segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

LEGACY OF KAIN - I.N.V.E.R.S.O. (Álbum)


2017
Selo: Independente
Nacional

Nota: 8,3/10,0

Tracklist:

1. Condenados
2. I.N.V.E.R.S.O.
3. Legado
4. Brasiu
5. Distrito F_deral
6. Tudo a Perder
7. Frieza no Olhar
8. Cicatrizes
9. Vozes
10. Anestesia
11. Epiphania
12. Não Justifica


Banda:


Markos Franzmann - Vocais
Karim Serri - Guitarras          
Angelo Torquetto - Guitarras
Leon P.S. - Baixo      
Tiago Rodrigues - Bateria     


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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


No Brasil, formas de se tocar Metal Old School e modernas convivem em relativa harmonia. Óbvio que sempre existirá a dicotomia entre fãs dos gêneros, embora não faça sentido: Metal é Metal, e pronto. E pode parar com mimimi, teorias, explanações, pois não faz sentido. Gosto alheio não é regra. Há sempre bons trabalhos em ambos os lados, logo, se pode ter o melhor dos dois mundos, para que ficar de briguinhas infantis? O que hoje chamam de Old School já foi novo, e triturado por veteranos.

Em uma vibe moderna, um jeitão bruto e agressivo de ser, vem o quinteto LEGACY OF KAIN, de Curitiba (PR). E finalmente com seu primeiro álbum, chamado “I.N.V.E.R.S.O.” e que vem para somar.

Estilisticamente, podemos dizer que o LoK (se me permitem o uso da sigla) faz um Thrash/Groove Metal abrasivo e com referências à bandas como MESHUGGAH, e outros pelo uso de guitarras de 8 cordas e baixas afinações (mas com solos melodiosos), vocais urrados em timbres guturais à lá PANTERA, e uma sessão rítmica densa e técnica, esbanjando peso em tempos muitas vezes quebrados. Se pode não soar novo, é cheio de energia e vitalidade, além de soar algo cheio de personalidade.

Dessa forma, se percebe que o LoK vem com um trabalho muito forte e consistente.

A produção ficou a cargo das mãos cuidadosas de Karim Serri (guitarrista do grupo e conhecido produtor no cenário local). E assim, se percebe que a sonoridade de “I.N.V.E.R.S.O.” é fluida, densa e pesada, com um toque abrasivo evidente. Mas ao mesmo tempo, há uma clara preocupação em soar compreensível para os ouvidos alheios, logo, se tem uma qualidade sonora muito boa.

Em termos de arte gráfica, Carlos Fides (da Artside) criou a capa de “I.N.V.E.R.S.O.”, deixando claro o conteúdo caótico das letras. Se repararem bem, há uma clara referência sobre a capacidade do ser humano agredir e destruir seu semelhante.

Raivoso e com boas melodias (especialmente nos solos), o LoK mostra um trabalho bem consistente e pessoal. Dentro dos estilos mais modernos, melodias tão bem definidas e timbres mais claros não são comuns, mas eles fizeram assim. Além do mais, a música do grupo é rica em arranjos bem feitos, a estética está imperando sem exageros. Sim, é bom demais!

Embora exista uma homogeneidade bem grande no disco, podemos dizer que os melhores momentos do disco estão em “Condenados” e suas boas levadas ganchudas (e reparem bem nos solos melodiosos), o tom abrasivo e inebriante das guitarras em “I.N.V.E.R.S.O.” (que possui melodias muito bem feitas e bonitas, riffs técnicos, mas reparem como baixo e bateria criam um peso absurdo, além de mostrarem uma técnica espantosa), a raiva anárquica de Distrito F_deral (que transpira agressividade e energia, recheada de bons vocais e uma muralha de guitarras de primeira), a energia crua Thrash/Djent Metal de “Frieza no Olhar” em suas partes mais cadenciadas, o mix de melodias bem pensadas e agressividade em “Vozes” (onde baixo e bateria mais uma vez se destacam por conta das mudanças de ritmo), a envolvente “Anestesia” e seu jeito mais lento e bruto, o enfoque na solidez sonora em “Epiphania” (mesmo alguns efeitos são ouvidos aqui e ali), e o trabalho vocal de primeira ouvido nos tons agressivos de “Não Justifica”.

O LoK veio para ficar, logo, não adianta choro ou mimimi. Se tentarem fazer isso, o atropelamento é certo.

E “I.N.V.E.R.S.O.” é um ótimo disco, verdade seja dita!


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