terça-feira, 26 de setembro de 2017

INCURSED - Amalur (Álbum)


Ano: 2017
Selo: Independente
Importado

Nota: 10,0/10,0

Tracklist:

1. Lurramets (Intro)
2. Cryhavoc!
3. Psalm of the Accursed
4. Akelarre
5. The Awakening
6. Amalur       
7. The Slavic Covenant
8. A Crownless King
9. The Hardest of Harvests
10. Zombeer Alcoholocaust
11. Brothers in Arms
12. Fear A’ Bhata


Banda:


Lander Lourido - Vocais limpos, guitarras
Asier Fernandez - Guitarras
Jon Koldo Tera “Jonkol” - Teclados, vocais agressivos e limpos
Mikel Llona - Baixo
Asier Amo “Amo” - Bateria

Convidados:

Javi Crosas - Vocals em “The Slavic Covenant”
Ibone Gómez - Vocais femininos em “A Crownless King”
Miguel Laguna - Vocais em “Amalur”, guitarra solo em “A Crownless King”
Javi Rubio - Violino
Iñigo Sáenz Quevedo - Alboque e txistu em “Lurramets”
Zarkon, Piriz, Melas, Aitzi, Makaia e Pablo - Corais (The Drunk & Dead Choir)


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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Acompanhar a evolução de uma banda por seus discos é uma oportunidade ímpar para muitos escritores. Para os fãs, talvez não mostre diferença alguma, mas para quem conhece uma banda que vem de uma sequência de discos, é capaz de reparar como a música do grupo vai se transformando com o tempo. Isso acontece com todos, mesmo aqueles cujo trabalho musical não se altera com o tempo. E para este autor que vos escrever. o quinteto espanhol de Pagan/Viking Metal INCURSED, de Bilbao (Espanha), é um dos nomes mais fortes do seu país e que já acompanho há alguns anos. E se o EP “The Slavic Covenant” já nos dava uma idéia clara do que eles estavam aprontando, o recém-lançado novo álbum, “Amalur”, mostra que o grupo merece mais destaque.

A banda teve alterações em sua formação, já que Juan Sampedro deixou o espaço das quatro cordas para Mikel Llona, enquanto Narot Santos (guitarrista base, vocais) foi substituído por Lander Lourido tanto nas guitarras como nos vocais limpos (os agressivos agora estão com o tecladista Jon Koldo Tera “Jonkol”). Além disso, o quinteto realmente está se tornando cada vez mais melodioso e com o lado mais Pagan/Viking de sua música está evidenciado, o que os levou a ter um pouco menos de agressividade sonora, compensada pelo ótimo trabalho da banda como um todo. Ficou mais elegante, encorpado e melodioso, com maior dose de energia e arranjos que grudam em nossas mentes (cada refrão agora tem uma estética caprichada). E isso sem perder sua identidade, suas raízes musicais.

Ou seja, o INCURSED evoluiu muito, amadureceu, e está se tornando um nome ainda mais forte dentro daquilo que se propõem a fazer musicalmente.

“Amalur” foi gravado, mixado e masterizado nos estúdios Cursed Onion Studios e Chromaticity Studios. Toda a sonoridade do álbum soa bem feita, bem acabada, clara e limpa, onde os momentos mais Folk/Pagan ganham vida, mas sempre mantendo o peso e aquele toque de crueza que permite que o grupo soe agressivo e intenso sempre. E sim, o disco tem uma sonoridade excelente.

E a capa nos mostra um mundo de fantasia medieval e pagão, cheio de elementos que já conhecemos das lendas antigas das culturas antigas da Europa.

O amadurecimento musical do INCURSED vem do polimento e preocupação que sua música soa mais inteligível ao ouvinte, mais cheia de elementos Pagan/Viking/Folk, e isso nos deu um disco excepcional, bem feito e com músicas perfeitas. A capacidade de usar vários timbres vocais (dos vocais da banda e de alguns convidados), a destreza das guitarras esbanjando riffs, solos e duetos melodiosos e agressivos quando a música pede, o trabalho excelente dos teclados nas orquestrações e ambientação, além do peso maciço da base rítmica bem trabalhada. Sim, eles deram um passo adiante em termos sonoros, sem perder sua identidade.

O disco tem 12 canções, sendo “Lurramets” uma canção introdutória, e “Fear A’ Bhata” é uma canção tradicional adaptada ao peso do grupo.

“Cryhavoc!” já abre o disco com uma pancada brutal adornada de belas melodias hipnóticas vinda das guitarras, e é cheia de mudanças rítmicas e vocais variando de timbres entre guturais, rasgados e normais (e que refrão!), sendo seguida de “Psalm of the Accursed”, onde o lado mais brutal se mescla a linhas melódicas muito boas e corais excelentes, fora baixo e bateria estarem muito bem. “Akelarre” é excelente, cheia de teclados muito bons uma energia fascinante, e é uma canção de fácil assimilação para os fãs (pois as melodias e vocais limpos ajudam muito nesse aspecto). Já “The Awakening” mostra uma pegada que revisa a agressividade e momentos de introspecção que ouvimos em alguns momentos de “Fimbulwinter”, com um trabalho muito bom de guitarras. E que lindas harmonias e melodias mais Folk/Pagan que estão presentes em “Amalur”, onde certo toque de melancolia se faz presente nas partes de vocais limpos. Como citado na resenha do EP “The Slavic Covenant”, a faixa-título deste (e canção aqui analisada) mostra aquelas linhas instrumentais mais Folk que lembram bandas como FINNTROLL e KORPIKLAANI, mas com uma personalidade toda do quinteto, com passagens de teclado providenciais. Cordas limpas e uma atmosfera densa, Folk e introspectiva dá início a “A Crownless King”, uma linda canção com uma pegada amena, onde belos duetos entre vocais masculinos limpos e femininos mostram uma beleza absurda, mesmo nas partes mais pesadas (e que belas incursões de baixo e bateria). Outra que também mescla a brutalidade do passado com as melodias mais bem encorpadas da atualidade é “The Hardest of Harvests”, com passagens belas de violinos em suas partes mais lentas, mas que transpira aquele jeitão antigo da banda onde o peso se torna abrasivo (e as guitarras tecendo riffs bem trabalhados e solos muito bons). Voltando ao lado mais Pagan Metal, onde temos aquela pegada mais animada, temos “Zombeer Alcoholocaust”, cujo título já deve dar ao caro leitor o que esperar das linhas melódicas. Muito peso bruto e opressivo flui de “Brothers in Arms”, quase toda com uma pegada mais agressiva, só cedendo um pouco às melodias em certos momentos (especialmente quando os vocais limpos aparecem). E fechando, “Fear A’ Bhata”, como já dito antes, é uma canção tradicional, que ganhou uma roupagem que mixa agressividade e melodia no estilo do quinteto, mas com uma pegada pesada de fazer as paredes tremerem!

Ou seja: o INCURSED já está em um nível de musicalidade alto, digno dos grandes nomes do estilo. E ao leitor, dou um conselho: ouça “Amalur” e se permita o prazer e a sedução de um dos grandes discos do ano!


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