quarta-feira, 20 de setembro de 2017

X-EMPIRE - Grief (álbum)


Ano: 2017
Selo: Independente
Nacional

Nota: 9,6/10,0


Tracklist:

1. And
2. Suffocating Me
3. Let It Die
4. World in Grey
5. All Masks Fall
6. Become
7. Lost
8. End of Integrity
9. My Darkest Days
10. Demonized
11. End


Banda:


Michel Marcos - Vocais
Raphael Dantas - Vocais, teclados
Rogério Oliveira - Guitarras, teclados
Felipe Gabriel - Baixo
Raphael Jorge - Bateria


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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Hoje em dia, fazer discos de Metal se tornou algo bem mais fácil e acessível do que há 20-30 anos no passado. E isso causa um dilúvio de discos no mercado, alguns muito bons, outros nem tanto, e outros que preferiríamos “desouvir”, tamanho o trauma que causam aos ouvidos. Mas ao mesmo tempo em que a tecnologia de gravação barateou e evoluiu, algumas bandas ótimas conseguem fazer trabalhos de primeira, sabendo usar das tecnologias em seu favor. E nisso, o X-EMPIRE, de São Paulo, é um mestre. Após a estréia em alto nível com o EP “End of Times” de 2014, eis que eles voltam com seu primeiro “full-length”, “Grief”.

Não há muita diferença estilística entre “End of Times” e “Grief”. Ainda temos o bom e velho Metal tradicional com uma sonoridade moderna, agressiva e pesada, com melodias de fácil assimilação, e mesmo algumas partes mais extremas (sim, há vocais guturais por todo o disco). Mas uma diferença surge para os ouvidos mais atentos: agora, o trabalho da banda está preenchido por uma boa dose de melancolia, um feeling introspectivo que transpira de suas melodias, algo como se a raiva dos momentos agressivos transpirasse em momentos de dor e tristeza nas partes mais melodiosas.

Traduzindo: “Grief” é um ótimo disco, desafiador e diferente.

“Grief” foi gravado nos Flight Studios (que pertence a Rogério Oliveira) e no M&H Studio (este de propriedade de Michel Marcos), com a mixagem e masterização do próprio Rogério (guitarrista do grupo) feitas no primeiro. E a sonoridade obtida consegue ser híbrida e balanceada entre a agressividade latente do grupo e a força de suas melodias modernas, mas sempre muito clara, além do uso de timbres instrumentais bem selecionados. Ou seja, ficou de primeira!

Já a arte de Marcus Lorenzet (da ArtSpell Artwork) ficou ótima, representando muito bem o conteúdo musical e lírico do grupo, usando tons de preto, branco, cinza e azul, em algo diferente do usual.

O amadurecimento do X-EMPIRE ficou bem evidenciado, pois em tudo ele soa mais evoluído e equilibrado, mais bem definido e com os arranjos musicais mais seguros. No fundo, a banda deu uma polida, uma pequena simplificada em suas canções, o que torna o trabalho acessível aos ouvintes. Mas isso tudo somado torna “Grief” um disco viciante.

O disco tem 9 ótimas canções, já que “And” e “End” são pequenas instrumentais em teclados para a aclimatação do ouvinte. Mas a brutal e melancólica “Suffocating Me” (que apresenta boas mudanças rítmicas, partes progressivas, refrão marcante, além de uma saraivada de ótimos riffs e duetos vocais muito bons), a intensa e envolvente “Let It Die” (que possui participação especial de Chris Clancy), a modernosa e cativante “All Masks Fall” e sua dose de Groove intenso (outra vez, ótimos riffs e um refrão de primeira), a força melodiosa e de arranjos mais simples de “Become”, o peso cavalar intenso de “End of Integrity” (baixo e bateria mandando ver em uma base rítmica de peso e com boa técnica), e a soturna e intensa “Demonized” (com melodias mais subjetivas e boas passagens de teclados) são os melhores momentos.

No mais, “Grief” é um disco marcante, de primeira e serve para mostrar que as tendências mais modernas do Metal possuem representantes relevantes por aqui.

O X-EMPIRE é mesmo genial.


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