Ano: 2017
Selo: Independente
Importado
Nota: 10,0/10,0
Tracklist:
1.
Lurramets (Intro)
2.
Cryhavoc!
3. Psalm of
the Accursed
4. Akelarre
5. The
Awakening
6. Amalur
7. The
Slavic Covenant
8. A
Crownless King
9. The
Hardest of Harvests
10. Zombeer
Alcoholocaust
11.
Brothers in Arms
12. Fear A’
Bhata
Banda:
Lander Lourido - Vocais limpos, guitarras
Asier Fernandez - Guitarras
Jon Koldo Tera “Jonkol” - Teclados, vocais agressivos e
limpos
Mikel Llona - Baixo
Asier Amo “Amo” - Bateria
Convidados:
Javi Crosas
- Vocals em “The Slavic Covenant”
Ibone Gómez - Vocais femininos em “A Crownless King”
Miguel Laguna - Vocais em “Amalur”, guitarra solo em “A
Crownless King”
Javi Rubio - Violino
Iñigo Sáenz Quevedo - Alboque e txistu em “Lurramets”
Zarkon, Piriz, Melas, Aitzi, Makaia e Pablo - Corais (The Drunk
& Dead Choir)
Contatos:
Site Oficial: http://www.warbanner.eu/incursed/
Twitter:
https://twitter.com/IncursedBand
Instagram:
Bandcamp: http://incursed.bandcamp.com/
Assessoria:
E-mail: incursed@gmail.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Acompanhar a evolução de uma banda por seus discos é uma
oportunidade ímpar para muitos escritores. Para os fãs, talvez não mostre
diferença alguma, mas para quem conhece uma banda que vem de uma sequência de
discos, é capaz de reparar como a música do grupo vai se transformando com o
tempo. Isso acontece com todos, mesmo aqueles cujo trabalho musical não se altera
com o tempo. E para este autor que vos escrever. o quinteto espanhol de
Pagan/Viking Metal INCURSED, de Bilbao
(Espanha), é um dos nomes mais fortes do seu país e que já acompanho há alguns
anos. E se o EP “The Slavic Covenant”
já nos dava uma idéia clara do que eles estavam aprontando, o recém-lançado
novo álbum, “Amalur”, mostra que o grupo
merece mais destaque.
A banda teve alterações em sua formação, já que Juan Sampedro deixou o espaço das
quatro cordas para Mikel Llona, enquanto
Narot Santos (guitarrista base,
vocais) foi substituído por Lander
Lourido tanto nas guitarras como nos vocais limpos (os agressivos agora
estão com o tecladista Jon Koldo Tera
“Jonkol”). Além disso, o quinteto realmente está se tornando cada vez mais
melodioso e com o lado mais Pagan/Viking de sua música está evidenciado, o que
os levou a ter um pouco menos de agressividade sonora, compensada pelo ótimo
trabalho da banda como um todo. Ficou mais elegante, encorpado e melodioso, com
maior dose de energia e arranjos que grudam em nossas mentes (cada refrão agora
tem uma estética caprichada). E isso sem perder sua identidade, suas raízes musicais.
Ou seja, o INCURSED
evoluiu muito, amadureceu, e está se tornando um nome ainda mais forte dentro
daquilo que se propõem a fazer musicalmente.
“Amalur” foi
gravado, mixado e masterizado nos estúdios Cursed
Onion Studios e Chromaticity Studios.
Toda a sonoridade do álbum soa bem feita, bem acabada, clara e limpa, onde os
momentos mais Folk/Pagan ganham vida, mas sempre mantendo o peso e aquele toque
de crueza que permite que o grupo soe agressivo e intenso sempre. E sim, o
disco tem uma sonoridade excelente.
E a capa nos mostra um mundo de fantasia medieval e pagão,
cheio de elementos que já conhecemos das lendas antigas das culturas antigas da
Europa.
O amadurecimento musical do INCURSED vem do polimento e preocupação que sua música soa mais
inteligível ao ouvinte, mais cheia de elementos Pagan/Viking/Folk, e isso nos
deu um disco excepcional, bem feito e com músicas perfeitas. A capacidade de
usar vários timbres vocais (dos vocais da banda e de alguns convidados), a
destreza das guitarras esbanjando riffs, solos e duetos melodiosos e agressivos
quando a música pede, o trabalho excelente dos teclados nas orquestrações e ambientação,
além do peso maciço da base rítmica bem trabalhada. Sim, eles deram um passo
adiante em termos sonoros, sem perder sua identidade.
O disco tem 12 canções, sendo “Lurramets” uma canção introdutória, e “Fear A’ Bhata” é uma canção tradicional adaptada ao peso do grupo.
“Cryhavoc!” já
abre o disco com uma pancada brutal adornada de belas melodias hipnóticas vinda
das guitarras, e é cheia de mudanças rítmicas e vocais variando de timbres
entre guturais, rasgados e normais (e que refrão!), sendo seguida de “Psalm of the Accursed”, onde o lado
mais brutal se mescla a linhas melódicas muito boas e corais excelentes, fora
baixo e bateria estarem muito bem. “Akelarre”
é excelente, cheia de teclados muito bons uma energia fascinante, e é uma
canção de fácil assimilação para os fãs (pois as melodias e vocais limpos
ajudam muito nesse aspecto). Já “The
Awakening” mostra uma pegada que revisa a agressividade e momentos de
introspecção que ouvimos em alguns momentos de “Fimbulwinter”, com um trabalho muito bom de guitarras. E que
lindas harmonias e melodias mais Folk/Pagan que estão presentes em “Amalur”, onde certo toque de
melancolia se faz presente nas partes de vocais limpos. Como citado na resenha
do EP “The Slavic Covenant”, a faixa-título
deste (e canção aqui analisada) mostra aquelas linhas instrumentais mais Folk que
lembram bandas como FINNTROLL e KORPIKLAANI, mas com uma personalidade
toda do quinteto, com passagens de teclado providenciais. Cordas limpas e uma
atmosfera densa, Folk e introspectiva dá início a “A Crownless King”, uma linda canção com uma pegada amena, onde
belos duetos entre vocais masculinos limpos e femininos mostram uma beleza
absurda, mesmo nas partes mais pesadas (e que belas incursões de baixo e
bateria). Outra que também mescla a brutalidade do passado com as melodias mais
bem encorpadas da atualidade é “The
Hardest of Harvests”, com passagens belas de violinos em suas partes mais
lentas, mas que transpira aquele jeitão antigo da banda onde o peso se torna
abrasivo (e as guitarras tecendo riffs bem trabalhados e solos muito bons). Voltando
ao lado mais Pagan Metal, onde temos aquela pegada mais animada, temos “Zombeer Alcoholocaust”, cujo título já
deve dar ao caro leitor o que esperar das linhas melódicas. Muito peso bruto e
opressivo flui de “Brothers in Arms”,
quase toda com uma pegada mais agressiva, só cedendo um pouco às melodias em
certos momentos (especialmente quando os vocais limpos aparecem). E fechando, “Fear A’ Bhata”, como já dito antes, é uma
canção tradicional, que ganhou uma roupagem que mixa agressividade e melodia no
estilo do quinteto, mas com uma pegada pesada de fazer as paredes tremerem!
Ou seja: o INCURSED
já está em um nível de musicalidade alto, digno dos grandes nomes do estilo. E
ao leitor, dou um conselho: ouça “Amalur”
e se permita o prazer e a sedução de um dos grandes discos do ano!
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