domingo, 13 de agosto de 2017

MORCROF - Live at the Brazilian Swamp (Álbum ao Vivo)


2017
Nacional

Nota: 8,4/10,0

Tracklist:

1. In Monolitus Ex Auorum Spiritus Mundus
2. Ad Infinitum (Awakening the Archetype of Being)
3. Portae Ex Solis Sursum Aquilonem
4. Proliferous Equilibrium of Fohat


Banda:


Eziel Kantele-Väinö - Vocals
Pétros Nilo - Guitarras
R. Bressan - Guitarras
JPaullus Moura - Baixo, vocais
R’Herton - Bateria


Contatos:

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Assessoria: http://www.facebook.com/cangacorockcomunicacoes/ (Cangaço Rock Comunicações)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Quando se fala em Black Metal no Brasil, muitos fãs em geral enxergam o estilo com algo recente. Mas na realidade, desde o final dos anos 80, ele já anda por aqui, sendo que o SARCÓFAGO foi e é uma das grandes influências das escolas escandinava e grega do gênero (ou acham que aquele visual pesado, cheio de pregos, correntes e corpse paint veio de onde?). Tendo isso em vista, é ótimo ver um ancião como o MORCROF, de São Paulo, ainda ativo e relevante. Que o diga o ótimo “Live at the Brazilian Swamp”, disco ao vivo recente da banda.

O grupo continua sua luta nos porões do underground, mostrando um Black Metal denso e climático, com foco na escola grega do gênero (ou seja, as influências de NECROMANTIA, VARATHRON e ROTTING CHRIST são claras). E como o nome já diz, “Live at the Brazilian Swamp” foi gravado ao vivo, mais especificamente no show que a banda fez em 2015, abrindo para o VARATHRON em São Paulo. E mesmo com alguns probleminhas de áudio, se percebe que a potência sonora do grupo e suas nuances soturnas não são perdidas ao vivo. Na realidade, parece que ganham ainda mais peso e força ao vivo, uma energia envolvente e fúnebre de primeira.

Ou seja, o MORCROF arrasa ao vivo.

O áudio bem que poderia ser melhor, um pouco mais limpo. Mas é preciso citar que o trabalho da Rog666 Vídeos, que foi masterizado no KW Home Studio, retrata fielmente o que aconteceu: um show ao vivo underground, sem overdubs ou modificações. Foi na raça, no talo, sem piedade de quem quer que fosse. E por isso, tem seus méritos, pois se percebe a essência underground da banda. Mas que poderia ser melhor, isso poderia (mesmo porque o MORCROF merece isso). E a capa, bem simples, é uma criação de desenhista Allan Luis, que ficou muito bem encaixada com a proposta do grupo.

O MORCROF é uma das bandas mais inteligentes do underground nacional, pois preferem letras criativas e com uma estética que permite que a banda trabalhe bem sua música. Sim, o trabalho do quinteto (hoje sexteto) é inteligente e soturno, cheio de mudanças de ritmo, vocais limpos que contrastam com timbres agressivos, e tudo com uma base instrumental variada. Além disso, os arranjos da banda são de primeira.

Uma pena que apenas 4 músicas compõem “Live at the Brazilian Swamp”, pois a banda tem muito a oferecer. Mas são quatro canções bem longas, todas com mais de 8 minutos de duração. Mas fiquem tranquilos: não há como enjoar, pois todas são bem trabalhadas.

A sombria e climática “In Monolitus Ex Auorum Spiritus Mundus”, a esmagadora de tímpanos “Ad Infinitum (Awakening the Archetype of Being)”, a rica em diversidade rítmica “Portae Ex Solis Sursum Aquilonem” e a maravilhosa “Proliferous Equilibrium of Fohat” mostram como o MORCROF merece ser ainda mais respeitado pelos fãs de Metal extremo do Brasil. Sim, isso mesmo, pois ao lado de MYSTERIIS, MIASTHENIA, PATRIA, OCULTAN e alguns outros nomes, eles são uma das bandas mais seminais do estilo por aqui. 

Respeito ao trabalho do MORCROF sempre, e que venha logo o novo trabalho de estúdio deles, que se quase sendo lançado e se chamará “.:.CODEX.GNOSIS.APOKRYPHV.:.arcano.verba.revelatio.:.”. Mas até lá, “Live at the Brazilian Swamp” é uma pedida tentadora.

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