2017
Selo: Furia Music Records
Nacional
Nota: 9,5/10,0
Tracklist:
1. The Fall
2. Beast
Inside
3. What If
4. Make My
Fate
5.
Insidious Me
6. The
Crossing
7. Stream
of Shame
8. Parade
the Sacrifice
9. Drifter
10.
Unreality
11. Alive
Banda:
Dani Nolden - Vocais
Raphael Mattos - Guitarras
Magnus Rosén - Baixo
Fábio Buitvidas - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://www.shadowside.ws/
Facebook: http://www.facebook.com/shadowsideband
Bandcamp:
Assessoria: http://www.furiamusic.com.br/ (Furia Music)
E-mail: shadowside@shadowside.net
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Bandas que levam muito tempo entre um disco e outro podem
acabar dispersando seus fãs, uma vez que nem mesmo a constante manutenção de
notícias e shows pode suprir a necessidade de material novo e fresco para os
ouvidos. Ainda mais nos dias de hoje, onde os downloads digitais ilegais
causaram enormes problemas para a indústria fonográfica como um todo. Mas tem
aqueles grupos que fazem valer a espera, pois sempre nos trazem material de
primeira linha. E verdade seja dita: no Brasil, poucos chegaram aonde o SHADOWSIDE chegou. E seis anos depois
do lançamento de “Inner Monster Out”,
finalmente eles chegam com “Shades of
Humanity”, seu novo disco.
Basicamente, a aura moderna que a banda apresentou em seu
disco anterior foi levada a outro nível agora, com as guitarras roncando com
aqueles timbres modernos e bem abrasivos. Mas ao mesmo tempo, toda carga
melódica do grupo continua presente, especialmente nos refrãos muito bem
compostos. Em termos técnicos, a banda sempre teve um nível acima da média, e
ele continua presente, mas ao mesmo tempo, a técnica individual de cada integrante
apenas acrescentou valor ao que já era muito bom. E sim, esse disco gruda nos
ouvidos e não sai mais, de tão bom.
Desta forma, se percebe claramente que o SHADOWSIDE está vivendo um excelente
momento musical.
Confiantes em seu talento, o grupo mais uma vez fez as
gravações de um álbum nos Fredman Studios, na Suécia, tendo como produtores Fredrik Nordström e Henrik Udd, uma dupla famosa no cenário
mundial pelos trabalhos com nomes como DIMMU
BORGIR, ARCH ENEMY, IN FLAMES e outros. Tudo para montar uma sonoridade que
fosse moderna e agressiva, mas ao mesmo tempo clara e que permitisse que as
melodias das músicas fossem compreendidas em sua completitude. E verdade seja
dita: eles conseguiram.
A parte gráfica, por sua vez, foi concebida pelo guitarrista
Douglas Jen (do SUPREMA e que trabalha na Furia
Music), e que ficou linda, esboçando bem os temas densos das letras, e onde
os detalhes inacabados na arte simbolizam as imperfeições da humanidade.
Uma das novidades é a presença do baixista Magnus Rosén (que já passou por nomes
como HAMMERFALL e JORN, e atualmente toca também no AVALANCH), que trouxe sua marca em duas
canções em parceria dele com Andy
LaRocque. Mas a banda nem precisaria tanto, já que o SHADOWSIDE está em uma fase esplendorosa, com canções cheias de
energia, refrãos ganchudos, melodias bem definidas e uma sonoridade agressiva
intensa. Além disso, os arranjos musicais estão fenomenais, e nas letras, temas
como aborto, depressão e mesmo o desastre da barragem de Mariana é contado.
O disco é excelente de ponta à ponta, e fica difícil
destacar uma ou outra canção. Mas por mera referência, as ótimas melodias e
refrão envolvente de “The Fall” (que
é preenchida pela voz extremamente versátil de Dani Nolden) e “Beast Inside”
(os riffs de guitarra criados por Rafael Mattos nesta aqui são de primeira, e mais um refrão excelente
nos é apresentado), o andamento mais lento e abrasivo de “What If” (que assim ganha agressividade, mas sem que as melodias
sejam perdidas, e temos ainda um trabalho ótimo de baixo e bateria, mostrando que Magnus e Fábio Buitvidas estão bem entrosados), as
harmonias cheias de influências do Metal tradicional de “Make My Fate”, a mistura de linhas harmônicas mais secas e partes mais
melodiosas em “The Crossing”, a
pegada mais acessível e de fácil assimilação que se ouve em “Drifter” (que remete diretamente ao
hit “Angel with Horns” sem ser uma
cópia, mas a forte dose de acessibilidade se dá ao uso de vocalizações mais
limpas e uma estética simples no instrumental, e como de praxe, e um refrão que
é um grude só), o jeitão mais moderno e sujo de “Unreality”, e os tons mais experimentais, densos e etéreos de “Alive” (que possui toques de teclados bem
sacados, fora uma forte aura melancólica, e mais uma vez ouvem-se vocais privilegiados).
Podemos dizer que com “Shades
of Humanity” o SHADOWSIDE deu um autêntico ponta-pé para escancarar as portas do sucesso no exterior de vez, e dessa forma, se tornar um
dos grandes nomes do Metal brasileiro da atualidade.
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