Ano de
lançamento: 2017
Nacional
Nota: 10,0/10,0
Tracklist:
1. Impulse
2.
Deathvaluation
3. Kill the
Cult
4. One-Eyed
Nation
5. Anger
Line
6. Earth
Scar
7. Never
8. Amen
Banda:
Rafał Piotrowski -
Vocais
Vogg - Guitarras
Hubert Więcek - Baixo
Młody - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://www.decapitatedband.net/
Facebook: https://www.facebook.com/decapitated
Twitter: https://twitter.com/decapitated
Instagram: https://www.instagram.com/decapitatedband/
Bandcamp: https://decapitated.bandcamp.com/
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Nos tempos atuais, é muito simples para qualquer banda
continuar fazendo o famoso “mais do mesmo”, ou seja, uma repetição infindável
da fórmula que o grupo já abordou. Os fãs muitas vezes preferem isso, quase
como uma consequência destas tendências setentistas e oitentistas dos últimos
anos, onde muitos batem no peito dizendo com um estranho orgulho: “não queremos
fazer nada de novo”. Mas ainda bem que existem aqueles que não cruzam os braços
e não aceitam regras, que bancam o desafio e peitam quem quer que seja com
coragem. E neste grupo está o quarteto polonês DECAPITATED, que retorna à carga com “Anticult”, seu mais recente álbum, lançado no Brasil pela parceria
entre a Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil.
Desde “Blood Mantra”,
o quarteto tem aglutinado mais e mais influências de estilos modernos do Metal,
bem como algumas doses de Rock ‘n’ Roll e Groove Metal, o que anda deixando os
fãs mais antigos do grupo de cabelos em pé. Mas ao mesmo tempo, o que se
percebe é que esta evolução não está fora do que o grupo criou para si, onde se
percebe uma massa sonora agressiva e brutal, cheia de uma energia absurda e uma
personalidade musical toda própria. Mas “Anticult”
é um disco brutal e agressivo, que nos mostra um peso descomunal. Mas ao mesmo
tempo, é esteticamente bem cuidado, soando moderno e vivo, capaz de esmagar
ossos e destruir pescoços!
Cuidado, pois o material é altamente bruto!
A produção do álbum é assinada pelo próprio Vogg (guitarrista e líder do grupo),
tendo a mixagem de Daniel Bergstrand
(que também produziu as partes de bateria também) e a masterização de Lawrence Mackrory. E tudo isso para
garantir que “Anticult” soe pesado,
agressivo e brutal, mas com uma clareza instrumental perfeita. Sim, somos
capazes de ouvir os arranjos do grupo perfeitamente, e o toque de modernidade
ficou por conta dos timbres instrumentais, muito bem escolhidos e alinhados com
a proposta sonora do álbum. E um detalhe: a bateria foi gravada sem o uso de
trigger!
A arte de capa, uma criação de Lukasz Jaszak (que também fez o layout) é sombria e maravilhosa,
mostrando que o quarteto tem muito a dizer em suas letras contra todas as formas de cultos que vemos em nossos cotidianos. E ficou perfeita
para apresentar o que a banda está fazendo musicalmente.
Se preparem, pois “Anticult”
veio para ser um divisor de águas na carreira do DECAPITATED. E por isso a banda soa coesa, rejuvenescida, sem medo
de encarar seus fãs ou quem quer que seja. Os vocais de Rafał estão muito bem encaixados na proposta do álbum, com timbres
guturais mais claros do que conhecemos, enquanto a base rítmica do estreante Hubert (baixo) e de Młody (bateria) é sólida como uma
muralha, pesada e muito técnica, dando uma aula. Já as guitarras de Vogg dispensam apresentações: ele é um
Guitar Hero do Metal extremo, criando riffs insanos e técnicos, solos ótimos e
é responsável por manter o DNA do grupo presente desde sua criação.
Papo reto: “Anticult”
é uma moenda de ossos, mas sempre bem trabalhada e com muito bom gosto. E
embora todas as 8 canções sejam ótimas, a mistura de técnica e brutalidade de “Impulse” (onde vemos um trabalho ótimo
em termos de baixo e bateria, criando uma tempestade de mudanças rítmicas ótimas,
mas sem perder a coesão e o peso), as linhas harmônicas cheias de groove
intenso e azedo apresentadas em “Deathvaluation”
e “Kill the Cult”, a violenta “One-Eyed Nation” (com um trabalho
ótimo dos vocais e guitarras fenomenais), a agressividade cativante e charmosa
de “Angerline” (outra em que baixo e
bateria mostram eficiência, com boas variações de tempo), o trabalho perfeito
do grupo como um todo no hino “Earth
Scar” (riffs hipnóticos, solo melodioso, vocais com uma expressividade
enorme, fora baixo e bateria segurando o ritmo com muito peso e boa técnica, e
um refrão excelente), e o jeitão um pouco mais tradicional em termos de Death
Metal polonês de “Never” (embora
alguns momentos mais cheios de groove surjam perto do refrão), e a instrumental
sinistra “Amen”, que fecha o álbum
com maestria, são a expressão de um grupo maduro, forte e disposto a garantir
seu lugar de honra no Metal extremo. Ou mesmo no Metal como um todo!
O que nos resta dizer sobre “Anticult”: o disco causará reações extremas, pois é bem no estilo “ame
ou odeie”. Mas creio que os fãs da banda não têm do que reclamar.
No mais, o DECAPITATED
está aí, renovado e vigoroso, pronto para triturar seus ossos e transformá-los
em poeira!
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