira começou a entrar no Metal, o que agregou valor ao gênero e criou uma
identidade para o Metal brasileiro. E hoje, bandas como o KRUCIPHA podem mostrar um trabalho de primeira como “Inhuman Nature”, que acaba de ser
lançado pela Shinigami Records.
Desde o primeiro disco, o famigerado “Hindsight Square One”, o quinteto de Curitiba (PR) já dava sinais
de que havia nascido para ser diferente, para fugir do marasmo. O estilo deles,
um Thrash/Groove Metal abrasivo e comprometido com a agressividade, deu uma
evoluída bem grande, se tornando ainda mais bruto e duro, mas ao mesmo tempo,
há uma enorme diversidade musical preenchendo cada uma das canções. E digamos
de passagem: eles mostraram coragem ao usar percussões em um momento que o
puritanismo no Metal impera. E verdade seja dita: ela incorporou visceralidade,
força e latinidade ao som brutal do KRUCIPHA.
Trocando em miúdos: “Inhuman
Nature” é um discão!
O próprio quinteto colocou a mão na massa e se encarregou de
produzir “Inhuman Nature” junto com o conhecido produtor Karim Serri. E conseguiram equilibrar
muito bem o balanço peso-agressividade-clareza, pois o som abrasivo e denso que
emana do disco tem qualidade sonora limpa, permitindo que se compreenda o que
eles estão tocando.
No tocante à arte gráfica, Carlos Fides (que já fez trabalhos para EVERGREY e ALMAH) fez a
capa, que tem esculturas do artista plástico Jeferson Cesar (avô de Felipe
Nester, batera do grupo). Tudo para dar uma aclimatação visual soturna ao
disco, e isso em uma apresentação no formato digipack.
O nível de amadurecimento do KRUCIPHA é muito evidente. O salto qualitativo em termos musicais entre
“Hindsight Square One” e “Inhuman Nature” é evidente. O grupo
soa mais coeso, com arranjos musicais mais esmerados, e tudo isso só fez com
que a banda crescesse em expressividade. Cada música em si é uma jóia preciosa.
Nos 10 temas do álbum, se destacam a furiosa e bruta “Hateful” (rápida e cativante, se
percebe um trabalho ótimo de baixo e bateria), a carga azeda das guitarras em “Victimia” (uma canção com tempos
quebrados e com uma aclimatação opressiva, com boas partes de percussão e
vocais de primeira), a moderna e técnica “F.O.M.O.”
e suas excelentes conduções rítmicas (baixo, bateria e percussões criam um
ritmo cadenciado e duro, mas com boa técnica), o ritmo Thrasher veloz de “Acceptance” (uma canção bem expressiva
em termos de vocais, riffs e solos, e é o lyric video de divulgação do álbum), as
ótimas percussões em ritmos latinos em “Alter
the Image”, a bicuda seca da HC/Crossover “Bureaucrap”, e a dobradinha grooveada de “Mass Oppression” (com rimos mais quebrados e andamento lento,
privilegiando a base rítmica e as percussões), e “Mass Catharsis” (mais rápida, mas mantendo os ritmos quebrados,
onde as guitarras dominam com riffs crus e cheios de energia). E como se já não
fosse muito para o coração de qualquer Metalhead de fé, ainda temos como bônus
a inédita “Unwilling” (outra faixa
caótica e preenchida por um clima opressivo e técnico), além do remake para “Reason Lost MMXVI”, faixa de ““Hindsight Square One” , que está
fantástica, com uma sonoridade mais seca e dura, o que privilegia a
agressividade do grupo.
Verdade seja dita: se “Inhuman
Nature” chegou tarde para a festa de final de ano de 2017, vai entrar em
muitos Top10 de 2018, pois o disco é excelente.
Ah, sim: após a gravação do disco, a banda se estabilizou
com a seguinte formação:
Fabiano Guolo -
Vocais, guitarras
Luís “RazorB” Ferraz
- Guitarras, vocais
Khaoe Rocha -
Baixo, vocais
Nicholas Pedroso -
Percussão
Felipe Nester -
Bateria
Avante, KRUCIPHA!
Nota: 9,7/10,0
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