Tipo: Full Length
Ano: 2017
Selo: Independente
Nacional
Tracklist:
1. The
Flame
2.
Labyrinth
3. Valley
of Greed
4. Lamento
do Velho Chico
5. Tears of
River
6. Echoes
Through the Fourth Dimension
7. Flatland
8. Shadows
9. Father’s
Spirit
10. Caesar
11.
Resilience
12. Echoes
Through the Fourth Dimension
Banda:
Dejair Benjamim - Vocais, corais
Thamise Ducci - Guitarras
Rafael Moraes - Guitarras
Sandro Souza - Baixo
Pablo Rubino - Bateria, corais
Convidados:
Tim “Ripper” Owens - Vocais em “Caesar”
Iuri Sanson
- Vocais em “Valley of Greed”
Renan
Fontes - Vocais em “Echoes Through the Fourth Dimension”
Clarice
Pawlow - Vocais em “Echoes Through the Fourth Dimension”
Dan Loureiro - Vocais adicionais em “The Flame”, corais
Luana D’Almeida - Vocais adicionais em “Caesar”, corais
Marcos Franco - Corais
Pedro Teles - Corais
Tnoy Souza -
Teclados em “Echoes Through the Fourth Dimension”
Will Moreira - Teclados em “Caesar” e “Shadows”
Jack Ferreira - Teclados em “Father’s Spirit”
Ficha Técnica:
Tchandala, Marcos Franco, Dan Lourenço - Produção
Sérgio Basset, Marcos Franco, Dan Loureiro - Mixagem, masterização
Marlon Delano - Arte gráfica
Contatos:
Site Oficial: http://www.tchandala.blogspot.com/
Facebook: https://www.facebook.com/Tchandala/
Twitter: https://twitter.com/tchandala
Youtube: www.youtube.com/tchandala
Bandcamp:
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/tchandala/ (Metal Media)
E-mail: dbenjamim@gmail.com
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Fazer Metal no Brasil, em qualquer uma de suas muitas
vertentes, é sempre uma prova de amor, como um casamento: existirão ótimos
momentos, outros nem tanto, e mesmo as crises são constantes. É preciso ter
resistência, paciência e querer muito fazer com que tudo dê certo. E
resiliência (que significa a “capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar
à má sorte ou às mudanças”) é uma das características do TCHANDALA, grupo de Aracaju (Sergipe), um veterano com 21 anos de
muita labuta no underground. E não é mero acaso que o título do terceiro disco
do grupo é “Resilience”.
A primeira coisa que salta os olhos é que o grupo deu uma
leve modernizada em sua abordagem do Heavy Metal tradicional. Isso significa
que o som do grupo continua pesado e melodioso, com aquele mesmo jeitão polido,
mas com uma estética mais jovem e vigorosa. Existem momentos em que bumbos
duplos aceleram, mas em geral, os ritmos são comportados. Existem também partes
em que vários vocais participam ajudando as linhas principais. E sem mencionar
as belas linhas melódicas das guitarras (que capricharam nos riffs e solos).
Ou seja, o quinteto continua com sua identidade musical
característica, mas mostrando que não vai cair no comodismo.
A produção de “Resilience”
é bem caprichada, permitindo que a banda soe clara e de forma que o ouvinte
compreenda o trabalho deles sem esforços. Mas ao mesmo tempo, aquela dose de
peso e agressividade necessária está presente, bem como a energia flui das
músicas de forma espontânea.
No tocante ao lado gráfico, a arte da capa é muito bela, e
além disso, houve um capricho muito grande na diagramação, de forma que as
imagens do encarte estivessem alinhavadas com o conteúdo de cada uma das
letras.
Musicalmente, o TCHANDALA
vem mais pesado que antes. Os arranjos ficaram mais trabalhados, mas sem que o
lado melodioso ficasse comprometido. Além disso, a banda sempre teve um lado
mais acessível que continua presente, mesmo embaixo de tanto peso. E os
convidados, listados no início dessa resenha, dão um toque a mais de classe ao
disco.
Nas 12 faixas de “Resilience”,
o grupo se mostra em uma fase muito criativa, se destacando na sedução
melodiosa de “The Flame” (uma canção
não muito veloz, recheada de boas guitarras, um refrão grudento e teclados
providenciais), a pesada e demolidora de pescoços “Labyrinth” (a base rítmica está ótimas, com boas mudanças rítmicas
e técnica muito boa), a sinuosa e agressiva “Valley of Greed” e seu dinamismo (ajudado pela participação dos
vocais de Iuri, ex-HIBRIA), o tema incidental “Lamento do Velho Chico” que introduz a
causticante “Tears of River” e sua
energia crua, e nas letras se percebe um manifesto ecológico (Velho Chico um apelido dado ao Rio São
Francisco, que faz fronteira entre Alagoas e Sergipe, e que anda tendo problemas por causa do destrato humano com a natureza), e no final,
um pouco de música regional do Nordeste do Brasil está inserido; a belíssima e
envolvente “Echoes Through the Fourth
Dimension” e seus lindos vocais (fora Dejair,
ainda estão presentes Renan Fontes e
Clarice Pawlow, que formam a dupla WRITE ME A LETTER, dando uma canja
bonita), o peso cavalar e elaborado de “Flatland”
e “Shadows”, a pancadaria explosiva
que se ouve em “Caesar” (onde Tim “Ripper”
Owens dá uma canja e participa nos vocais) e em “Resilience”, ambas com ótimos vocais e guitarras faiscando. E
fechando, uma linda versão acústica para “Echoes
Through the Fourth Dimension”, que ficou absurdamente linda, mostrando a
versatilidade do grupo.
No mais, o TCHANDALA
se mostra vivo e disposto para encarar novos desafios. E “Resilience” certamente os levará a outro patamar.
Nota: 88%
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