2017
Selo: Independente
Nacional
Nota: 8,3/10,0
Tracklist:
1. Condenados
2. I.N.V.E.R.S.O.
3. Legado
4. Brasiu
5. Distrito F_deral
6. Tudo a Perder
7. Frieza no Olhar
8. Cicatrizes
9. Vozes
10. Anestesia
11. Epiphania
12. Não Justifica
Banda:
Markos Franzmann - Vocais
Karim Serri - Guitarras
Angelo Torquetto - Guitarras
Leon P.S. - Baixo
Tiago Rodrigues - Bateria
Contatos:
Site Oficial:
Twitter:
Instagram: https://www.instagram.com/legacyofkainbrazil
Bandcamp:
Assessoria: https://pt-br.facebook.com/LexMetalisAA/ (Lex Metalis Assessoria e Agenciamento)
E-mail:
legacyofkainbrazil@gmail.com
Texto:
Marcos “Big Daddy” Garcia
No Brasil, formas de se tocar Metal Old School e modernas
convivem em relativa harmonia. Óbvio que sempre existirá a dicotomia entre fãs
dos gêneros, embora não faça sentido: Metal é Metal, e pronto. E pode parar com
mimimi, teorias, explanações, pois não faz sentido. Gosto alheio não é regra. Há
sempre bons trabalhos em ambos os lados, logo, se pode ter o melhor dos dois
mundos, para que ficar de briguinhas infantis? O que hoje chamam de Old School
já foi novo, e triturado por veteranos.
Em uma vibe moderna, um jeitão bruto e agressivo de ser, vem
o quinteto LEGACY OF KAIN, de
Curitiba (PR). E finalmente com seu primeiro álbum, chamado “I.N.V.E.R.S.O.” e que vem para somar.
Estilisticamente, podemos dizer que o LoK (se me permitem o uso da sigla) faz um Thrash/Groove Metal
abrasivo e com referências à bandas como MESHUGGAH,
e outros pelo uso de guitarras de 8 cordas e baixas afinações (mas com
solos melodiosos), vocais urrados em timbres guturais à lá PANTERA, e uma sessão rítmica densa e técnica, esbanjando peso em
tempos muitas vezes quebrados. Se pode não soar novo, é cheio de energia e
vitalidade, além de soar algo cheio de personalidade.
Dessa forma, se percebe que o LoK vem com um trabalho muito forte e consistente.
A produção ficou a cargo das mãos cuidadosas de Karim Serri (guitarrista do grupo e
conhecido produtor no cenário local). E assim, se percebe que a sonoridade de “I.N.V.E.R.S.O.” é fluida, densa e
pesada, com um toque abrasivo evidente. Mas ao mesmo tempo, há uma clara
preocupação em soar compreensível para os ouvidos alheios, logo, se tem uma qualidade
sonora muito boa.
Em termos de arte gráfica, Carlos Fides (da Artside) criou a capa de “I.N.V.E.R.S.O.”,
deixando claro o conteúdo caótico das letras. Se repararem bem, há uma
clara referência sobre a capacidade do ser humano agredir e destruir seu
semelhante.
Raivoso e com boas melodias (especialmente nos solos), o LoK mostra um trabalho bem consistente
e pessoal. Dentro dos estilos mais modernos, melodias tão bem definidas e
timbres mais claros não são comuns, mas eles fizeram assim. Além do mais, a
música do grupo é rica em arranjos bem feitos, a estética está imperando sem
exageros. Sim, é bom demais!
Embora exista uma homogeneidade bem grande no disco, podemos
dizer que os melhores momentos do disco estão em “Condenados” e suas boas levadas ganchudas (e reparem bem nos solos
melodiosos), o tom abrasivo e inebriante das guitarras em “I.N.V.E.R.S.O.” (que possui melodias muito bem feitas e bonitas, riffs técnicos,
mas reparem como baixo e bateria criam um peso absurdo, além de mostrarem uma
técnica espantosa), a raiva anárquica de “Distrito F_deral”
(que transpira agressividade e energia, recheada de bons vocais e uma muralha
de guitarras de primeira), a energia crua Thrash/Djent Metal de “Frieza no Olhar” em suas partes mais
cadenciadas, o mix de melodias bem pensadas e agressividade em “Vozes” (onde baixo e bateria mais uma
vez se destacam por conta das mudanças de ritmo), a envolvente “Anestesia” e seu jeito mais lento e
bruto, o enfoque na solidez sonora em “Epiphania”
(mesmo alguns efeitos são ouvidos aqui e ali), e o trabalho vocal de primeira
ouvido nos tons agressivos de “Não
Justifica”.
O LoK veio para
ficar, logo, não adianta choro ou mimimi. Se tentarem fazer isso, o
atropelamento é certo.
E “I.N.V.E.R.S.O.”
é um ótimo disco, verdade seja dita!
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