2017
Nacional
Nota: 10,0/10,0
Tracklist:
Disco 1
(Seasons of the Black):
1. Season
of the Black
2. Serpents
in Disguise
3.
Blackened Karma
4. Time
Will Tell
5. Septic
Bite
6. Walk
Among the Dead
7. All We
Know is Not
8. Gaia
9. Justify
10.
Bloodshed in Paradise
11.
Farewell
Disco 2 (CD
bônus):
1.
Adoration
2.
Southcross Union
3. Assorted
by Satan
4. Faster
than Hell
5. Sword
Made of Steel
6. Down to
the Bone
Banda:
Peter “Peavy” Wagner - Vocais, Baixo
Marcos Rodríguez - Guitarras, backing vocals
Vassilios “Lucky” Maniatopoulos - Bateria, backing vocals
Contatos:
Site Oficial: http://www.rage-official.com/
Twitter: https://twitter.com/_rage
Instagram: http://www.instagram.com/RageOfficialBand
Bandcamp:
Assessoria: nuclearblast.com/rage
E-mail: info@luckybob.de
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
O Metal germânico é apaixonante, e ao mesmo tempo, de igual
importância aos seus similares dos E.U.A. e da Inglaterra, formando assim o
tripé que sustenta o Metal mundial. Desta forma, fugindo dos nomes mais proeminentes, muitas bandas “cult”
existem, e que se não são tão aplaudidas e reverenciadas como os gigantes, são
extremamente importantes para a consolidação do gênero. Uma delas é o trio RAGE, que completa 31 anos de vida com
mais um disco de primeira, “Seasons of the Black”.
Desde que o grupo mudou de nome em 1986 (se chamavam AVENGER, mesmo nome de um grupo inglês
da época), o trio tem destilado uma mistura do bom e velho Metal “Made in
Germany” com aspectos do Metal tradicional, sempre primando pelo uso de uma
fórmula simples: peso+melodia+agressividade. A diferença é que o grupo sempre tira
um coelho da cartola e vem com o mesmo estilo, mas alguma coisa se diferencia
do que eles já haviam feito anteriormente. E como já havíamos ouvido em “The Devil Strikes Again”, o grupo está
soando mais moderno e vigoroso, mas ainda melodioso. Desta forma, o RAGE nunca soa datado ou velho, mas
sempre cheio de energia, sempre se renovando, e assim, capaz de cativar novos
fãs.
Assim como no disco anterior, o produtor é o próprio trio,
sendo que Marcos Rodríguez fez a
engenharia sonora. Por sua vez, o mago sueco Dan Swanö ficou responsável pela mixagem e masterização de “Seasons of the Black”, sendo que “Peavy” sempre comanda tudo como
produtor executivo. Tudo para garantir que a sonoridade esteja de alto nível,
forte e pesada, mas ainda assim bem limpa, permitindo que as melodias do grupo sejam
compreendidas sem problemas. Ou seja: tudo está no melhor nível possível,
encaixado com o que o grupo sonoramente precisa.
A arte gráfica para a capa é de Karim König, que ficou ótima e sombria, antenada com o que o grupo
quer transmitir com o nome do disco. Já o encarte e tudo o mais estão
excelentes.
Como dito antes: o estilão do RAGE não mudou em nada, continua a mesma coisa. A diferença está o
“insight” da banda, que preferiu manter a pegada mais atual que já estava clara
em seu disco anterior. Poderíamos até dizer que a banda deu sequência ao que
fez nele, mas com tudo mais coeso, já que “Seasons
of the Black” é o segundo disco com essa formação. E a versão nacional tem um
CD bônus, tornando a aquisição do disco ainda mais prazerosa.
O disco é excelente. Abrindo com a pegada pesada e vigorosa de
“Season of the Black” e seu refrão
de primeira (“Peavey” continua
cantando muito), mesmos elementos que permeia “Serpents in Disguise” (que tem um andamento mais ameno, com focando
bastante nas melodias das guitarras e no refrão de primeira), as linhas
melódicas de peso recheadas com leve toque de azedume agressivo de “Blackened Karma” e de “Time Will Tell” (ambas com ótimos
backing vocals melodiosos, além do ótimo trabalho de baixo e bateria), o peso
abusivo de “Septic Bite”, “Walk Among the Dead” e “All We Know is No”, todas com ótimo
contraste entre melodia e modernidade, fora o show de baixo e bateria. Além
delas, o disco fecha com quatro faixas que formam “The Tragedy of Man”, uma epopeia que narra o surgimento do homem
(na introdução “Gaia”, curta e
apresentada em uma forma introspectiva), a falta de respeito à vida do próximo
que é baseada na impossibilidade de se trazer uma vida da morte através de mais
morte (como visto na energética e envolvente “Justify”, que nos apresenta um refrão de primeira), a brutal
colonização e apagar de culturas antigas por homens “civilizados” (apresentada
em “Bloodshed in Paradise”, uma
canção mais simples e direta, com mudanças entre tempos mais amenos e outros
mais agressivos, mostrando riffs com forte dose de melancolia), e o fim da
espécie dominante, uma vez que esta não se harmoniza com a natureza e segue seu
curso (algo que fica claro em “Farewell”,
uma tocante canção que fica entre uma balada e uma pancada de peso melodioso e
intenso), fechando o CD com chave de ouro.
No CD bônus, temos regravações da época em que a banda ainda
se chamava AVENGER, do álbum “Prayers of Steel” (de onde vieram “Adoration”, “Southcross Union”, “Assorted
by Satan”, “Faster than Hell”, e “Sword Made of Steel”), e do EP “Depraved to Black” (onde está a versão
original de “Down to the Bone”), que
ganharam uma roupagem mais moderna, mas mantendo as linhas melódicas originais.
Percebe-se claramente a influência de JUDAS
PRIEST e MOTORHEAD vindo dessas
canções, e ainda bem que o trio resolveu dar-lhes este tratamento, pois elas
merecem uma nova chance, uma vez que o selo original de ambos os lançamentos era muito pequeno e nem todos puderam conhecer o potencial deles.
E digamos de passagem: são tão boas que esperemos que a banda as toque ao vivo
nessa turnê atual.
Não tem jeito: o grupo pode não ser um gigante do gênero,
mas o RAGE é sempre relevante.
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