2017
Selo:
Raising Legends Records
Importado
Nota: 8,5/10,0
Tracklist:
1. El Gran Dark Maestrum
2.
Scorching Vision
3.
Aesthetics of a Lie
4. 2:1:0
5. Still
Beneath the Horns
6.
Knee-Deep in the Dead (Covariance Version)
Banda:
David Carvalho - Vocais
António Branco - Guitarras
Flávio Almeida - Guitarras
Cláudio Aveiro - Baixo
Filipe Gomes - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://grimlet.com/
Twitter:
Youtube: https://www.youtube.com/user/grimlet
Instagram:
Bandcamp: https://grimlet.bandcamp.com/
Assessoria:
E-mail: grimlethorde@gmail.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Portugal é um país com uma cultura forte, e vemos os fortes traços
disso basicamente na literatura (não há como não conhecer o nome do poeta Fernando Pessoa). Não é sem motivos que
boa parte das bandas de Metal do país se recusa a cair no ponto comum, a serem
meras cópias do que já foi feito até a erosão. Não, por lá, se cultiva a criatividade,
se dá passos à frente. E isso é perceptível no trabalho do GRIMLET, quinteto de Figueira da Foz, que chega com seu terceiro álbum,
“Theia: Aesthetics of a Lie”.
A banda faz um gênero bem agressivo e ríspido de Progressive
Death Metal, ou seja, a boa e velha agressividade do gênero está bem
trabalhada, com um trabalho de primeira das guitarras (de onde algumas melodias
fluem, especialmente nos solos), uma base rítmica coesa e pesada (mas com
ótimas passagens quebradas, mostrando a técnica de baixo e bateria), e vocais
que fazem um estilo de gutural não muito usual (os timbres são graves, mas se
consegue entender bem o que está sendo cantado). É bem diferente do usual, e
sempre cheio de energia e peso.
Em termos de sonoridade , pode-se dizer que “Theia: Aesthetics of a Lie” tem um diferencial de outros discos do
estilo: a sonoridade é mais seca, deixando os instrumentos mais claros e
audíveis separadamente. Ou seja, aquela crueza tão comum nos discos de Death
Metal não surge da qualidade de gravação, mas dos timbres instrumentais, o que
deixa tudo soando muito bem aos ouvidos. Nisso, o trabalho de João Dourado na mixagem deu um “boost”
e tanto.
Em termos de arte gráfica,
a capa de David Carvalho, trabalhada
com sombras de preto, branco e cinzento. Desta maneira, a apresentação visual
soturna e com aquela atmosfera densa e fúnebre. Algo essencial para uma banda
de Death Metal.
Preferindo músicas mais longas,
o quinteto mostra que tem uma proposta sonora bem pessoal, pois com durações
desta forma, eles conseguem exibir boas mudanças rítmicas e uma técnica nada
convencional. “Scorching Vision” tem
um enfoque mais extremo, onde o lado mais bruto e explosivo da banda é mais evidente
(com solos de guitarras à lá NOCTURNUS
e riffs ganchudos), ao passo que o lado mais progressivo da identidade do
quinteto aparece mais em “Aesthetics of
a Lie” (onde baixo e bateria mostram ótima técnica e peso nas mudanças de
tempos). Em “2:1:0” e “Still Beneath the Horns” (esta com
belas passagens mais cadenciadas e empolgantes), o equilíbrio entre técnica,
melodia e agressividade fica muito exposto, com muitas variações de andamento,
boas melodias e harmonias, e os vocais
estão muito bem em ambas. E a curta “Knee-Deep
in the Dead (Covariance Version)” é bem mais chegada ao porradeiro
explícito e direto, um murro de velocidade e brutalidade no estômago, onde a
banda está justinha.
O GRIMLET merece chegar a um público maior, pois tem muito potencial
musical.
Ponho fé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário