2017
Selo:
Silver Lining Music
Importado
Nota: 8,7/10,0
Tracklist:
1. Piles of
Little Arms
2. D.E.A.D.
3. Garden
of Disdain
4. The
Righteous Voice
5. Architect and Iconoclast
6. Paradigms Warped
7. The
Pillars Crumbling
8. For No
Master
9.
Declaring New Law (Secret Hell)
10. From
the Hand of Kings
11. The
Fall of Idols
Banda:
Steven Tucker - Vocais, baixo
Trey Azagthoth - Guitarras, teclados
Dan Vadim Von - Guitarras
Scott
Fuller - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://www.morbidangel.com/
Twitter: https://twitter.com/MorbidAngelBand
Instagram: http://instagram.com/morbidangelband
Bandcamp:
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Todo estilo musical de raízes possui seus monstros sagrados.
O Metal, por sua enorme sedimentação de subgêneros, possui bandas lendárias e
que ajudaram a calcificar os elementos dos mesmos. No caso do Death Metal, um
dos nomes mais importantes e fortes é o do quarteto MORBID ANGEL, de Tampa (Flórida). Qual fã do estilo poderia sequer
pensar em excluir a trinca “Altars of
Madness”, “Blessed are the Sick” e “Covenant”
dos discos mais influentes do Death Metal? E não seria pecado algum afirmar que
a banda seja tão importante para o gênero como POSSESSED e DEATH. Mas
desde “Domination” para cá, mudanças
de formação, longos hiatos do estúdio e discos aquém do que a banda pode
produzir os colocou sob suspeita. Mas não adianta: “Kingdoms Disdain” vem para mostrar que quem é mestre na coisa,
sempre sabe tirar um coelho da cartola.
Para início de conversa, se o disco não se compara aos
clássicos acima mencionados, está muito longe de ser uma brochada nauseante
como “Illud Divinum Insanus”. Saíram
David Vincent e Destructor, e Trey
gravou sozinho todas as linhas de guitarra, enquanto o baixo e os vocais
ficaram mais uma vez com Steven Tucker
(que reassumiu seu posto). Na bateria, Scott
Fuller (do SENTINEL BEAST, entre
outros) assumiu o lugar de Tim Yeung
(que por sua vez, herdara o posto de Pete
Sandoval). No fundo, “Kingdoms
Disdained” vem em um momento crítico, com a missão de reconstruir o nome do
MORBID ANGEL. E ele se sai muito bem
na tarefa, digamos de passagem.
O ex-guitarrista do próprio grupo, Erik Rutan, foi o produtor escolhido para a tarefa árdua. E se saiu
muito bem, deixando a sonoridade do grupo brutal e opressiva, com ênfase nos timbres
mais graves das guitarras. Isso faz com que as músicas soem pesadas e cruas,
como o Death Metal precisa ser, mas com aquela dose de clareza necessária para
entendermos o que a banda está tocando. Ou seja: a sonoridade é agressiva, mas feita
com muita qualidade.
Na arte gráfica, que causou alguma polêmica no Brasil, temos
um trabalho bem feito de Ken Coleman
(que chegou a trabalhar com o WARFATHER,
outra banda de Steve), que deixou a apresentação não tão tenebrosa e caótica
como estamos acostumados, justamente pelo foco em tons de vermelho que não são
tão escuros. Mas justamente por isso, caiu bem.
Ah, sobre as músicas?
Bem, é evidente que o grupo não queria cair nos erros de “Illud Divinum Insanus”, logo, apostou
na fórmula que rendeu discos como “Domination”
e “Gateways to Annihilation”, embora
“Kingdoms Disdained” soe mais maduro.
Além do mais, a capacidade da banda arranjar as músicas de maneira que
surpreenda o ouvinte continua presente. Poderíamos até dizer que ele dá
sequência ao que a banda fazia antes de Steven
sair e David voltar.
Temos 11 faixas de puro esmaga-crânios, se destacando a
velocidade intensa e o trabalho técnico de “Piles
of Little Arms” (reparem como a base rítmica está bem, e a bateria está
fantástica), a pancadaria desenfreada de “D.E.A.D.”
(as mudanças de ritmo são ótimas, e que riffs de guitarra), o ritmo mais lento
e sujo de “Garden of Disdain” (que
tem um jeitão azedo meio “Where the
Slime Lives”), a pegada mais trabalhada no meio da violência explícita de “Architect and Iconoclast”, o jeitão
ganchudo e cadenciado de “Paradigms
Warped”, o murro nos dentes chamado de “For
No Master” (música rápida e ganchuda, cheia de bons arranjos de baixo e
bateria, e daquelas que causarão moshpits nos shows), o peso esmagador da
opressiva “From the Hand of Kings” e
de “The Fall of Idols”. Elas são as
melhores, mas o disco de ponta a ponta é uma prova da reabilitação do grupo.
Ah, os solos? Bem, Trey
continua sendo o Eddie Van Halen do
Death Metal. Acho que essa comparação já diz tudo.
Se você é fã da primeira passagem de Steven na banda, ouça “Kingdoms Disdained” sem medo. Se você
é fã de Death Metal, vai gostar. Se você é dos que vivem de passado, nem
pretendo gastar meu latim, pois é perda de tempo. Mas esse disco mostra que o MORBID ANGEL está de volta e disposto a
ser o nome forte que sempre foi.
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