domingo, 13 de agosto de 2017

METALMORPHOSE - Ação & Reação (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 9,4/10,0

Tracklist:

1. Bala Perdida
2. Solução
3. Ação & Reação
4. Princesa do Metal
5. Tudo na Vida Tem Seu Preço
6. Liberdade
7. A Cobra Fumou
8. Prelúdio Metálico
9. Viver pra Correr
10. Menina Má
11. Aquela Menina
12. Quem Foi
13. Mate o Réu


Banda:


Tavinho Godoy - Vocal
PP Cavalcante - Guitarras
Marcos Dantas - Guitarras
André Bighinzoli - Baixo
André Delacroix - Bateria


Contatos:

Site Oficial: 
Twitter: 
Instagram: 
Bandcamp: 
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/metalmorphose (Metal Media)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


O Metal tradicional é um estilo que realmente não perde seu brilho, não importa o que aconteça. Esta afirmação não vem de pensar em movimentos locais (como a NWOBHM), mas como o gênero se adapta aos novos tempos. E por isso, é sempre fascinante. E também é uma experiência ótima ouvir disco de bandas clássicas, e poder comprovar que elas estão bem. E no Brasil, falar do quinteto carioca METALMORPHOSE é falar de uma banda clássica, um dos baluartes que ajudou a construir o que temos como cena metálica nos dias de hoje. E mesmo 34 anos de carreira, lá vem eles nos surpreender com “Ação & Reação”, seu disco mais recente.

Para início de conversa, o que temos aqui é uma banda com forte influência de bandas dos anos 70, especialmente BLACK SABBATH e DEEP PURPLE, mas com a energia e pegada pesada de nomes como JUDAS PRIEST e IRON MAIDEN. A fórmula pode não parecer nova enquanto leem minhas palavras, mas a audição de “Ação & Reação” não lhes dará a impressão de estarem ouvindo uma banda cujo tempo passou, longe disso. O quinteto continua sendo relevante, com músicas pesadas, cheia de ótimas melodias, bom trabalho técnico e peso em quantidades absurdas. 

Sim, “Ação & Reação” é daqueles discos que se ouve muitas vezes seguidas, pois é fascinante.

As gravações foram realizadas nos estúdios HR Estúdio e Naked Butt, tendo a produção de Gustavo Andriewiski (com quem o METALMORPHOSE já havia gravado “Máquina dos Sentidos” e “Fúria dos Elementos”, e que fez backing vocals, fora algumas partes de guitarras e baixo). O mais interessante é que a sonoridade do disco soa pesada e bem cuidada, mas sem buscar ser algo exagerado. Nada disso, parece que tudo foi feito para soar exatamente como a banda soa ao vivo, sem muitos enfeites. E por isso, nos cai tão bem aos ouvidos.

A capa é Victor Santiago, que ficou muito boa, uma alusão à canção “A Cobra Fumou”, pois o símbolo da FAB está claro na capa.

“Ação & Reação” marca a saída de Tavinho Godoy (vocalista do grupo dede sua fundação, substituído por Trevas), e o segundo disco com o guitarrista Marcos Dantas (do AZUL LIMÃO e X-RATED), logo, é um disco coeso e sólido, onde a técnica de cada integrante funciona em prol das canções, com muita energia, muitos daqueles refrãos que se ouve uma vez e se canta junto na segunda,  e arranjos muito bem bolados. Em termos de estilo, o METALMORPHOSE segue a mesma receita de sempre, desde os tempos do clássico “Ultimatum”, de 1985. Mas eles podem (e vão) te surpreender, pois a banda ainda mostra um tesão enorme por fazer música.

Usando de 13 ótimas canções, podemos perceber que o estilo da banda (como dito antes) não soa datado, mas atual. Que o digam a contagiante “Bala Perdida” (pesada e melodiosa nas doses certas, com ótimo refrão e um trabalho à lá Paice/Bonham na bateria, ou seja, espancamento total), o peso “ac/dciano” de “Solução” (uma canção tecnicamente mais simples, mas com riffs pesados e grudentos, fora ótimos backing vocals), a força de baixo e bateria em “Ação & Reação”, a climática e grudenta “Tudo na Vida Tem Seu Preço” (que belo trabalho dos vocais), a pegada de “Liberdade” e seus duetos de guitarra á lá Smith/Murray (e que refrão), a excelente “A Cobra Fumou” (música do vídeo de divulgação, rápida e instigante, com o baixo bem presente à lá Harris/Glover), e a pegada mais Hard de “Menina Má”. Mas como se não bastasse, ainda temos 3 músicas bônus: “Aquela Menina” (um Blues/Rock intenso e bem envolvente), “Quem Foi” e seu jeitão à lá NWOBHM, e a sempre excelente “Mate o Réu”, cover do papai STRESS, com uma pegada cheia de energia e peso, e nem parece que essa música já tem 35 anos desde sua gravação original (pois não perde seu brilho e energia).

Não tem jeito: o METALMORPHOSE ainda é forte candidato a um dos melhores do ano, e veio dar uma aula de amor e de como se faz Heavy Metal aos mais jovens.


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